Rezar a vida

Sempre que puder, encontro-me com o Senhor, entro em oração e esta faz-se com a nossa vida numa mão e o Evangelho na outra.

 

Graça a pedir 

Vontade de acertar

 

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O início de um novo ano académico e de trabalho é um tempo caracterizado por regressos e novas vontades. O tempo de férias trouxe oportunidades de descanso e revisão dos acontecimentos do ano. Às vezes alívio por fazer intervalo em coisas que foram cansando e desgastando e outras desejos de voltar àquilo que caracteriza o que sou e o que faço. Seja retomar a rotina, seja começar novos passos em novas salas e novas paisagens, vivo um momento que tem sabor de início. Como todos os inícios, convém aproveitar para fazer um bom começo, ou entrar com o pé direito.

 

Uma palavra chave para um bom início pode ser decisão. E ligada a esta, coerência. Se, por acaso tive a oportunidade de reflectir no ano passado, reconheço momentos de autenticidade e de motivação; e outros em que fui andando ao sabor da preguiça ou do deixa-andar, aguentando até que passe. Começar uma etapa, mesmo de coisas repetidas, com a decisão de ser autêntico e sentir-me bem em tudo, comigo e com os outros. Será possível? Mais que possível, é uma óptima opção! Há alturas em que apetece um banho a meio do dia, não porque eu esteja sujo, mas porque se sai com outra frescura. A decisão de ser autêntico, tomada em ambiente de confiança e alegria, tem um sabor de novidade, com novas forças e nova motivação.

 

Tomada esta decisão, começa o tempo feliz de ir concretizando a vontade de bem. Aí entra a coerência, a atenção a erros passados que gostaria de evitar, e criatividade para ser melhor. Os momentos de cansaço – físico, psicológico, emocional ou espiritual - são indicadores de que estou a perder relação com a minha vontade de bem. Se não perder de vista esta raiz, em cada dia tenho oportunidade de reforçar aquilo que sou. Transformo a vontade num ciclo virtuoso, iluminado, capaz de mudar coisas em mim e à minha volta que antes não me tinha apercebido. Se algum dia me sentir cansado, esse cansaço será feliz, e isso é uma experiência de grande consolação.

 

No Evangelho, Jesus junta duas realidades que custa entender como se podem unir. Tomar a cruz de cada dia e segui-Lo; sabendo que essa carga é leve! Se a cruz é aquilo que representa os nossos limites e aquilo que certamente será menos bom na nossa vida, a carga de uma vontade centrada em desejos de ser grande e de horizontes largos, acredita…é muito libertadora.
De António Valério sj, 01/09/2008 | Essejota.net 

 

Rezar (um ponto, alguns ou todos, conforme se sentirem tocados)

1. Que situações novas e antigas encontro neste mês de recomeços? Como está o nível de optimismo da minha vontade?
 
2. Sinto-me capaz de parar estes dias para orientar a minha vontade para o bem que posso ser e fazer neste meu novo ano de trabalho?
 
3. Em que coisas posso concretizar a minha vontade de bem? Onde me sinto chamado a ser mais atento, para não repetir erros e para ser mais eu próprio?
 

Atuar  

Ir ao encontro da minha comunidade de vida cristã, seja ela paroquial, seja ela de carisma específico, seja ela de vida corrente. Mas seguindo o exemplo de Jesus, aproximar-me, pôr-me ao serviço, entregar-me aos outros para assim me sentir e estar mais perto de Deus.

 


[imagem: Abstract Garden of Hapiness (2012), Ana Maria Edulescu]

 

Susana Viseu Faria

Cronista Rezar a vida

Casada. Licenciada em Relações Internacionais. Trabalha no SEF. Franciscana de crescimento cristão, presentemente aprendiz e encantada com a espiritualidade inaciana. Animadora de uma CVX. Adora ler, ver filmes e séries e viajar. É uma food lover tourist. Considera-se uma eterna estudante. Forte nas relações. Idealista e produndamente crente nas potencialidades do Homem.

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