Aos cinquenta

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Gosto de compartilhar o que é belo, coisas que me remetam a emoções prazerosas, que me façam suspirar – figuras harmoniosas, que me tirem por instantes da aspereza da finitude, da velocidade em que a vida acontece.

Aos 50, quero iluminar minha mente com coisas belas, me deleitar de esperanças, me surpreender com simples detalhes, me lambuzar da magia que há na harmonia das coisas, me fartar de imagens deslumbrantes, de fotos magníficas, de pinturas fantásticas, de lindas poesias, de crônicas interessantes, de músicas que transportem, alegrem, encantem!

Quero perceber a beleza das pequenas coisas, gastar um tempo em admirá-las, degustá-las, perder-me em absorver a energia benéfica que as belas coisas possuem, entender a grandeza do homem face a simplicidade de gestos que traduzem uma imensidão de coisas mágicas. Simplesmente ser, viver por aquilo que nos traduz enquanto pessoa, pelas pequenas coisas que dizem quem somos.

Que a semana invernal, que começa com sol, traga boas vibrações, que nos ofereça inspiração para seguir jornada, que nos traga a fé, que é alegre e esperançosa, que nos estimule a compartilhar pequenos prazeres.

 

Algo em Mim
Algo em mim pulsa,
Como um grito mudo numa noite escura.
Pulsa com cuidado,
Cativo, quase calado sob a noite sem luar.

Algo em mim se move,
Com cuidado, como um pulso,
Que pulsa lento e bate desatento,
Dentro do meu corpo imóvel.

Algo em mim espera,
Como quem conta os minutos,
Como quem observa de longe,
O tempo passar da janela.

Algo em mim me entedia,
Como um já vi e já sei,
Como o mesmo e o sempre
Caminhos por onde passei.

Algo em mim se expande,
Como perfume, o aroma, o olor,
Como um coração se abrindo
Em graça, ternura; em flôr.

Algo em mim me alimenta,
E mesmo na loucura da vida,
Na caminhada louca e sofrida,
O amor é cura e alento.

Algo em mim acredita,
Mesmo a contragosto,
Mesmo na vida aflita,
Mesmo no fundo do poço,

Que a alegria virá,
E iluminará,
A casa,
Os cantos,
Os móveis,
E tudo mais que a luz alcançar.