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ITB - REVISTA 20 ANOS

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Aprendizado que<br />

marca a vida.<br />

<strong>20</strong> Anos


Memória<br />

Leosino Bizinotto, irmão de Tarcísio Bisinotto.<br />

2<br />

2<br />

ão há como falar sobre<br />

quem foi Tarcísio Bisinotto<br />

sem remontar à cidade de<br />

Conquista, Minas Gerais,<br />

onde ele nasceu; e, também, ao distrito<br />

de Jubaí, onde viveu seus primeiros<br />

dois anos de vida; e, ainda, à Fazenda<br />

Córrego dos Machados, para onde seus<br />

pais José (já falecido) e Helena (hoje<br />

com 92 anos de idade) se mudaram.<br />

Mais marcante foi, todavia, o tempo<br />

em que viveu em Alvorada, distrito de<br />

Tupaciguara, hoje Araporã, onde teve<br />

uma infância feliz, dentro de uma família<br />

amorosa e unida.<br />

Essa infância foi compartilhada por<br />

mim, Leosino, irmão dois anos mais<br />

novo. Era com ele que eu brincava; já<br />

que Virginaldo (que morreu poucos<br />

dias após nascer), Matilde, Agostinho,<br />

Ester, Geraldo, Ercília, Mário Roberto e<br />

Alexandre eram, em escala descendente,<br />

sempre dois anos, ou mais que isso, mais<br />

novos.<br />

Dessa infância feliz, não tem como<br />

esquecer as brincadeiras daquela época:<br />

junto com muitos outros colegas, dávamos<br />

uma fugidinha de casa para jogar bolinhas<br />

de gude e brincar de lançar peão com uma<br />

corda para girar no chão. Mas Tarcísio<br />

especialista mesmo era na construção de<br />

pipas: tão grande era sua habilidade que<br />

não conseguia fabricá-las o suficiente para<br />

atender às encomendas dos colegas da<br />

mesma idade...<br />

Como toda criança, sempre juntos,<br />

Tarcísio e eu fazíamos alguma “arte” de<br />

vez em quando: subíamos em árvores e,<br />

com frequência, éramos surpreendidos<br />

pelo Sr. José Macedo, nosso pai, com um<br />

cinto na mão ou uma vara de marmelo.<br />

Ele chegava preparado para nos dar<br />

uma bela surra, conduta que, naquela<br />

época, era considerada normal na<br />

educação dos filhos... Hoje, claro, são<br />

outros os tempos e, apesar de se cantar<br />

que “um tapinha só não dói”, existe a Lei<br />

da Palmada.<br />

Tudo para nós era muito gostoso,<br />

mesmo com as surras e levando uma<br />

vida simples, pois não havia esse<br />

aprisionamento de hoje em dia... Sim,<br />

tudo era lindo até que um acidente de<br />

carroça, puxada por um burro bravo,<br />

que disparou numa estrada “boiadeira”,<br />

levou nosso pai e o Tarcísio para o<br />

hospital. Esse acidente marcou nossas<br />

vidas, pois trouxe muita dor e sofrimento<br />

por causa das pernas quebradas de<br />

ambos e por aumentar as dificuldades<br />

da família. É que o pão de cada dia,<br />

um dia conquistado com os ganhos de<br />

uma pequena padaria e de um pequeno<br />

comércio, passou a ser adquirido com<br />

o cultivo de um viveiro de mudas ou a


venda de alguma coisa na rua para<br />

sobreviver. O que nos salvou da fome foi<br />

a madioca que o nosso pai plantava na<br />

área do viveiro de mudas. Então, o que<br />

comíamos era mandioca: mandioca no<br />

almoço, mandioca no jantar, mandioca<br />

com leite, mandioca com açúcar.<br />

Diga-se de passagem que Tarcísio,<br />

assim como os outros irmãos, levava uma<br />

vida muito religiosa... Quando o padre<br />

ia de Tupaciguara para a Alvorada<br />

rezar missa, era em nossa casa que ele<br />

ficava... Dessa época, guardamos uma<br />

foto marcante: a foto de nossa Primeira<br />

Comunhão.<br />

Com o tempo, acabamos mudando<br />

para Tupaciguara, onde passamos a<br />

morar na chácara de um tal Sr. Alfredo.<br />

Caramba, como tinha cobra naquele<br />

lugar! Lembro-me das bananeiras e<br />

da hortaliça que nosso pai plantava, e<br />

das longas e cansativas caminhadas,<br />

minhas e do Tarcísio, para vender esses<br />

produtos. Lembro-me dos regos d’água,<br />

onde, certa vez, a Ercília, ainda pequena,<br />

se afogou, escapando por pouco.<br />

Dessa chácara do Sr. Alfredo,<br />

mudamos para outra, conhecida como<br />

Chácara dos Padres, mais afastada,<br />

próxima a uma região de muito<br />

cerrado. Lembro-me que nosso pai, o<br />

Sr. José Macedo, pela manhã, fabricava<br />

vassouras. Ele, Tarcísio e eu saíamos<br />

para vendê-las, porque era com aquele<br />

dinheiro que comprávamos o necessário<br />

para o almoço da família. Morando<br />

nessa chácara é que Tarcísio, ainda<br />

adolescente, frequentou, com excelente<br />

desempenho, o Ginásio Tupaciguara,<br />

que o preparou para voos mais elevados.<br />

Daí é que Tarcísio conseguiu uma vaga<br />

de trabalho na Usiminas, mudandose<br />

para Ipatinga, onde trabalhou por<br />

vários anos. Nessa época, não mais<br />

estávamos juntos... Fiquei sabendo<br />

por carta, pois eu estudava em regime<br />

de internato em outra cidade. Mesmo<br />

muito jovem, vivendo sozinho, longe de<br />

casa, Tarcísio se dedicou ao trabalho<br />

na Usiminas e aos estudos, formandose,<br />

inicialmente, em Filosofia e,<br />

posteriormente, em Administração.<br />

Daí para o casamento com Inez, foi um<br />

passo. Apesar da chuva que não parava<br />

de cair, foi um dia lindo. Até parece que<br />

foi aquela chuva que irrigou aquelas<br />

almas cheias de amor para que, desse<br />

casamento, nascessem Renata e Rogério.<br />

Adulto, casado, pai, Tarcísio, então,<br />

alça voo na direção da capital: Belo<br />

Horizonte acolheu essa linda família.<br />

Após morar em dois bairros de BH,<br />

Tarcísio realiza mais um sonho<br />

construindo sua casa no Bairro<br />

Belvedere, onde os filhos, protegidos<br />

pelo paternal cuidado, cresceram e<br />

estudaram. Quanta alegria! Quanta<br />

felicidade!<br />

Senão quando, surge a doença: um<br />

