Trindade, Mistério ou o Segredo da Verdadeira Unidade ?


O Mundo precisa de Paz para não sucumbir em suas guerras e aventuras terroristas. Para conquistarmos uma verdadeira e duradoura Paz, necessitamos em primeiro lugar atingirmos a unidade perfeita da Trindade Divina, que deveria deixar de ser um “segredo” e ou um “Mistério” para nós, tornando-se a fonte que supre o Amor que é o único capaz de assegurar uma unidade plena.

Conhecer plenamente a Trindade Divina é o primeiro passo para nos aproximarmos desta vontade de Jesus.

22 – Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: 23 – eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim.(S João, 17, 22, 23)

Sizenando

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A PALAVRA DE DEUS NA VIDA DO CRISTÃO


Pe. Françoa Costa

1. Vamos por um momento pedir permissão às três Pessoas da Santíssima Trindade para ver algo desse grande Mistério. O Pai desde toda a eternidade gera o Filho. Neste exato momento, se nos é permitido falar assim, o Pai gera o Filho, que já foi gerado, já está gerado e não precisa de nenhuma perfeição posterior nessa geração. Grande mistério! Lembremo-nos, portanto, que estamos no âmbito da eternidade, onde não há passado nem futuro, tudo é um eterno presente.

O Evangelho Segundo São João começa assim: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.”“No princípio, Deus criou o céu e a terra”(1,1). Como Deus criou? Com sua Palavra: “Deus disse” (1,3). Dessa maneira vemos que a Palavra de Deus, o Verbo de Deus, já se encontrava presente na criação do mundo. O mesmo São João continua a dizer o seguinte em seu prólogo: “Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito.” (1,3) (1,1) Essa narração nos lembra aquela outra do primeiro livro do Antigo Testamento, o Gênesis:

Aquele que já estava presente no seio do Pai desde toda a eternidade, que se encontrava na criação do mundo, veio a este mundo em carne mortal na plenitude dos tempos (cf.Gl 4,4). Por que? São João responde: “Deus amou tanto o mundo, que entregou seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eternal.” (3,16). Para que tivéssemos vida eterna, isto é para que participemos da intimidade de Deus pela graça agora, pela visão da glória mais tarde.

“E a Palavra [o Verbo] se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Já que habitou entre nós, precisamos aprender essa Palavra. O que eu quero dizer é que a Palavra de Deus não é em primeiro lugar a Bíblia, a Palavra de Deus é o próprio Jesus Cristo. O título dessa palestra é “a Palavra de Deus na vida do cristão”, mas poderia ter o seguinte sinônimo “Jesus Cristo na vida do cristão”. Ele é a Palavra eterna do Pai que desceu do céu e se encarnou no seio de Maria Virgem.

2. A Bíblia é a Palavra de Deus porque nele encontramos Jesus Cristo, toda a Sagrada Escritura fala de Cristo, se assim não fosse não teria nenhum interesse para nós a não ser enquanto um simples livre edificante. Todo o poder da Sagrada Escritura vem de sua referência a Cristo. Também o Antigo Testamento fala de Cristo enquanto que é preparação para a vinda do Messias.

A Sagrada Escritura é, portanto, muito importante. Esta tem um significado especial quando nós a escutamos dentro da liturgia da Igreja. Diz a Instrução Geral do Missal Romano: “Quando se lêem as Sagradas Escrituras, o próprio Deus fala ao seu povo, e Cristo, presente em sua palavra anuncia o Evangelho” (nº29). Consequência prática: “escutar com veneração as leituras da Palavra de Deus”(id.). Outra consequência é que o leitor precisa ler bem para que a assembléia entenda o texto sagrado. Esse texto da Instrução também explica porque só o diácono ou o sacerdote lêem o Evangelho: é Cristo quem anuncia. A especial configuração com Cristo que confere o Sacramento da Ordem capacitam o diácono e o presbítero para a proclamação do Evangelho.

Ainda que a Bíblia proclamada na Igreja seja muito importante, não podemos menosprezar a leitura orante e pessoal da Escritura Santa que todos nós devemos cultivar a diário. Conselho prático: 5 minutos diários de leitura da Bíblia com a meta de ler toda a Bíblia.

