Um dado alarmante: Boqueirão tem, no máximo, 5% de água própria para o consumo, confirma Cagepa


A crise hídrica da região de Campina Grande é bem pior do que boa parte da população – e também das autoridades – parece perceber. Os dados oficiais da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) apontam um dado por si só alarmante: Boqueirão conta, atualmente, com uma reserva equivalente a menos de 10% de sua capacidade total, e que vem caindo rápido.

Mas, uma previsão da Agência Nacional das Águas (ANA), confirmada pela Cagepa em primeira mão para o jornalismo da Campina FM, revela um quadro ainda mais assustador. Somente metade da água que ainda resta em Boqueirão poderá ser utilizada para o consumo humano. “A gente monitora diuturnamente a qualidade da água. O que a ANA prevê é que essa situação em que não mais poderá utilizar a água do açude seria um percentual em torno de 4,8% ou 4,6% da sua capacidade”, afirmou o gerente regional da Cagepa, Ronaldo Menezes.

Pelas contas da Cagepa, conforme Ronaldo, esse patamar seria atingido entre janeiro e fevereiro de 2017, caso não haja chuvas expressivas. Ou seja, se o Céu não colaborar, na mais otimista das perspectivas, resta água para no máximo mais nove meses. Só que isso só aconteceria se o consumo fosse de cerca de 0,5% ao mês.

Coincidência ou não, fevereiro de 2017 é o prazo anunciado inúmeras vezes por figuras políticas ligadas ao governo federal para a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco à Boqueirão. Ou seja, a população da segunda maior cidade do estado e de outros vinte municípios terá que depender, para escapar de um colapso total desastroso, de um milagre, seja ele dos céus ou da transposição.

Para ouvir a matéria e a fala do gerente da Cagepa, clique AQUI

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