câncer. Qual seria o tempo de vida?<br />

Era preciso planejar uma série de<br />

coisas: deixar os filhos encaminhados e,<br />

sobretudo, viver. Viver enquanto se tem<br />

vida...<br />

Foi daí que veio a ideia: que tal uma<br />

viagem para o exterior? Sim. Tarcísio e<br />

Inez viajaram para a Europa e tiveram<br />

a oportunidade de conhecer inúmeros<br />

países. Mas, ao retornar, outro país o<br />

esperava, o país chamado “sofrimento”,<br />

cuja capital foi a UTI. Os olhos de<br />

todos os familiares enchem de lágrimas<br />

quando se recordam daqueles momentos<br />

de dor intensa, provocada por um câncer<br />

terrível.<br />

Foi então que compreendemos que<br />

a morte alivia a dor. Tarcísio faleceu,<br />

mas deixou um legado, inspirou para<br />

que Inez e Renata levassem avante<br />

um projeto bonito: o Instituto Tarcísio<br />

Bisinotto, que enorme contribuição<br />

veio trazer para a Educação em Belo<br />

Horizonte.<br />

3<br />

3


Memória<br />

HISTÓRIA E<br />

MEMÓRIAS<br />

Inaugurado em 1997, o Instituto Tarcísio Bisinotto<br />

(<strong>ITB</strong>), com intuito de formar pessoas com caráter<br />

crítico e inovador, foi a primeira escola do bairro<br />

Belvedere, em Belo Horizonte.<br />

O <strong>ITB</strong> foi projetado em um prédio de três andares,<br />

para atender a alunos com idades entre 4 meses e<br />

6 anos, do berçário ao infantil. O objetivo do instituto,<br />

desde então, foi oferecer um ambiente lúdico e com<br />

infraestrutura apropriada para cuidados e educação<br />

de seus alunos.<br />

A entrada principal foi revitalizada e a entrega das<br />

crianças pode ser feita pela sala de espera ou pela<br />

área de embarque e desembarque. Os pais podem<br />

entregar e buscar os filhos com tranquilidade e<br />

segurança.<br />

4


Estrutura Adequada<br />

A localização privilegiada do <strong>ITB</strong>, em<br />

frente à Serra do Curral, se une a uma<br />

infraestrutura de acessibilidade para as<br />

crianças. O Instituto oferece espaços<br />

conjugados para atividades educativas,<br />

turmas reduzidas para favorecer o<br />

aprendizado e sala de amamentação<br />

para conforto das lactantes.<br />

As salas dos berçários são<br />

aconchegantes e estruturadas para<br />

estímulos adequados aos bebês.<br />

Os alunos do Infantil utilizam, além<br />

das salas convencionais, com mesas e<br />

cadeiras, salas destinadas às atividades<br />

que demandam espaço, como por<br />

exemplo, atividades de solo, lúdicas,<br />

teatrais, artísticas, psicomotoras entre<br />

outras.<br />

O salão de multimeios é utilizado como<br />

espaço educativo e também para os<br />

eventos do <strong>ITB</strong>.<br />

O pátio da escola conta com tanque de<br />

areia, escorrega, castelo, casa na árvore,<br />

chuveirão e pista de velotrols. O <strong>ITB</strong><br />

conta, ainda, com dois pátios laterais que<br />

completam os espaços externos da escola.<br />

5


Memória<br />

1897<br />

linhado tempo<br />

Renata de Castro Macedo<br />

Diretora do Instituto Tarcísio Bisinotto<br />

É com muita alegria que publico<br />

a edição comemorativa dos vinte<br />

anos do Instituto Tarcísio Bisinotto.<br />

A história do <strong>ITB</strong> é fruto de muitas<br />

outras histórias que não caberiam<br />

nesta revista comemorativa. Então,<br />

vou fazer uma breve linha do tempo<br />

para você, querido leitor, viajar um<br />

pouco na história que começou bem<br />

antes desses vinte anos.<br />

1997<br />

O Instituto iniciou suas atividades com um bebê<br />

e quatro crianças de maternal. A estrutura do<br />

primeiro andar estava pronta para receber seus<br />

novos alunos a partir daquele ano.<br />

Oriundos de Lutrano,<br />

província de Treviso, na<br />

Itália, em 1897, cinco irmãos<br />

Bizinotto com suas famílias<br />

imigraram para o Brasil,<br />

aqui chegando em <strong>20</strong> de<br />

setembro. O primitivo habitat<br />

da família Bizinotto no Brasil<br />

foi a fazenda do Lageado, de<br />

propriedade do Dr. Orlando<br />

Gabriel Junqueira, nos<br />

arrebaldes de Conquista,<br />

estado de Minas Gerais.<br />

1995<br />

1944<br />

Em 1925, nasceu Helena e,<br />

em 1944, nasceu Tarcísio<br />

Bisinotto, que teve um<br />

pouco da sua história<br />

contada pelo irmão Leosino,<br />

na página 2 desta revista.<br />

Em, 1995, Inez e Renata iniciaram as obras do<br />

Instituto Tarcísio Bisinotto. Edificar uma obra<br />

que oferecesse educação diferenciada era o<br />

sonho das fundadoras. As obras tiveram início<br />

ao final de 1995, e o Instituto foi inaugurado em<br />

fevereiro de 1997, cem anos após a chegada<br />

dos cinco irmãos Bizinotto em terras brasileiras.<br />

6


<strong>20</strong>07<br />

Nos cinco anos seguintes, novos educadores integraram a equipe<br />

do Instituto Tarcísio Bisinotto para acolher as novas turmas e<br />

novos alunos. Na secretaria da escola, Adriana e Karla passam<br />

a receber as familias, apresentando a estrutura e proposta<br />

pedagógica com empatia. Nesse período, Ubirani também<br />

passou a fazer parte da equipe, inicialmente, como assistente<br />

de coordenação e, posteriormente, como assistente de direção,<br />

integrando família, equipe e alunos.<br />

<strong>20</strong>1 7<br />

Em <strong>20</strong>17, a fachada foi<br />

revitalizada, e iniciamos a<br />

grande novidade do ano:<br />

ensino bilíngue. Inovação<br />

sempre, sem perder o foco<br />

na educação diferenciada.<br />

<strong>20</strong>02<br />

<strong>20</strong>12<br />

Com quinze anos completos, o Instituto dá um grande passo qualitativo: Melissa<br />

e Cláudia, professoras do <strong>ITB</strong> até então, assumem coordenações na busca da<br />

excelência no atendimento e formação continuada de educadores.<br />

O currículo foi enriquecido com novos projetos, tais como Sustentabilidade e<br />