Como entenderam durante tantos anos de história a Sagrada Escritura? Alguns momentos importantes:
– Como os Padres da Igreja a entenderam? tinham como princípio fundamental que é preciso ler a Escritura com o mesmo espírito com que foi escrita. Esta ideia se encontra no Concílio Vaticano II. Assim como o Espírito Santo assistiu o escritor sagrado (hagiógrafo), assim também assegura o entendimento mais profundo do texto por parte dos leitores subsequentes. Os Padres da Igreja tinham uma leitura sapiencial
da Sagrada Escritura, degustavam-na, praticavam a “ruminatio Scripturae”, davam voltas aos textos saboreando-os, faziam muitas conexões entre várias passagens.

– Como os medievais a entenderam? concentraram-se sobretudo no desenvolvimento da doutrina dos sentidos da Escritura. “A letra ensina o que aconteceu; a alegoria, o que deves crer; a moral, o que deves fazer; a anagogia, para onde deves caminhar.” (CCE 118). O Catecismo se refere a esse tema a partir do número 115. Fala, primeiramente, do sentido literalsentido spiritual (graças à unidade do projeto de Deus, não somente o texto da Escritura, mas também as realidades e os acontecimentos de que ele fala, podem ser sinais). O sentido espiritual pode ser: 1) alegórico (ver os significados dos acontecimentos em Cristo; ex.: a travessia do mar vermelho é um sinal da vitória de Cristo, e também do Batismo); 2) moral-3) anagógico (podemos ver realidades e acontecimentos em sua significação eterna, conduzindo-nos à nossa Pátria; a Igreja na terra, dessa maneira, é sinal da Jerusalém celeste). (o sentido significado pelas palavras e descoberto pela correta interpretação, que tem suas regras, e que depois as veremos; todos os sentidos da Escritura devem ter seu fundamento neste) e do (os acontecimentos relatados na Sagrada Escritura devem conduzir-nos a um justo agir);

– A Reforma Protestante introduz uma tensão entre a compreensão pessoal e o texto em si mesmo. Falta, neste caso, uma mediação da Igreja, que ajude a harmonizar os dois fatores. No protestantismo há uma interpretação pessoal e individualista da Sagrada Escritura, o que contribui enormemente para que haja tantas comunidades, cada uma com a Bíblia, cada uma com interpretações divergentes.

São Agostinho tem uma frase muito bela que nos mostra a importância da Igreja na adesão à Escritura Santa: Ego vero Evangelio non crederem, nisi me catholicae Ecclesiae commoveret auctoritas – Eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja Católica.

E quais são os critérios para uma correta interpretação da Bíblia? Diz o Catecismo (a partir do nº 109) que na Sagrada Escritura Deus fala aos homens à maneira dos homens.intenção dos autores sagrados, para isso há que levar em consideração as condições da época e da cultura deles, os gêneros literários em uso naquele tempo, os modos, então correntes, de sentir, falar e narrar. Para uma interpretação conforme o Espírito que inspirou a Escritura o Concílio Vaticano II dá três critérios: 1) prestar muita atenção ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira (não se pode pegar um versículo e isolá-lo do todo, isso fazem os protestantes), a Bíblia é una por causa da unidade do projeto de Deus, do qual Jesus Cristo é o centro e o coração, daí que os Evangelhos sejam também o centro e o coração das Escrituras; 2) ler a Escritura dentro “da tradição viva da Igreja inteira”, já que a Igreja leva em sua Tradição a memória viva da Palavra de Deus e é o Espírito Santo que dá à Igreja a interpretação espiritual da Escritura; 3) estar atento “à analogia da fé”, por analogia da fé entendemos a coesão das verdades da fé entre si e no projeto total da Revelação, sendo assim não pode haver nunca uma contradição entre o que se lê na Bíblia com alguma verdade que a Igreja firmemente crê. Precisamos portanto descobrir a

3. “São João Crisóstomo chama as Sagradas Escrituras de cartas enviadas por Deus aos homens… São Jerônimo exortava a um amigo seu que lesse as divinas Escrituras com frequência e que nunca abandonasse tal leitura.
“O Concílio Vaticano II recomenda insistentemente a leitura assídua da Sagrada Escritura para que adquiram a ciência suprema de Jesus Cristo (Fl 3,8), pois desconhecer a Escritura é desconhecer a Cristo (S.Jerônimo)” (Antologia de Textos, pág. 1308). Aconselho a que façam a experiência pessoal de ouvir ler a Sagrada Escritura ou de escutá-la na Sagrada Liturgia com espírito orante e, a continuação, se estiverem na Santa Missa, a fazer da homilia um momento de oração, de conversa com Deus.

