Que mistérios escondem os sinais de Maio... A natureza que revigora, o "verde fresquinho" da Primavera, que chama de novo à vida animais e plantas, os cheiros que regressam, com a promessa de dias mais quentes e longos, e os fins-de-tarde com as contas do Rosário, a dar ritmo novo ao caminho... Desde a minha infância que Maio me fala de Ti, Maria!

Pareces vir pedir-nos que deixemos para trás as agruras do Inverno, para conTigo abraçarmos a luz nova do teu Filho, qual sol da Primavera! Tantos sinais! Tanto amor!

E hoje? Como a Jesus, no templo, continuas a procurar-nos hoje? Uma mãe nunca deixa de procurar o filho... De lhe falar... De lhe mostrar o melhor caminho... Talvez seja tempo de te reencontrar, de regressar a Ti, de te perceber (n)a vida. É pouco o que ficou escrito; é imenso o que nos revelas. A maravilha de te sentires profundamente amada por Deus transformou a tua existência. A confiança serena nos momentos de maior angústia, a disponibilidade ilimitada na hora de maior interrogação... O amor pelo teu Filho, que, de tão transcendente, se espalhou por cada homem que alguma vez habitou a terra!

Que significado tem hoje a tua vida simples de há 2000 anos? Num mundo marcado pela mediatização, que expõe o mau, o terrível, a violência e as desigualdades? Que mostra o quanto é possível afastarmo-nos do que acredito ser o plano original? Viveste a violência contra o teu Filho, conheceste certamente a discriminação contra os leprosos da tua sociedade, o teu povo foi subjugado por um poder que violava as suas crenças mais profundas... E ainda assim não te deixaste quebrar pela tristeza ou pela raiva, e rasgaste o tempo com o teu Sim. O mesmo Sim de amor que continuas a gritar aos teus filhos, nos desafios de cada geração... É exatamente aqui, neste Maio em que nos encontramos, que precisamos de voltar a Ti, Maria…

Dá-nos a resistência do peregrino, para enfrentarmos a estrada de cada dia...

Dá-nos a doçura do teu coração de Mãe, para quando precisarmos de ouvir palavras que não compreendemos...

Dá-nos a graça de te sentirmos ao nosso lado, nos nossos dias de calvário...

Para que a alegria do Ressuscitado irrompa em nós, qual manhã de Páscoa, e vivamos rezando baixinho… ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço toda a Vós!