Escola Aberta. O prédio foi novamente reformado para atender às normas de<br />

sustentabilidade.<br />

Nesse período, também foi implantada a Agenda Digital, com informações em<br />

tempo real da rotina escolar.<br />

Em <strong>20</strong>02, foi iniciada a<br />

primeira reforma do prédio.<br />

Cinco novas salas foram<br />

construídas para receber<br />

as turmas de quatro, cinco<br />

e seis anos. A primeira<br />

formatura do infantil foi<br />

motivo de muito orgulho.<br />

Após esta pequena viagem pela linha<br />

do tempo, convido você a conhecer<br />

um pouco mais do trabalho do<br />

Instituto Tarcísio Bisinotto através dos<br />

projetos, diferenciais e publicações<br />

dispostos nas páginas seguintes.<br />

Tenham todos uma excelente leitura.<br />

Com carinho, Renata.<br />

7


Diferenciais<br />

AGENDA<br />

DIGITAL<br />

O<br />

Instituto Tarcísio Bisinotto<br />

acredita que as tecnologias<br />

devem ser usadas para facilitar<br />

e automatizar os meios de contato,<br />

gerando mais segurança, confiabilidade<br />

e agilidade nas informações.<br />

Acompanhando a tendência e as novas<br />

formas de interação, desde <strong>20</strong>15,<br />

disponibilizamos a Agenda Digital para<br />

smartphones e web.<br />

Esse aplicativo promove melhorias<br />

na interação entre pais, alunos e a<br />

escola. Com o APP, os pais recebem<br />

mensagens, circulares, fotos e a rotina<br />

em tempo real. O aplicativo está<br />

disponível para sistemas iOS (iPhone)<br />

e Android. A instalação é simples e<br />

gratuita.<br />

ADAPTAÇÃO<br />

A<br />

volta às aulas, no Instituto Tarcísio Bisinotto, é<br />

um momento de acolhida das famílias novatas<br />

e veteranas, momento em que é esperado<br />

o estranhamento das crianças, principalmente das<br />

menores de três anos. Nesse processo de adaptação,<br />

todos os esforços estão centrados em acompanhar,<br />

apoiar e fortalecer a criança para que possa superar<br />

os temores pertinentes de uma nova e desconhecida<br />

situação. A criança necessita ver os pais seguros para<br />

sentir-se segura, pais confiantes para poder confiar, e<br />

esses pais precisam estar abertos a uma comunicação<br />

sincera, expondo à escola seus temores, expectativas<br />

e dúvidas.<br />

A máxima do período de adaptação e readaptação é<br />

o diálogo - entre a família e a escola, entre os pais e a<br />

criança e entre a criança e os educadores. Um diálogo<br />

uniforme e sensível, que estimule a confiança da<br />

criança acerca dos novos colegas, das educadoras, das<br />

brincadeiras e das rotinas.<br />

8


SUSTENTABILIDADE<br />

É<br />

um projeto orientado pela<br />

teoria dos 5Rs (repensar,<br />

reduzir, recusar, reciclar e<br />

reutilizar), que está no currículo<br />

dos alunos desde o berçário até o<br />

Infantil 5.<br />

O <strong>ITB</strong> acredita e aposta em ações<br />

de sustentabilidade, como o uso das<br />

sacolas retornáveis, a construção de<br />

brinquedos com material reciclado,<br />

o descarte do resíduo, pelos<br />

educadores e alunos, em coletores<br />

apropriados e a prática de uma<br />

alimentação saudável.<br />

Incentivamos a cultura de sustentabilidade a fim<br />

de promover práticas educativas que garantam a<br />

continuidade dos aspectos ambientais do planeta.<br />

Aprender a consumir de forma consciente e<br />

reaproveitar nossos resíduos é uma forma de<br />

enriquecer o conhecimento.<br />

Nossos alunos, ao transformar o lixo, experimentam<br />

técnicas que estimulam o saber e o aprender<br />

com o pouco que vira muito e pode também<br />

ser compartilhado. Montar uma horta na escola<br />

também é uma forma enriquecedora de trabalhar a<br />

sustentabilidade; técnicas de plantio são ensinadas<br />

aos alunos, que cultivam alimentos para o próprio<br />

consumo.<br />

Dessa forma, as crianças convivem com conceitos<br />

de sustentabilidade, conteúdos e aprendizados que<br />

ficarão por toda a vida.<br />

9


Projetos<br />

HÁBITOS<br />

SAUDÁVEIS<br />

10<br />

A<br />

escola é um espaço privilegiado para<br />

a promoção de hábitos saudáveis e<br />

desempenha papel fundamental na formação<br />

desses valores. O projeto de hábitos saudáveis do<br />

<strong>ITB</strong> tem como objetivo promover, desde cedo, os<br />

seguintes hábitos:<br />

• alimentação: estímulo aos bons hábitos alimentares,<br />

ressaltando a importância de uma alimentação<br />

variada;<br />

• escovação de dentes: funciona como uma orientação<br />

sobre a importância, a frequência e a forma correta de<br />

se cuidar dos dentes;<br />

• banho: o banho representa muito mais do que um<br />

simples hábito de limpeza. O banho diário pode ser, na<br />

verdade, uma das melhores maneiras de promover a<br />

saúde;<br />

• banho de sol para o berçário: o banho de sol,<br />

diariamente, é de extrema importância para um<br />

perfeito desenvolvimento da estrutura óssea do<br />

bebê, pois é através dos raios solares que a vitamina<br />

D, fornecida pela alimentação, será metabolizada e<br />

auxiliará na absorção do cálcio;<br />

• sono: o sono é importante para a aprendizagem,<br />

para a regulação da emoção e para o crescimento,<br />

além de ser uma necessidade fisiológica. Portanto,<br />

quando a criança tem sono, essa necessidade deve<br />

ser atendida.<br />

NUTRIÇÃO<br />

O<br />

Instituto oferece quatro refeições diárias<br />

balanceadas e elaboradas por nutricionista, a<br />

saber, colação, almoço, lanche da tarde e jantar.<br />

O Momento da Fruta é um dos projetos promovidos<br />

pelo Instituto, com o objetivo de estimular a<br />

alimentação saudável e a socialização de hábitos<br />

como compartilhar, oferecer, agradecer pelo alimento.<br />

As crianças executam, ainda, tarefas como agrupar,<br />

dividir, contar e nomear as frutas.<br />

Outro projeto institucional que colabora com a<br />

nutrição é a Cozinha Experimental, cujo objetivo<br />

é complementar, facilitar e estimular os alunos<br />

e professores na busca de diferentes sabores e<br />

saberes. Nesse processo, são utilizados diferentes<br />

recursos didáticos na prática pedagógica, como, por<br />

exemplo, o preparo de um bolo - degustar e separar<br />

os ingredientes, misturá-los, preparar a forma, colocar<br />

a massa para assar e, finalmente, saborear.


Educação infantil<br />

bilíngue<br />

O<br />

ambiente escolar, principalmente a educação<br />

infantil, é um terreno fértil para a aquisição<br />

de uma segunda língua, já que é o lugar<br />

onde se trabalha o desenvolvimento integral da<br />

criança: aspecto motor, afetivo, social e cognitivo. Por<br />

isso, ampliar as possibilidades de comunicação do<br />

aluno é também ampliar as possibilidades de ação e<br />

transformação na sua vida.<br />

As crianças e jovens de hoje estão crescendo em<br />

um mundo totalmente pluricultural e interligado. Com<br />

isso, os pais veem, cada vez mais, a necessidade de<br />

proporcionar aos filhos uma educação alinhada com<br />

esse cenário globalizado. O domínio de outras línguas,<br />

principalmente do inglês, idioma mais falado em todo<br />

o mundo, é essencial para que essa geração tenha<br />

acesso a todas as oportunidades ao longo de sua vida<br />

profissional.<br />

Diante dos diversos benefícios proporcionados pela<br />

fluência na Língua Inglesa, muitos pais ficam em<br />

dúvida entre matricular seus filhos em uma escola de<br />

idiomas, seja em instalações independentes ou dentro<br />

dos colégios, ou em instituições que trabalhem com<br />

um programa específico e estruturado de educação<br />

bilíngue. Os dois métodos são bastante distintos,<br />

o que pode ser observado desde o objetivo geral e<br />

foco dos estudos de cada um. A finalidade principal<br />

de um programa de educação bilíngue é mediar a<br />

construção da língua através de uma educação global<br />

e significativa, com foco na fluência, enquanto o curso<br />

de inglês baseia-se em desenvolver a competência<br />

linguística com foco na estrutura do idioma.<br />

No <strong>ITB</strong>, a proposta pedagógica do programa de<br />

educação bilíngue é dar aulas em inglês, permitindo<br />

que o aluno se aproprie do segundo idioma,<br />

utilizando-o fluentemente e com naturalidade.<br />

Além disso, há outros benefícios proporcionados<br />

pelo bilinguismo, como mais flexibilidade, confiança,<br />

independência e respeito à diversidade.<br />

11


Diferenciais<br />

Família<br />

na escola<br />

Uma parceria<br />

de sucesso<br />

“O <strong>ITB</strong> é um achado em nossas vidas! O<br />

nosso bebê ama ir à escolinha. Lá é o seu<br />

segundo lar, já que passa a maior parte<br />

do dia. Estamos apaixonados! A didática<br />

adotada, atenção, carinho e a segurança que<br />

nos transmitem. Poder acompanhar a rotina<br />

do nosso pequeno a cada momento, através<br />

do aplicativo, é maravilhoso. A dedicação é<br />

diferenciada e só temos a agradecer pela<br />

existência dessa linda equipe, que faz um<br />

trabalho exemplar e, sobretudo, familiar.<br />

Parabéns!”<br />

Sílvia e Henrique, pais do José Henrique.<br />

“Agradeço ao <strong>ITB</strong> por esses<br />

5 anos de Marina e 3 anos de<br />

Caio. Foram muitos momentos<br />

de angústia, dúvidas, incertezas,<br />

inexperiências, transformados<br />

em acolhidas, alegrias,<br />

aprendizado, conquistas e muito<br />

carinho.”<br />

Leila e Brunno, pais da Marina<br />

e do Caio.<br />

“A nossa filha Helena estuda no Instituto Tarcísio<br />

Bisinotto desde os 04 meses de vida! Era um bebê<br />

quando chegou lá. Já se passaram mais de 4 anos...<br />

No começo, me senti insegura, mas, em muito pouco<br />

tempo, a insegurança se transformou em segurança<br />

total. Ela sempre foi muito bem cuidada, com todo<br />

carinho e atenção!<br />

O bebê cresceu e se desenvolveu rapidamente, e foi<br />

fácil perceber as mudanças, como firmeza no corpo,<br />

coordenação motora, primeiros passos, etc.<br />

A escola possui aspectos que, para nós, são<br />

de grande importância, como: carinho, cuidado<br />

e muita atenção com as crianças, alimentação<br />

saudável e incentivo ao experimento pelos sabores<br />

desconhecidos, atividades diárias que trabalham<br />

a criatividade, conhecimento e descobrimento de<br />

inúmeras coisas, uso de material reciclado, respeito<br />

aos colegas e aos educadores, entre outros.<br />

A cada dia, é possível notar o desenvolvimento da<br />

Helena. O melhor para nós, pais, é vê-la feliz na escola,<br />

cheia de amigos e aprendendo muito, diariamente!”<br />

Raquel e Mateus, pais da Helena.<br />

“O <strong>ITB</strong> é considerado por nossa família<br />

como uma segunda casa. E dizemos<br />

‘família’ porque, não só a Tetê se sente<br />

em casa quando na escola, todos nós<br />

fomos acolhidos e somos muito gratos<br />

pelo carinho e pelo cuidado com as<br />

crianças. O <strong>ITB</strong> é, sem dúvida, uma<br />

parte importantíssima de nossa história<br />

e corresponsável por grande parte do<br />

aprendizado que a Tetê adquiriu ao longo<br />

de sua vidinha.”<br />

André e Sophia, pais da Maria Thereza.<br />

12


“Há 4 anos, o Antonio estuda no <strong>ITB</strong>. Nesse tempo,<br />

temos desfrutado de um atendimento personalizado,<br />

por meio de orientações pedagógicas úteis e<br />

eficientes à sua formação pessoal.”<br />

Angela Chaves, mãe de Antonio Neto.<br />

"Todos os dias, o <strong>ITB</strong> nos confirma que fizemos a escolha<br />

certa para o início da vida escolar de Pedro. Agradecemos o<br />

profissionalismo, o comprometimento e o acolhimento de todos<br />

da escola com a nossa família! Parabéns, <strong>ITB</strong>, pelos vinte anos!"<br />