Diz São Tomás de Aquino que “depois que uma pessoa estuda a Escritura torna-se uma pessoa sensível, ou seja, adquire o discernimento e o gusto da razão para distinguir o bem do mal, o doce do amargo”. Para amar a Cristo há que conhecê-lo. Ninguém ama aquilo que não conhece. O amor cresce à medida que nós conhecemos mais. Ainda que também é verdade que o próprio ato de amar dá um conhecimento que nós podemos chamar sapiencial porque é cheio de sabor. Dessa maneira, há que conhecer para amar e há que amar para conhecer mais ainda.

“São Paulo dizia aos primeiros cristãos: A Palavra de Deus é viva e eficaz… é sempre atual, nova para cada ser humano, nova a cada dia, e, além do mais, é palavra pessoal porque vai destinada expressamente a cada um de nós… Jesus Cristo continua a falar-nos. Suas palavras, por ser divinas e eternas, são sempre atuais. Ler o Evangelho com fé é crer que tudo o que lá se diz está, de alguma maneira, acontecendo agora. É atual a ida e a volta do filho pródigo; a ovelha que anda perdida e o pastor que sai a buscá-la; a necessidade do fermento para transformar a massa e da luz para que ilumine a tremenda escuridão que, às vezes, vem sobre o mundo e sobre o homem.” (Antologia de textos, id.)

São Jose maría Escrivá aconselhava a ler o Evangelho como se fôssemos um personagem a mais. Dessa maneira, na gruta de Belém eu posso ser um dos pastores; nas bodas de Caná eu posso ser o fotógrafo; na passagem do jovem rico eu mesmo posso ser esse jovem; na multiplicação dos pães eu até posso ver a cara de pasmo que os discípulos devem ter feito ao verem tão poucos pães e tão poucos peixes alimentarem tamanha multidão, eu também com eles me admiro; na transfiguração, ainda que o Senhor tenha chamado consigo apenas três, eu posso ser o intrometido e curioso que os acompanha.

“No Santo Evangelho está escrita a história profunda de nossa vida; está escrita a história de nossas relações com Deus.

“O Evangelho nos revela o que é e vale a nossa vida e nos traça o caminho que devemos seguir. O Verbo – a Palavra – é a luz que ilumina todo homem (Jo 1,9). E não há ser humano ao qual não tenha sido dirigida esta Palavra… O Evangelho deve ser o primeiro livro do cristão porque é-nos imprescindível o conhecimento de Cristo; é preciso que o olhemos e o contemplemos até que conheçamos a memória todos os seus traços.” (Antologia de textos, págs. 1308-1309).

Dois propósitos:
– Estar mais atentos à proclamação da Palavra de Deus na Liturgia da Santa Missa;
– Fazer ao menos 5 minutos diários de leitura da Sagrada Escritura a começar pelo Novo Testamento.

Santa Maria, Sede da Sabedoria, interceda por nós.

(Pe. Françoa Costa – Setembro/07) – VEJA O LINK

Texto Publicado também em:

http://www.cursilhoanapolis.com.br/artigos/view/1



Semeando a cultura de Pentecostes



slaid: Elaborado por “Buscando novas águas” Liturgia Dominical.



3 Respostas

  1. Santíssima Trindade: Foi Jesus que revelou a existência de um Deus Uno e Trino, a Santíssima Trindade, tendo mencionado isso várias vezes nos Evangelhos, que é um mistério, isto é, não pode ser compreensível pela inteligência humana: um só Deus em três pessoas distintas; o Pai e o Filho e o Espírito Santo, o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus, porém, é um só Deus em três pessoas distintas. Algumas vezes Jesus assim se refere ao Pai, como: “Também o Pai que me enviou dá testemunho de mim.” (Jo 5,37), ainda: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou não o atrair;…” (Jo 6,44) a primeira impressão parece que existe uma hierarquia na Santíssima Trindade do Filho estar subordinado ao Pai que não é verdade, o Símbolo de Santo Atanásio demonstra bem isso com muita clareza. Não há hierarquia na Santíssima Trindade cada pessoa tem uma função específica. Contudo, por ser um mistério não impede que se façam conjecturas, muitos santos o fizeram, o mais conhecido entre eles foi Santo Agostinho. Procurar vir a conhecer melhor a Santíssima Trindade leva aquele que quer se aprofundar na essência de Deus. Segundo o Gênesis Deus ao criar o ser humano o fez a sua imagem e semelhança. Deus é puro espírito, ele não tem corpo, não ocupa lugar no espaço. Então qual é a semelhança entre Deus e a sua criatura? É que ambos possuem inteligência, vontade e sensibilidade. Com a diferença que Deus as tem plenamente estas faculdades e o ser humano as têm limitadas. Podemos nos referir a Deus de várias formas compreensíveis, como; o Criador, o Altíssimo, o Onipotente, o Ser Maior, Potestade, etc. Por que não nos referirmos também a Deus Pai como Inteligência Divina, ao Filho como Vontade Divina e ao Espírito Santo como Sensibilidade Divina? A inteligência cria, elabora, planeja, arquiteta, enquanto que a vontade executa o que foi criado, planejado, arquitetado, por sua vez a sensibilidade a faz com desvelo, com amor aquilo que foi executado imediatamente pela vontade. Somente as obras executadas com amor podem ser realizadas com perfeição. Esta Trindade existe em Deus como também em nós. Sem pretender de modo algum querer desvendar o mistério da Santíssima Trindade eu penso que com este raciocino podemos nos aproximar, contemplar a grandeza de Deus Uno e Trino. No momento que julgou oportuno a Inteligência Divina enviou através da Vontade Divina com a Sensibilidade Divina o nascimento de Jesus para com amor a fim redimir toda a humanidade.
    José Carlos de Castro Rios — São Paulo – SP.
    jc.rios@globo.com

