08/08/2013 15h58 - Atualizado em 08/08/2013 16h36

Governo não descarta retaliação aos EUA por algodão, diz Patriota

Governo americano suspendeu indenizações ao Brasil.
Chanceler espera acordo do Mercosul com UE em um ano.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Antonio Patriota, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (Foto: Lilian Quaino/G1)Antonio Patriota, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (Foto: Lilian Quaino/G1)

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quinta-feira (8) que o governo não descarta a possibilidade de aplicar retaliações ao governo americano pela decisão de suspender os pagamentos ao algodão brasileiro, descumprindo acordo feito no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Segundo afirmou Patriota a empresários, em almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro, a decisão sobre a reataliação será tomada nos próximas meses. Aos empresários ele disse que não descarta hipóteses como uma retaliação no âmbito de serviços ou de propriedade intelectual, por exemplo.

Na quarta-feira (7), o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, anunciou em entrevista a uma agência de notícias, que seu país vai suspender os pagamentos mensais ao Brasil referentes à condenação dos EUA no contencioso do algodão na OMC. Em 2010, para que o Brasil não aplicasse sanções anuais de US$ 830 milhões aos EUA, permitidas pela OMC por conta dos subsídios julgados ilegais ao algodão, Washington aceitou pagar US$ 147 milhões por ano ao Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), criado para gerir os recursos.

Mercosul e UE
Antonio Patriota disse ainda que espera que em um ano, ou pouco mais que isso, seja concluído o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, cujas negociações, segundo disse, foram retomadas com forte apoio da indústria brasileira.  Em seu discurso aos emrpesários, ele disse que a partir do dia 15, o Paraguai volta a participar das negociações, embora Horacio Cartes, presidente eleitodo país, que toma posse naquele dia, tenha anunciado que seu governo vai manter sua postura contra o Mercosul.  O Paraguai foi suspenso do bloco em 29 de junho de 2012 por conta da cassação do presidente Fernando Lugo pelo Parlamento.

Nessa mesma data, Brasil, Argentina e Uruguai aprovaram a entrada da Venezuela no bloco, que o Senado paraguaio bloqueaa por anos.

"Até o fim de 2013 serão trocadas ofertas melhoradas para avançar na negociação. Ficamos mais fortes economicamente enquanto a UE passa por dificuldades", disse.

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