Cristiane e Elayr, pais do Pedro Carvalho Wanderley Dias.<br />

“Sempre sonhamos em encontrar parceiros nessa<br />

jornada que é a de criar filhos, educar.<br />

Num momento de oração, pedi luz a Deus,<br />

que fosse abençoada por um caminho, e assim<br />

aconteceu!<br />

Passando por ruas e ruas, procurando em meu<br />

trajeto diário, encontrei o <strong>ITB</strong>. A segunda casa do Isac,<br />

o segundo lar do meu mais precioso bem!<br />

Lá dentro, anjos, simplesmente anjos que Deus<br />

escolheu para cuidar de nossos filhos. Surpreendome<br />

a cada dia, cada ato de cuidado e amor.<br />

Agradeço, todos os dias, por ter encontrado vocês,<br />

por participarem da minha vida e da vida do Isac. Por<br />

serem a base e o apoio que precisava.<br />

Realmente, algumas coisas na vida não tem preço...<br />

Oro todos dias por cada um de vocês e agradeço<br />

por estarem na vida do Isac. Que Deus continue<br />

iluminando cada um de vocês para que continuem<br />

nessa valiosa missão: CUIDAR!<br />

Obrigada de coração!”<br />

"Visitamos mais de 10 escolas infantis, em BH<br />

e em Nova Lima, quando decidimos matricular<br />

a Elisa.<br />

Nosso foco era encontrar uma escola de<br />

acordo com os nossos valores, para uma primeira<br />

infância mais leve, e não apenas uma escola<br />

perto de onde morávamos.<br />

O <strong>ITB</strong> foi a nossa última visita e a única que<br />

sentimos ter encontrado o que buscávamos.<br />

Sentimos muita confiança no profissionalismo<br />

e dedicação das(os) profissionais do <strong>ITB</strong>, uma<br />

escola focada no desenvolvimento gradual e sem<br />

modismos para nossa filha.<br />

Acreditamos que a maior base é a família, mas<br />

que seja alicerçada com valores pedagógicos e<br />

sociais complementados em uma escola como<br />

o <strong>ITB</strong>.<br />

Obrigado.”<br />

Alberto e Vanessa, pais da Elisa.<br />

Isabella, mãe do Isac.<br />

“O <strong>ITB</strong> faz toda diferença no<br />

desenvolvimento psicopedagógico<br />

da Ana Maria, somos gratos por<br />

todo o cuidado que a escola tem<br />

por ela. Parabéns a todos pelo lindo<br />

trabalho. Obrigado!”<br />

Cris e Mariano, pais da Ana Maria.<br />

13


Projetos<br />

INTEGRAL<br />

Esse projeto visa atender aos pais que<br />

trabalham fora de casa o dia todo e buscam<br />

um atendimento diferenciado e provocador<br />

de conhecimentos. Tem a finalidade de propor uma<br />

formação global para as crianças que ficam na escola,<br />

no turno e contraturno, oferecendo um espaço que<br />

permite novas possibilidades em um tempo qualitativo<br />

e significativo.<br />

O integral é estruturado de forma a garantir<br />

flexibilidade no horário de atendimento. O projeto<br />

prevê, no contraturno, oficinas, brincadeiras dirigidas,<br />

momentos de leitura, realização das tarefas escolares<br />

e várias brincadeiras livres, ocupando o tempo<br />

de uma forma organizada e com supervisão das<br />

educadoras. Esse tempo a mais na escola representa,<br />

para a criança, mais tempo de convivência com outras<br />

crianças da mesma idade e mais experiências lúdicas,<br />

desafiadoras e prazerosas.<br />

14


Tarde Jogos<br />

e brincadeiras<br />

Projetos<br />

Tarde Literária<br />

Tarde Esportiva<br />

Tarde Gourmet<br />

Tarde Artística<br />

Tarde Jogos<br />

e brincadeiras<br />

Tarde Literária<br />

Tarde Gourmet<br />

Tarde Esportiva<br />

Tarde Artística<br />

Tarde Jogos<br />

e brincadeiras<br />

Tarde Literária<br />

Tarde Esportiva<br />

Tarde Gourmet<br />

Tarde Gourmet<br />

Tarde Artística<br />

Tarde Artística<br />

15


Projetos<br />

MUSICALIZAÇÃO<br />

A<br />

música é a linguagem que se traduz em formas<br />

sonoras capazes de expressar e comunicar sensações,<br />

sentimentos e pensamentos, por meio da organização<br />

e relacionamento entre o som e o silêncio. É uma das formas<br />

importantes de expressão humana, o que, por si só, justifica sua<br />

presença no contexto da educação.<br />

PSICOMOTRICIDADE<br />

As aulas de educação física, no Instituto Tarcísio Bisinotto, têm<br />

por objetivo trabalhar aspectos físicos e motores dos alunos.<br />

Para que isso aconteça, é necessário conhecer e respeitar a<br />

individualidade dos alunos, assim como tornar as atividades<br />

prazerosas, por isso, elas têm um lado lúdico.<br />

Essas aulas são realizadas no campo de grama sintética e no<br />

salão multimeios da escola.<br />

CIRANDA DE<br />

LIVROS<br />

O projeto de literatura tem como<br />

objetivos: possibilitar à criança a<br />

aquisição e desenvolvimento da<br />

fala; desenvolver a capacidade de<br />

expressar-se corporalmente; e<br />

interessar-se pelos contos.<br />

No Instituto, as famílias são<br />

convidadas a participar junto com<br />

seus filhos desse processo, por meio<br />

do projeto Ciranda de Livros, quando<br />

as crianças levam livros de literatura<br />

para casa.<br />

16


ESCOLA<br />

ABERTA<br />

A<br />

Escola Aberta é o momento dos<br />

alunos compartilharem com as<br />

famílias o trabalho realizado a<br />

partir de um tema anual, escolhido pelo<br />

<strong>ITB</strong>. A diversidade temática sugerida,<br />

anualmente, já caminhou pelas artes,<br />

música, literatura, jogos e brincadeiras,<br />

sustentabilidade, entre outras propostas<br />

que estimulam o desenvolvimento das<br />

crianças, nos aspectos físico, cognitivo,<br />

afetivo, social, promovendo a construção<br />

do conhecimento. Atrelado ao evento<br />

Escola Aberta, temos o Leilão Solidário, no<br />

qual as famílias contribuem com doações<br />

que são encaminhadas para instituições<br />

parceiras.<br />

VALORIZAÇÃO DA<br />

EQUIPE E FORMAÇÃO<br />

CONTINUADA<br />

A<br />

convivência ética na equipe <strong>ITB</strong> passa<br />

pelos valores que prezamos na escola:<br />

valores humanos e ambientais. Esses<br />

valores se concretizam, entre outras posturas,<br />

através do respeito, da escuta, tolerância,<br />

motivação, comemoração de aniversários<br />

e viagens para festejar o dia do educador. A<br />

equipe se fortalece e constrói vínculos efetivos<br />

e duradouros a cada dia. O trabalho, feito<br />

com amor e competência técnica, também<br />

é fruto do investimento que o <strong>ITB</strong> mantém<br />

na formação da equipe, através de palestras,<br />

workshops, dinâmicas, treinamentos, vivências<br />

e cursos. Os encontros são realizados uma vez<br />

por mês. O retorno disso vem todos os dias,<br />

com demonstrações de afeto e gratidão dos<br />

alunos e suas famílias.<br />

17


Educação<br />

A hora do<br />

desfralde<br />

O<br />

desfralde, depois do andar e falar, é considerado<br />

uma das fases mais importantes para o<br />

desenvolvimento infantil. Por isso, costuma<br />