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  2. Desenvolvidos y desarrollados…?
    Pe. Françoá Costa

    Estou na Espanha desde o ano passado. Ao ver o nível de vida dos “espanhóis” (entre aspas porque há muito nacionalismo e alguns não gostam de ser chamados espanhóis), o inverno gélido e o verão ensolarado, a seriedade dos “espanhóis”. Ao observar também a serena alegria de alguns, a defesa – às vezes exagerada – de direitos (cada um quer ter o seu), o governo da Espanha, seus hospitais, os costumes “modernos” dos seus jovens, a discordançia em quase todos os temas, etc. Como não pensar no meu país, o Brasil, que parece estar constantemente com os olhos postos nos chamados países “desenvolvidos” e procurando imitá-los?

    Há muita coisa boa na Espanha: terra de grandes heróis, indomáveis conquistadores, um patrimônio artístico mais que considerável, uma plêiade de homens e mulheres no catálogo dos santos, gente de valor, entre outras coisas.

    Há algum problema em imitar os países “desenvolvidos”? Nenhum. Em princípio, nenhum. O leitor deve ter observando que até agora não dispensei as aspas da palavra “desenvolvido” (desarrollado, em espanhol ou castelhano). A partir de agora peço dispensa delas. O que se entende quando dizemos que tal o qual país é desenvolvido? Talvez à primeira vista pensaríamos na técnica e nas várias possibilidades no campo da saúde e da educação. Pensando um pouco mais, não tardaríamos em dizer que um país desenvolvido também é aquele que deixa de lado determinados tabús “medievais”, pelo menos tendo como modelo de desenvolvidos países como Estados Unidos, França, Espanha etc.

    Talvez alguém já ouviu falar que na Espanha já é possível que um homem se “case” com outro ou que uma mulher se case com outra, de que uma pessoa pode trocar de sexo se não gosta de ser homem (ou mulher). O governo socialista espanhol está com um plano para aumentar as possibilidades de uma mulher “interromper a gravidez” (= abortar). Talvez eu perderia tempo em dizer que os métodos anticoncepcionais, as experiências com células troncos (donde se matam vidas humanas!), e a blasfêmia, entre outras coisas, têm carta de liberdade neste ambiente.

    O que é um país desenvolvido, então? O Brasil, através do seu governo quer desenvolver-se também. É justo! No entanto, gostaria de perguntar se queremos desenvolver-nos para cima, aumentando nossa capacidade de raciocínio, ou para baixo, aumentando a nossa cauda. Explico-me sem querer fazer nenhuma crítica à teoria da evolução, que me parece bastante razoável: dizem por aí que o homem veio do macaco, ou melhor, que entre o homem e os macacos há um elo comum. Será que queremos desenvolver-nos rumo ao homem de neanderthal? É preciso ter cuidado! Não aconteça que desenvolvamos novamente todas as forças “macacais” que levamos dentro, todos os instintos animais expostos e, ao mesmo tempo, cobertos apenas com os nossos próprios pêlos, “felizes”… como os macacos. Que pena seria se terminássemos num zoológico, mas… quem nos veria? Quem nos admiraria? Pelo menos um Deus ofendido vendo como conseguimos rebaixar a sua imagem em nós.

