Feira de Santana

Pesquisador destaca a importância do uso da fécula da mandioca na alimentação

Ele mostrou experiências práticas de como fazer beiju de tapioca com sucos de maracujá, hortelã, entre outros.

18/05/2015 às 12h59, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso e Ney Silva

Utilizando uma máxima do pai da medicina, Hipócrates: “Fazei do teu alimento o teu remédio e do teu remédio o teu alimento”, o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Joselito Mota apresentou durante palestra na AAPC (Associação de Apoio à Pessoa com Câncer) uma alternativa interessante e saudável para a alimentação, através do uso da mandioca. Ele mostrou experiências práticas de comop fazer beiju de tapioca com sucos de maracujá, hortelã, entre outros.

O pesquisador criticou o uso de produtos industrializados na alimentação que utilizam corantes, umectantes, anabolizantes, entre outras substâncias, que são colocadas para conservar o alimento, e que, segundo ele, são nocivas à saúde. De acordo com Joselito, é necessário que as pessoas saibam o que estão comendo, pois disso depende a vida e a saúde.

“Os alimentos naturais e orgânicos estão hoje em evidência, e a mandioca se constitui um deles, pois não se usa agrotóxicos, fertilizantes e tem um carboidrato amido de onde se faz a tapioca, que é diferenciado, saudável, faz diminuir o peso e não condiciona as pessoas à obesidade e inchaços intestinais”, afirmou.

Joselito sugeriu que as pessoas deixem de comer alimentos à base de trigo, a exemplo do pão, e consumam outros carboidratos, além da mandioca, como o inhame, batata doce, abóbora. Ele afirmou que com essa dieta elas vão se sentir melhor. Ele acrescentou que o glúten, uma substância contida no trigo, provoca flatulências, mas destacou que mesmo assim, essa substância tem sua importância para a indústria de panificação. “Deixa o pão mais estufado e mais crocante”, destacou.

Segundo o pesquisador, por conter glúten, o trigo provoca alguns problemas, como enxaquecas em mulheres. “Eu aconselho que a pessoa tenha uma dieta normal, deixe de lado alguns desses produtos com glúten e observe o que acontece. Se faz bem se afastar deles, é melhor optar por outros carboidratos, como a tapioca”, afirmou Joselito.

As pessoas que são portadoras de câncer, orienta Joselito, devem se afastar de produtos condicionantes que pioram a situação da saúde, como embutidos de carne, salsicha, salames, mortadelas, que contém substâncias que podem provocar ou piorar o câncer. Ele também citou o consumo de refrigerantes, como altamente nocivo à saúde.

“Eu não posso admitir que em uma entidade como a AAPC, uma criança consuma refrigerante, que é muito perigoso à saúde das pessoas. Para cada copo de refrigerante bebido é preciso equilibrar o PH do sangue com 32 copos de água”, destacou.

Loby do trigo

Joselito Mota, na condição de pesquisador, participou de uma audiência em Brasília e esteve em 19 estados da federação, na tentativa de provar a necessidade de se reduzir o uso do trigo na fabricação de pães, utilizando a fécula da mandioca. “Tecnicamente não há problema. Se você pega 10 quilos de farinha de trigo para fazer a massa de pão e você tira um quilo de trigo e coloca um quilo de fécula de mandioca, o pão ficará mais qualificado”, afirmou.

Segundo o pesquisador, um projeto de lei não foi sancionado pelo então presidente da república Lula. “O Brasil importa mais de 80% do trigo que consome e isso poderia ser reduzido com um produto como a mandioca, que é genuinamente brasileiro, qualificando melhor o pão e beneficiando o agricultor. Não emplacou, pois existe um loby poderoso e mesmo tendo sido aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado, não foi sancionado pela presidência da república”, afirmou.

O presidente da AAPC, Roque Mota, destacou que a fécula da mandioca é hoje a única opção disponível para substituir a farinha de trigo. Ele destacou a importância de se modificar a alimentação dos ocidentais e citou que os orientais têm uma tradição de vida e de hábitos alimentares diferentes. “A incidência de câncer dos orientais já está 88 vezes menor. Mas aquelas pessoas que migraram do oriente para o ocidente, já na terceira geração, e que absorveram nossos hábitos de vida, passaram a se aproximar dos nossos mesmos índices de câncer”, afirmou. 

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