trazer ansiedade para os pais, que querem ver logo<br />

os seus filhos livres das fraldas e com controle total<br />

dos esfíncteres, mas, ao mesmo tempo, relutam em<br />

ver o bebê sair de cena e dar lugar a uma criança<br />

independente e autônoma.<br />

Para resolver esse impasse emocional, é preciso<br />

entender que a retirada de fraldas é uma fase normal e<br />

deve ser respeitada como todas as outras. Geralmente,<br />

as crianças apresentam os primeiros indícios de<br />

maturidade para o desfralde por volta dos dois anos:<br />

- maturidade fisiológica: a criança controla os<br />

esfíncteres (músculos responsáveis pela expulsão das<br />

fezes e urina), a fralda fica seca por longos períodos<br />

durante o dia, inclusive após a soneca diurna;<br />

- maturidade motora: a criança fica de cócoras, cruza as<br />

pernas, sobe e desce de obstáculos, tira a própria roupa<br />

(desde que de fácil manuseio, como as que têm elástico<br />

na cintura, sem zíper ou botões), tem equilíbrio;<br />

- maturidade cognitiva: apresenta sinais de que fará ou<br />

está fazendo cocô, mesmo quando de fraldas: agacharse,<br />

ir num cantinho reservado, entre outros. Consegue<br />

expressar o que acontece ou quer, informando que fez ou<br />

quer fazer xixi e/ou cocô (mesmo que haja confusão entre<br />

o anunciado e o feito). Apresenta limite de concentração<br />

superior a 5 minutos em diferentes atividades.<br />

E se a criança já estiver na escola, como esta pode<br />

ajudar? A escola é a maior parceira da família no<br />

processo de desfralde, pois ajuda na percepção dos<br />

primeiros sinais de maturidade física e emocional para<br />

o início do processo. Alia-se à família, preparando os<br />

pais através de reuniões que explicam o passo a passo<br />

do desfralde e como intervir diante dos percalços e<br />

avanços. Além disso, a escola acompanha a criança na<br />

implementação do processo, momento em que o lúdico<br />

ajuda no entendimento sobre o que é esperado dela<br />

antes, durante e depois do desfralde.<br />

Através da brincadeira! É assim que o desfrade<br />

acontece no contexto escolar. Anunciado o desfralde<br />

de um aluno na turma, as crianças são envolvidas<br />

em atividades concretas, abordando a passagem do<br />

tempo que antecede o dia de iniciar o desfralde até os<br />

combinados para usar calcinha ou cueca.<br />

Após iniciado o processo, a comunicação precisa ser<br />

uma via de mão dupla, pontual e transparente, que<br />

permita o reporte de todos os procedimentos adotados,<br />

em casa e na escola, garantindo a uniformidade nas<br />

ações com e para a criança.<br />

Enfrentar esse processo envolve administrar algumas<br />

escapulidas de xixis e de cocôs. Aliás, é extremamente<br />

comum que muitas dessas escapadas ocorram em um<br />

único dia, principalmente nos primeiros dias.<br />

Aos pais e educadores cabe a constância na tarefa<br />

de ajudar a criança a relacionar seu crescimento à sua<br />

18


condição de iniciar a retirada de fraldas. Algumas atitudes<br />

simples fazem a diferença:<br />

1. Apontar para a criança cada conquista de crescimento.<br />

2. Dar à criança oportunidade de ver pessoas – os<br />

pais e/ou irmãos em casa, os colegas na escola –,<br />

preferencialmente do mesmo sexo, usando o vaso<br />

sanitário.<br />

3. Conversar sobre o uso do vaso sanitário: para que<br />

serve, como ele é usado.<br />

4. Nomear as partes do corpo envolvidas no processo de<br />

micção e evacuação. Deve haver um consenso, entre<br />

os ambientes de convivência da criança, em relação à<br />

nomeação dos genitais e excrementos, mesmo que se<br />

adote apelidos.<br />

5. Ajudar na conexão/compreensão das mensagens<br />

do próprio corpo – sentir vontade de evacuar e ir ao<br />

banheiro, eliminar gases e evacuar.<br />

6. Permitir que a criança participe da escolha do redutor de<br />

assento e escolha de cuecas/calcinhas.<br />

7. Permitir que a criança manuseie e brinque com suas<br />

cuecas/calcinhas, redutor de assento, não apenas<br />

no banheiro, mas também em outras partes da casa.<br />

Num primeiro momento, a intenção é que esses<br />

objetos se tornem familiares à criança para que,<br />

posteriormente, cumpram sua função.<br />

8. Permitir a manipulação dos genitais, pois a retirada<br />

da fralda possibilita o livre acesso da criança a eles.<br />

Os adultos devem agir com naturalidade frente ao<br />

comportamento de autoestimulação/masturbação, o<br />

ideal é permitir que a criança se manipule no banheiro<br />

e no quarto, afinal, esses lugares são privados.<br />

9. Não punir ou castigar a criança por ter fracassado, essa<br />

atitude só atrapalha o aprendizado da criança. Elogie<br />

sem exageros quando a criança obtiver sucesso.<br />

10. É normal a resistência em usar o vaso para fazer<br />

cocô, porém, os adultos não devem ceder ao pedido<br />

de colocar a fralda. Às vezes, a criança resiste a fazer<br />

cocô pelo simples fato de não apreciar o contato com<br />

o papel higiênico, que pode ser substituído pelo lenço<br />

umedecido no início.<br />

Também é importante a observação da necessidade<br />

de novas rotinas:<br />

- Disponibilizar a ida ao banheiro assim que a criança<br />

pedir, respeitando seus limites e capacidades. Lembrar<br />

a criança de ir ao banheiro antes de sair de casa, dormir,<br />

assim que acordar.<br />

- Iniciado o desfralde, a criança não vai mais usar<br />

fralda durante o dia, nem durante o sono diurno e<br />

deslocamentos curtos. A fralda será usada apenas para<br />

o sono da noite, viagens, festas e piscina.<br />

O desfralde marca a primeira vez em que a vontade<br />

dos adultos não consegue se sobrepor à vontade da<br />

criança; é a primeira vez em que ela está no controle<br />

daquilo que, muitas vezes, não se controla. Por essa<br />

razão, a retirada de fraldas só tem chances de sucesso<br />

quando há sintonia entre a criança e todos aqueles que<br />

a ajudam nesse complexo processo de aprendizagem.<br />

O mais importante, em toda essa fase, é acreditar no<br />

potencial da criança, ter paciência e compreensão,<br />

lembrando sempre que é um período de grande desafio<br />

e que, se encarado como um processo natural, o<br />

controle dos esfíncteres se transforma em uma grande<br />

conquista.<br />

19


Publicações<br />

Vivências e brincadeiras no<br />

processo educativo<br />

de bebês<br />

Cláudia da Silva Lopes<br />

Psicóloga e coordenadora pedagógica no<br />

Instituto Tarcísio Bisinotto<br />

<strong>20</strong><br />

Preocupados com os filhos desde o nascimento,<br />

muitos pais já pensam no percurso que os<br />

levará à vida adulta. Desejam felicidade, sucesso<br />

e tudo de bom que puderem oferecer. Um dos<br />