    Conta-se de um filósofo que andava pelo mundo buscando um homem. Penso que o nosso filósofo encontraria a vários na sociedade atual: na Espanha, no Brasil e em todas as partes. Não deixa de ser verdade que tais homens em alguns momentos não querem identificar-se, já que poderia dar a impressão de que mostrar os verdadeiros valores humanos seria antiquado nos tempos atuais, tratar-se-iam de costumes “medievais”. Deixando a parte o fato de que muitos nem conhecem os grandes valores dos medievais – seu sentido de honra, de lealdade, de justiça e de amor ao próximo -, é preciso dizer que esses valores tipicamente humanos não podem ser privilégios apenas do homo sapiens sapiens medieval.

    Escrevi há algum tempo um artigo sobre a santa rebeldia no qual convocava os jovens para formarmos um “clube de rebeldes”, de pessoas que pensam livremente, que não sejam “Maria vai com as outras”, jovens de convicção: fortes, alegres e otimistas. A novidade do texto que o leitor tem diante dos olhos é que eu acho que agora necessitamos não só de jovens santamente rebeldes – que vivam a pureza, a cordura, o pudor, bem educados e cheios do amor de Deus -, mas necessitamos também de velhinhos e velhinhas santamente rebeldes. Necessitamos de senhoras e senhores que formem também seu clube de santa rebeldia, de deputados no Congresso Nacional que mande os pró-aborto “fritar batatinhas” (porque estamos com o saco cheio – desculpem! – desses senhores de terno e gravata empenhados em defender a morte do ser humano e, conseqüentemente, a desvalorização da imagem de Deus na pessoa humana), de políticos honrados e santamente rebeldes dispostos a defender o bem comum, os direitos do ser humano – sem esqueçer seus deveres –, e os direitos de Deus. O Brasil é terra de Santa Cruz, do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora Aparecida, de pessoas agradáveis, que sabem sorrir, que sabem levar os problemas com simplicidade e, diria também, com elegância. Há alguns, no entanto, empenhados a que voltemos a comer seres humanos e a que façamos sacrifícios sanguinários à nossa covardia e ao nosso capricho. Chega!

    Não terminei ainda! É necessário também sacerdotes que sejam santamente rebeldes, homens cheios de fé e do Espírito Santo, que não se envergonhem de “dar a cara” por Jesus Cristo e por sua Igreja Santa, que não tenham medo de ser “impopulares” porque anunciam sem tirar uma vírgula a doutrina santa de Jesus Cristo (na fé e na moral, também naqueles temas mais polêmicos), ainda que… custe a própria vida. Dizia um homem muito santo que devemos ser pessoas que não nos façamos chamar católicos quando ser católico está de moda (com palavras de Cristo: “fazer as boas obras em segredo”) e “dar a cara”, sair do anonimato, quando ser católico é difícil ( com palavras de Cristo: “que vendo as vossas boas obras glorifiquem o Pai celeste”).

    Nos tempos atuais a moda não é chamar-se católico, vale para o Brasil também; não está de moda ser fiel leigo, fiel religioso, fiel sacerdote. FIEL! É isso que o mundo precisa: uns quantos fiéis a Deus no Congresso Nacional, outros fiéis na política dos partidos, outros fiéis nas empresas, outros fiéis na agricultura, outros fiéis no comércio, outros fiéis… a lista não acaba facilmente: que os cristãos estejam em todas as partes e que saiam de seu anominato quando necessário.

    Parece-me que o Brasil poderia ser desenvolvido marcando uma nova etapa no panorama internacional. Que pena que não queremos destacar-nos em nada! Que pena que sejamos uns meros imitadores de outros países! Que pena que há pessoas tão empenhadas, “religiosamente” empenhadas, em ir contra Deus, contra a Igreja, contra o ser humano! Você quer um Brasil desenvolvido? Eu também. A fé e a razão, a religião e a ciência, a oração e a ação, não precisam entrar em luta no cenário da nossa vida. Podem ir juntas, cada uma respeitando seu campo próprio e dando-se as mãos, sem exclusões. Não! Não estou defendendo a união política da Cruz e da espada, do Altar e do trono. No entanto, um desenvolvimento que pretenda colocar a Deus dentro das nossas igrejas e encarcerá-lo, sem permitir que ele “incomode” nas ruas e na vida pública, seria simplesmente inumano e uma ofensa ao Criador. Deus tem a primazia sobre o homem, a ética sobre a técnica e a estética, e a fé é mais preciosa que a vida. Finalmente, seremos verdadeiramente desenvolvidos, em todos os sentidos.