critérios para ser um adulto satisfeito e feliz é brincar<br />

na infância. Isso mesmo, sem brincadeiras na infância,<br />

a vida adulta não será plena.<br />

Ao brincar, a criança explora, experimenta, faz<br />

descobertas, desenvolve o pensamento, recria,<br />

imagina o que está ao seu redor, apenas pelo prazer<br />

de brincar. Não precisa conceituar nada. Isso se torna<br />

um diferencial, tanto no presente quanto no futuro<br />

dessa criança.<br />

No Instituto Tarcísio Bisinotto, desde o berçário, as<br />

crianças já exploram tudo ao seu redor simplesmente<br />

brincando. Brincam com o próprio corpo, com<br />

brinquedos, objetos e outros materiais usados para<br />

estimulação. Tintas, fitas, chocalhos, papéis, esponjas<br />

ou qualquer outro material que se converta em<br />

instrumento de aprendizado fará todo sentido para<br />

a criança em sua jornada. Uma das atividades que<br />

podemos citar como brincadeira é a “Massagem”.<br />

Para os bebês, a massagem é uma brincadeira<br />

com o corpo, que explora o tato e gera prazer. No<br />

entanto, há muito mais informação difundida no<br />

ato de massagear: graus de pressão, consciência<br />

de orientação de diferentes partes do corpo em<br />

relação às outras, fricção, percepção de texturas,


intensidade de movimentos, ritmo, entre outras. Ao<br />

serem percebidos como impulsos sensoriais táteis<br />

na pele, esses estímulos são conduzidos ao cérebro<br />

intensificando a atividade cerebral. Isso reflete<br />

diretamente na aprendizagem do bebê, a curto, médio<br />

e longo prazos, considerando o período de 0 a 3<br />

anos. São experiências que constituirão as bases do<br />

desenvolvimento físico, social, afetivo e cognitivo de<br />

cada criança.<br />

A curto prazo, pode-se citar a dessensibilização de<br />

terminações nervosas. Quando a criança não tem<br />

uma estimulação adequada, ao chegar na escola,<br />

pode apresentar receio ou aversão a alguns materiais,<br />

como exemplo, esponja, tintas e areia. Isso restringe<br />

o conhecimento de mundo da criança, na medida<br />

em que diminui o contato com materiais para o<br />

estabelecimento de relações mentais. Será necessária<br />

uma intervenção precisa e assertiva para promover a<br />

dessensibilização.<br />

A médio prazo, teremos o estreitamento do vínculo<br />

afetivo com o educador. O toque pode produzir<br />

relaxamento e satisfazer a necessidade de contato<br />

físico com o outro. O educador que faz a massagem<br />

também recebe os benefícios ao construir um vínculo<br />

mais efetivo com o bebê, tornando-se, também, uma<br />

referência para ele. Manter o contato com o outro é<br />

uma condição para a humanização. A longo prazo, isso<br />

se refletirá no processo de socialização da criança.<br />

No berçário do <strong>ITB</strong>, brinca-se sem brinquedo (por<br />

exemplo, brincadeiras com a voz, que trabalham<br />

acuidade auditiva), com brinquedo ou com qualquer<br />

objeto produzido pela cultura que possa promover<br />

aprendizagem. Não há necessidade de um brinquedo<br />

caro ou “aquele” da moda. Privilegia-se educação<br />

e cuidados aliados à sustentabilidade do ambiente.<br />

Uma simples fita que balança de um lado para o outro<br />

leva a criança a observar cores e movimentos ou<br />

tocar para sentir textura, temperatura e consistência.<br />

Outras vezes, provoca o movimento da criança ao<br />

erguer o braço, o corpo, e se impulsionar para pegar.<br />

O movimento é a linguagem dos que não falam. Uma<br />

das funções das brincadeiras, no berçário do <strong>ITB</strong>, é<br />

permitir à criança o exercício dos movimentos. Elas<br />

iniciam movimentando mãos, braços (elevando-os a<br />

mais de 90 graus de angulação em relação ao objeto),<br />

cabeça, pernas, corpo, até atingir mais complexidade<br />

(sentar, engatinhar, andar) e assim por diante. A<br />

linguagem oral passa a acompanhar o movimento,<br />

depois o substitui para, posteriormente, ser<br />

acompanhada por ele. Deve-se deixar a criança mais<br />

livre para aprender a tocar, sentir, explorar e manifestar<br />

o sentimento que está vivenciando, fazendo com que<br />

a experiência tenha um significado para ela.<br />

Entre os pensadores que teorizaram sobre o brincar<br />

na educação infantil, Henri Wallon(1879-1962) foi o<br />

primeiro a dizer que a aprendizagem não depende<br />

apenas do ensino de conteúdos: para que ela ocorra,<br />

são necessários afeto e movimento. Ele afirmava que<br />

é preciso ficar atento aos interesses dos pequenos<br />

e deixá-los se deslocar livremente para fazerem<br />

descobertas.<br />

Já Piaget (1896-1980), focado no que as crianças<br />

pensam sobre tempo, espaço e movimento, estudou<br />

como diferem as características do brincar, de acordo<br />

com as faixas etárias. Ele concluiu que, enquanto os<br />

menores fazem descobertas com experimentações e<br />

atividades repetitivas, os maiores lidam com o desafio<br />

de compreender o outro e traçar regras comuns para<br />

as brincadeiras.<br />

Vygotsky (1896-1934) teorizou que a produção de<br />

cultura depende de processos interpessoais. Não cabe<br />

apenas ao desenvolvimento de um indivíduo, mas às<br />

relações e interações dentro de um grupo. Por isso,<br />

destacou a importância do professor como mediador<br />

e responsável por ampliar o repertório cultural das<br />

crianças. Consciente de que elas se comunicam<br />

pelo brincar, Vygotsky considerou uma intervenção<br />

positiva a apresentação de novas brincadeiras e de<br />

instrumentos para enriquecê-las.<br />

É de suma importância que o educador em sala,<br />

como mediador, supervisione, oriente os bebês,<br />

acompanhe e observe-os atentamente. Esse<br />

educador precisa ter conhecimento técnico sobre o<br />

desenvolvimento infantil, assim, terá instrumentos<br />

para saber o que as crianças necessitam, como o<br />

desenvolvimento está se processando, se o processo<br />

está avançando e quais as intervenções mais<br />

adequadas para cada etapa de desenvolvimento.<br />

As brincadeiras/vivências, no berçário do <strong>ITB</strong>, têm<br />

sempre uma intencionalidade clara e objetiva: formar<br />

as bases do desenvolvimento integral de cada criança,<br />

respeitando-a em sua singularidade.<br />

21


Publicações<br />

A importância da<br />

alfabetização pela ótica<br />

do letramento<br />

A alfabetização pela ótica do letramento depende de um processo espontâneo de interação da<br />

criança com as ferramentas de leitura e escrita sem a finalidade para que foram convencionadas. O<br />

livro ou qualquer outro portador de texto será apresentado como um estímulo que deve provocá-la,<br />

tornando-a curiosa sobre o que ele pode oferecer antes da tradução das letras.<br />

A<br />

Lei de Diretrizes e Bases (LDB) para a<br />

educação garantiu às escolas a autonomia para<br />

empreender através de inovações no campo da<br />

educação. Ao mesmo tempo, lançou um desafio: fazer<br />

uma mudança no sistema educacional que envolva<br />

desde a sua finalidade frente à sociedade até seus<br />

métodos e técnicas de ensino.<br />

Instituições de ensino que adotam uma visão sóciohistórica<br />

nas suas práticas pedagógicas, ou seja,<br />

acreditam que os participantes da ação educativa<br />

são seres históricos e reais, atendem mais do que a<br />

legislação educacional vigente, respondem também às<br />

demandas contemporâneas.<br />

Para ilustrar melhor essa nova visão de educação,<br />

abordaremos o tema do letramento, muito discutido<br />

nas duas últimas décadas. Letrar vai muito além<br />

de alfabetizar. Alfabetizar é dominar as técnicas e<br />

comportamentos necessários para escrever e ler.<br />

Já letramento é a condição de quem interage com<br />

diferentes portadores e gêneros de leitura e de escrita,<br />

compreendendo as diferentes funções que a leitura e a<br />

escrita desempenham na vida.<br />

Atualmente, as sociedades do mundo inteiro estão,<br />

cada vez mais, voltadas para o valor do dinamismo<br />

no uso da escrita e leitura. Não basta aprender a ler<br />

e escrever. Magda Becker Soares, professora titular<br />

da FAE-UFMG, frisa a importância do letramento:<br />

“é preciso ir além da simples aquisição e tradução<br />

do código escrito, é preciso apropriar-se da função<br />

Ubirani Pereira de Lucena<br />

Psicóloga, consultora e assistente de direção<br />

no Instituto Tarcísio Bisinotto<br />

social da prática de ler e escrever: é preciso letrar-se”<br />

(SOARES, <strong>20</strong>03).<br />

Na escola moderna, as ações pedagógicas de<br />

reorganização do ensino e reformulação dos modos<br />

de ensinar devem considerar que o nível de letramento<br />

é determinado pela variedade de gêneros de textos<br />

escritos que a criança reconhece. Segundo essa<br />

perspectiva, a criança que vive em um ambiente que<br />

propicia contato com livros, revistas, jornais, rótulos<br />

de embalagens, cartazes, almanaques, entre outros<br />

portadores de textos, terá uma adaptação adequada<br />

ao ato de ler e escrever.<br />

Não basta, portanto, saber ler e escrever, é preciso<br />

saber fazer uso e envolver-se nas atividades de<br />

escrita e leitura, apropriar-se delas na construção de<br />

conhecimentos, não só racionais, mas, sobretudo,<br />

vivenciais. É saber escrever um bilhete, uma carta,<br />

entender um anúncio de jornal, traduzir a mensagem<br />

de um rótulo, recontar uma história, sintetizar um<br />

texto, ler mapas e legendas, enfim, é saber aplicar a<br />

habilidade de ler e escrever diante do que o mundo<br />

pode demandar. Portanto, o letramento depende da<br />

criatividade, autonomia, confiança, bagagem cultural<br />

e expressão de ideias para acontecer, elementos que<br />

independem do domínio das técnicas de leitura e<br />

escrita.<br />

Cabe à escola incentivar e mediar o encontro da<br />

criança com os portadores de texto, ciente de que faz<br />

um exercício que será primordial para que vá além<br />

22


do ato mecânico de copiar e ler, habilitando-a para<br />

o desembaraço no ato de produzir um texto. Esse<br />

processo desabrocha, por exemplo, quando uma<br />

criança não alfabetizada finge ler um livro, passando o<br />

dedo sobre as linhas, contando o que ela acha que o<br />

texto informa. Nesse momento, ela está interiorizando<br />

aspectos comuns aos portadores de texto: contexto,<br />

lógica, relação entre o texto e as imagens. Ao mesmo<br />

tempo, aprende a se concentrar, organizar ideias, narrar,<br />

recontar e criar, comportamentos importantes para o<br />

bom desempenho futuro, durante atividades de leitura<br />

e escrita. Mas, para que todas essas aprendizagens<br />

aconteçam, é de suma importância a presença de um<br />

adulto que a confirme, elogie e ofereça um novo desafio.<br />

Essas conclusões nos fazem traçar um percurso<br />

simples para o processo de alfabetização, que começa<br />

quando as crianças têm a oportunidade para desfrutar<br />

de ambientes literários diversos, muito antes da<br />

apresentação de um livro didático ou de um caderno de<br />

caligrafia.<br />

Voltando ao tema alfabetizar, é importante que o<br />

aluno aprenda a dominar as técnicas usadas para<br />

escrever: contorno das letras, manuseio do papel e do<br />

lápis, compreensão de quais letras são usadas e como<br />

elas se articulam para escrever as primeiras palavras,<br />

como o seu nome próprio, por exemplo. Para isso,<br />

no Instituto Tarcísio Bisinotto, o projeto institucional<br />

“Aquisição do esquema corporal associado à evolução<br />

da escrita” prevê registros mensais da escrita e do<br />

desenho da figura humana durante 3 anos da vida<br />

escolar, nas turmas de Infantil 3, 4 e 5. O interessante,<br />

nesse processo de aprendizagem da escrita, é que ele<br />

ocorre simultaneamente à evolução do desenho da<br />

figura humana. Quanto mais refinado está o desenho<br />

do aluno, mais evoluída está a sua escrita.<br />

O projeto parte do pressuposto que alfabetizar<br />

corresponde a compreender para que servem os sinais<br />

da escrita (letras, sinais, pontuação, separabilidade) e de<br />

que modo eles se articulam no tecido da escrita. É um<br />

complexo processo conceitual (e não apenas perceptivo).<br />

É de suma importância estimular a criança a<br />

desenvolver os conceitos de esquema corporal<br />

e imagem corporal, sendo esquema corporal a<br />

consciência do corpo como veículo de comunicação<br />

consigo e com o meio. Um bom desenvolvimento do<br />

esquema corporal pressupõe uma boa evolução da<br />

motricidade, das percepções espaciais e temporais<br />

e da afetividade. E imagem corporal como a<br />

representação mental do nosso corpo é a forma<br />

com vemos e pensamos o nosso corpo, também é<br />

a forma como acreditamos que os outros nos veem.<br />

Esta é influenciada pelos padrões estipulados pela<br />

sociedade e cultura que nos rodeia. Além disso, o<br />

domínio do esquema corporal está intimamente ligado<br />

ao desenvolvimento da escrita, ou seja, quanto mais<br />

avançado e rico em detalhes o registro do esquema<br />

corporal maior a habilidade e evolução na escrita.<br />

Como base teórica para esse projeto, são utilizados<br />

a análise do desenho, como forma de expressão da<br />

criança, e os níveis de hipóteses de escrita, de Emília<br />

Ferreiro.<br />

Dentro da perspectiva construtivista de Emília Ferreiro,<br />

consideram-se os seguintes níveis da evolução da escrita:<br />

• Pictórico/garatuja – a criança representa a escrita<br />

através de desenhos e rabiscos.<br />

• Pré-silábico – as hipóteses das crianças são<br />

estabelecidas em torno do tipo e da quantidade<br />

de grafismo, não se busca correspondência com<br />

o som. A criança tenta, nesse nível, diferenciar<br />

desenho e escrita, utiliza, no mínimo, duas ou três<br />

letras para poder escrever palavras, tenta reproduzir<br />

os traços da escrita e percebe que é preciso variar<br />

os caracteres para obter palavras diferentes.<br />

• Silábico – a criança compreende que as diferenças<br />

na representação escrita estão relacionadas<br />

com o “som” das palavras, o que a leva a sentir<br />

necessidade de usar uma forma de grafia para cada<br />

som. Utiliza os símbolos gráficos de forma aleatória,<br />

usando ora apenas consoantes, ora apenas vogais,<br />

ora letras inventadas e repetindo-as de acordo com<br />

o número de sílabas das palavras.<br />

• Silábico alfabético – a criança corresponde os<br />

sons às formas silábica e alfabética e escolhe as<br />

letras de forma ortográfica ou fonética.<br />

• Alfabético – a criança agora entende que a<br />

sílaba não pode ser considerada uma unidade e<br />

que pode ser separada em unidades menores.<br />

A identificação do som não é garantia da<br />

identificação da letra, o que pode gerar as<br />

famosas dificuldades ortográficas, e a escrita<br />

supõe a necessidade da análise fonética das<br />

palavras.<br />

23


Publicações<br />

As atividades do projeto “Aquisição do esquema corporal associado à evolução da escrita” são:<br />

• brincadeiras, histórias, músicas e jogos que estimulem o desenvolvimento do esquema<br />

corporal e o interesse pelas letras;<br />

• manuseio e montagem do nome com letras móveis;<br />

• contorno do corpo com giz de quadro no chão;<br />

• atividades do desenho da figura humana com interferência;<br />

• registro mensal (de fevereiro até dezembro) do esquema corporal e do nome próprio.<br />

Algumas atividades são específicas de<br />

cada etapa do desenvolvimento, como:<br />

INFANTIL 3<br />

As atividades priorizam a primeira letra do nome. Depois que já há<br />

o domínio desta, parte-se para o nome próprio, que é construído e<br />

grafado com auxílio de uma ficha. São trabalhados, também, os nomes<br />

dos colegas e familiares para ampliar o universo de letras conhecidas.<br />

INFANTIL 3<br />

As letras móveis são utilizadas como recurso para montar<br />

o nome. Os rótulos de produtos são introduzidos para<br />

comparação de letras.<br />

24


INFANTIL 4<br />

São confeccionados bonecos a partir do contorno do corpo<br />

dos alunos, com a participação das famílias. Trabalhadas as<br />

diferenças do corpo deles de bebês e o corpo deles de hoje.<br />

Também as diferenças físicas entre os alunos.<br />

INFANTIL 4<br />

Em relação à escrita, são introduzidos novos portadores de textos, como jornais,<br />

panfletos, revistinhas e revistas, etc. Além do registro mensal do esquema corporal e<br />

do nome, há o recorte, em revistas, do nome próprio. Os alunos procuram as letras do<br />

seu nome na revista, com o auxílio da ficha, recortam e colam na folha de registro.<br />

INFANTIL 5<br />

Os dois registros (desenho do esquema corporal e nome<br />

completo) são feitos em apenas uma folha de papel,<br />

diferentemente dos anos anteriores, para restringir o espaço.<br />

INFANTIL 5<br />

São confeccionados bonecos menores do que os do ano<br />

anterior, feitos com material reciclado, e o registro é do<br />

nome completo.<br />

Ao final do projeto institucional, há um material completo e rico do desenvolvimento da criança dos 3 aos 6 anos de<br />

idade. Sua trajetória em relação à linguagem e o trabalho realizado podem ser avaliados pelos pais e educadores.<br />