    Deus abençoe a todos aqueles políticos que lutam pela vida. No entanto, é preciso trabalhar muito para que, como diz o meu irmão de presbitério, Pe. Luis Carlos Lodi, a maldição do aborto não entre no Brasil. Coragem!

    Desenvolvidos y desarrollados… ¡muy bien!

    Pe. Françoá Costa
    27-11-2008

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  3. Gostei do texto do Pe.Françoá. No entanto, seria interessante copiar o texto da página do cursilho com maior fidelidade e com o seu título original, A PALAVRA DE DEUS NA VIDA DO CRISTÃO. Alguns trechos ficaram mal copiados, por exemplos, aqueles que falam dos sentidos da Escritura. Uma outra sugerência: retirar o cabeçalho inicial onde fala que a Trindade deveria deixar de ser um segredo, o que o Pe.Françoá não disse. Se querem manter o texto seria interessante, destacá-lo para não dar a impressão que foi o Pe.quem o disse, já que sabemos que uma tal afirmação deveria ser colocada em discussão, ainda que ao ler a frase no seu contexto se entende o que se quer dizer. Deus guarde este apostolado.

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    Resposta
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    Olá Jorge

    Obrigado pelo comentário, muito boa a sua observação, realmente o texto de Pe. Françoá gira mais em torno do texto “A PALAVRA DE DEUS NA VIDA DO CRISTÃO” e muito pouco dentro do texto sobre a Trindade e Unidade Divina, sendo assim a abertura sobre unidade ficou um pouco sem sentido uma vez que o maior assunto desenvolvido foi mesmo a vivência da Palavra de Deus.

    Mas por outro lado o cursilho modificou alguma coisa no texto desde que ele foi copiado, porque a página foi alterada e o Link já não indicava o caminho correto, mas não encontrei divergências no texto a que voce se refere.

    Este post tinha por objetivo ligar a Pag do cursilho que havia sido recentemente inaugurada e não estava sendo encontrada, mas agora já voltou ao normal e as buscas a encontram normalmente. Sendo assim retirei o nome do Pe. Françoá do topo da Pagina e coloquei o Título mais conveniente no texto de sua autoria. O post passará a ser encontrado pelo texto sobre unidade e “Trindade”, não mais pelo nome de seu Autor.

    Quanto à palavra “segredo”, diferentemente da palavra “Mistério” é algo que pode ser encontrado e ou desvendado, talvés realmente seja um motivo de discusão se realmente cremos que jamais teriamos um conhecimento pleno daquilo que Deus quer nos revelar.

    Uma certa vez Jesus disse que nos chamava de amigos e não mais servos, porque nos revelou tudo e nada deixou em segredo e em outra ocasião também disse que o Espírito viria para nos guiar a toda verdade, e que somente Ele conhece toda a verdade, porque Ele é o Próprio Deus. SE O ESPÍRITO sANTO QUE É DEUS EM TODA SUA PLENITUDE, foi enviado para habitar em nossos corações, e habita realmente, não existiria motivos para dizermos que não conhecemos Jesus ou que não conseguimos compreender o que Ele nos fala através de suas palavras.

    Um “Mistério” realmente pode ser incompreenssível pela nossa inteligência e sabedoria humana, mas não deveria sê-lo por nosso espírito totalmente envolvido pela presença de Deus através de seus Espírito, porque Ele nos revela até mesmo as profundezas de Deus.

    Sendo assim, realmente haveria muito que discutir somente sobre estas duas palavras e jamais chegariamos a um acôrdo se discutirmos sobre a luz da sabedoria humana e não iluminados pela luz Divina.

    Mas o sentido que eu quis expressar, usando esta palavra, foi simplesmente para tentarmos nos aproximar deste Deus de Amor que é ao mesmo tempo, Pai, Filho e Espírito Santo, sem deixar de ser uma unidade perfeita, ou seja “Iguais”. querendo dizer com isso que nosso Deus está totalmente aberto e perto de nós, muito mais perto do que podemos imaginar e que não existe nada, nem uma parede ou uma palavra, seja ela um “Mistério ou não” que nos impeça de dar um abraço neste Pai de Amor.

    Afinal, o véu que separava, já não separa mais e também já não existe aquele abismo de pecado ou aquele muro de inimizade, que nada possa impedir a nossa aproximação ou o nosso relacionamento com Jesus.

    Que Deus nos abençoe.

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