25


Publicações<br />

O que os pais<br />

esperam dos filhos?<br />

Melissa Fortes de Araújo<br />

Psicóloga, psicanalista e coordenadora<br />

pedagógica no Instituto Tarcísio Bisinotto<br />

Estamos grávidos! Quando um casal descobre<br />

que vai ter um bebê, mesmo que a gravidez não<br />

tenha sido planejada, geralmente, a primeira<br />

expectativa dos pais é: “que o meu filho tenha<br />

saúde e seja feliz”. Logo depois, começam a<br />

imaginar e a traçar planos para o filho: “ah!<br />

Este vai ser cruzeirense! Vai ser o melhor<br />

de todos! Vai estudar em uma escola<br />

bilíngue, fazer um intercâmbio de estudos<br />

e, com certeza, será advogado e manterá<br />

o escritório da família”. Antes mesmo de<br />

nascer, muitas crianças já têm a vida traçada<br />

a partir das expectativas dos pais. E se a<br />

criança, ou posterior jovem, não cumpre<br />

o que era esperado pela família, pois seus<br />

interesses são outros? O que fazer? Quais as<br />

consequências nos relacionamentos familiares<br />

devido às escolhas do filho serem contrárias<br />

àquilo que foi projetado pelos pais?<br />

Expectativa é a espera fundada em probabilidade ou<br />

promessa. Pensando como os pais, é impossível um pai<br />

ou uma mãe que não espere algo do filho. Desejar algo<br />

para ele, esperar que ele alcance os objetivos, orientá-lo<br />

através de conversas e vivências, estimular a autonomia,<br />

autoestima, autoconhecimento da criança e permitir a<br />

escolha por parte do filho, é o esperado como atitude de<br />

qualquer educador, seja ele pai ou mãe. Por que é tão<br />

difícil escutar e aceitar as escolhas do filho e muito mais<br />

fácil induzi-lo a escolher as opções propostas pelos pais?<br />

É comum, ao ver um filho questionando a opinião ou<br />

decisão dos pais, escutar a seguinte resposta: “eu sei o<br />

que é melhor para você”. Sabe mesmo? Geralmente,<br />

quando um pai dá essa resposta, está utilizando como<br />

base os conceitos e as vivências que ele criou ao longo<br />

da vida. Foram experiências que serviram para ele<br />

e, como um bom pai, não quer que seu filho passe<br />

pelas mesmas dificuldades que ele passou e já foram<br />

superadas.<br />

Por exemplo:<br />

o pai teve uma<br />

infância mais humilde e,<br />

como não teve oportunidade de<br />

fazer natação e inglês, obriga o filho,<br />

que já sabe nadar e odeia natação, a fazer. Não<br />

seria mais interessante dar a oportunidade ao filho de<br />

conhecer vários esportes e escolher o seu favorito,<br />

em vez de uma luta infernal em casa, todos os dias de<br />

natação?<br />

Quando os pais projetam algo para o filho,<br />

normalmente, é algo que não conseguiram realizar e<br />

26


querem realizar através do filho ou é algo que realizaram,<br />

estão sendo bem-sucedidos e querem que o filho<br />

continue o que começaram. Em nenhum dos dois casos,<br />

a escolha parte da criança. Ela já cresce sendo<br />

induzida a fazer o que os pais querem. Os<br />

argumentos são, muitas vezes, cruéis<br />

para o filho na medida em que não<br />

dão abertura para outro caminho e<br />

utilizam a chantagem emocional.<br />

Por exemplo: “eu não tive nada,<br />

eu te dou tudo e ainda não quer?”.<br />

A escolha profissional é uma das<br />

questões mais conflitantes<br />

entre pais e filhos, pois,<br />

nelas, são depositadas<br />

as maiores expectativas<br />

familiares. Por exemplo:<br />

“trabalhei minha vida toda<br />

para ter um filho médico”.<br />

Ou ”vai fazer arquitetura<br />

se a família toda é<br />

de médicos? Que<br />

burrice! As portas<br />

da medicina já<br />

estariam abertas<br />

para você. Na<br />

arquitetura, terá<br />

que fazer tudo<br />

sozinho!” Ou ainda<br />

“você tem três<br />

opções: medicina,<br />

direito ou engenharia.<br />

Só essas dão dinheiro<br />

e reconhecimento”.<br />

Outro ponto que<br />

entra em questão<br />

é a competência<br />

enquanto pai. Os pais<br />

não querem errar com<br />

os filhos. Todo pai quer<br />

que seu filho seja bem-sucedido, um<br />

orgulho para a família. Vale ressaltar que o ser humano é<br />

falho, não há pessoas que não erram e não há educação<br />

sem falhas. É importante viver o erro, pois aquele pai<br />

ou mãe que não aceita o erro nos filhos e passa a mão<br />

na cabeça deles não está os auxiliando. As pessoas<br />

só aprendem vivenciando, principalmente, através da<br />

análise dos erros.<br />

É comum, ao ver um<br />

filho questionando<br />

a opinião ou decisão<br />

dos pais, escutar a<br />

seguinte resposta: “Eu<br />

sei o que é melhor<br />

para você”.<br />

Agora, pensando como os filhos. A criança, quando<br />

nasce, vivencia a simbiose com a mãe. Acredita que ela e<br />

a mãe são uma coisa só. Ainda bebê, começa a perceber<br />

que ela e a mãe são duas coisas distintas, mas que<br />

só existe ela e quem exerce essa função<br />

materna. Aos poucos, vai percebendo o<br />

outro, mas os pais são o foco do que<br />

interessa para a criança. Os primeiros<br />

objetos de amor são os pais. Eles que<br />

estão por perto, dão carinho, sabem<br />

sobre tudo, são o máximo! Impossível<br />

não se apaixonar. Assim, é natural<br />

que os pais decidam pelos filhos e que<br />

estes aceitem as decisões como as mais<br />

adequadas, mesmo que questionem. O medo<br />

de perder o amor dos pais faz os filhos aceitarem o<br />

que lhes é imposto. Já na adolescência, isso muda, pois<br />

os pais ficam um pouco de lado e as referências passam<br />

a ser os amigos. Isso faz parte do período que vivenciam<br />

buscando sua independência e sua autoafirmação<br />

no grupo. As questões anteriores vêm à tona, e os<br />

adolescentes querem fazer suas próprias escolhas. Aqui,<br />

a família entra em choque com eles. É comum ouvir<br />

reclamações dos pais em relação a essa fase da vida<br />

do filho: “ele era tão calmo e, agora, não dá nem para<br />

conversar”. Nesse momento, muitos pais utilizam do<br />

autoritarismo para resolver a questão, o que está longe<br />

de ser o ideal e, na maioria das vezes, não resolve.<br />

Pais, fiquem tranquilos, a adolescência é uma fase, vai<br />

passar, os filhos não perderam os valores transmitidos<br />

na infância, e a proximidade com vocês retorna na<br />

vida adulta. O adolescente só precisa ser ouvido, e<br />

os combinados feitos, durante toda a educação dele,<br />

mantidos. Agora, o que não passam são as escolhas<br />

erradas feitas em função de desejos de outros. Isso será<br />

vivenciado para sempre, trazendo amarguras, gerando<br />

doenças psicossomáticas e, o pior de tudo, ferindo o<br />

relacionamento entre pais e filhos, seja de forma velada,<br />

através da culpa, da decepção, ou através de brigas até<br />

irreversíveis. Pensem, antes de agir e exigir, naquela<br />

primeira expectativa para seu filho: saúde e felicidade.<br />

Pensem que a longevidade, atualmente, é algo real<br />

e sempre há tempo para conquistar o que se deseja.<br />

Existem vários casos de pessoas que retomaram os<br />

estudos depois de mais velhas, fizeram faculdade após<br />

os 40 anos, entraram na aula de ballet, de inglês ou de<br />

natação para adultos, estão felizes, realizadas e sem<br />

esperar que seu sonho seja o de outra pessoa.<br />

27


Aprendizado que<br />

marca a vida<br />

.<br />

EDUCAÇÃO<br />

BILÍNGUE<br />

Berçário, educação infantil e integral<br />

<strong>20</strong> <strong>ANOS</strong><br />

AV. PROFESSOR CRISTÓVAM DOS SANTOS, 595<br />

BELVEDERE - BELO HORIZONTE - MG<br />

(31) 3286-1564 BISINOTTO.COM.BR

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