Na Ímã, Rosa Gauditano mostra Futebol na Aldeia
Craque na documentação da cultura brasileira, fotógrafa expõe Iwapu: Futebol na Aldeia, a partir desta sexta-feira 13, na Ímã Foto Galeria, com abertura festiva; Rosa Gauditano conviveu com Kaiowás e Xavantes, no Mato Grosso do Sul, para produzir o material da mostra; um outro olhar sobre outra cultura; entrevista
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - Uma das mais reconhecidas fotógrafas brasileiras na documentação da cultura indígena e da festas populares do País, Rosa Gauditano expõe a partir desta sexta-feira 13, na Ímã Foto Galeria, a mostra IWAPU: Futebol na Aldeia. Composta por 20 fotografias, será aberta ao público às 20h00 e ficará montada até o dia 31 de julho de 2014. Serão apresentadas impressões finearte e backlights.
Rosa, nesta época de Copa do Mundo, resolveu literalmente levantar a bola das aldeias , apresentando aexposição IWAPU : Futebol na Aldeia. Iwapu na língua Xavante quer dizer "levantar a bola" ou "colocar a bola no ar ". O trabalho visa ressaltar a importância dos povos indígenas no Brasil e chamar a atenção para que os índios sejam vistos e reconhecidos como parte da sociedade brasileira. Rosa que documenta a realidade indígena no Brasil há 25 anos vai mostrar o futebol de crianças em acampamentos e escolas Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul ( 2012 ) e os jogos de mulheres, homens e crianças na aldeia Xavante Etnhiritipá, TI Pimentel Barbosa no Mato Grosso (2013).
Vale lembrar que Garrincha um dos melhores jogadores de todos os tempos era descendente de indígenas do nordeste. Sua resistência e astúcia em jogar artisticamente o futebol encantava as plateias no mundo todo.
O futebol como arte documentada através da fotografia, tem o poder de transmitir sentimentos e elementos visuais que nos trazem outros olhares, outras visões e outra culturas. A fotografia aqui serve de ligação entre indígenas e não índios, duas culturas diferentes que formaram o povo brasileiro.
ENTREVISTA:
247 - Por que mostrar o futebol indígena?
continua após o anúncioRosa Gauditano - Os índígenas adoram o futebol. O trabalho visa ressaltar a importância destes povos no Brasil e chamar a atenção para que eles sejam vistos e reconhecidos como parte da sociedade brasileira.
Conte um pouco da sua história sobre documentar os indígenas no Brasil?
continua após o anúncioComecei a fotografar os índios em 1989 em Altamira, no Pará, quando eles se reuniram num grande encontro para protestar sobre a construção da Usina de Belo Monte no rio Xingu. Ali conheci esta realidade e decidi fazer um grande trabalho sobre eles.
Fale da sua experiencia nestes anos, o que mudou ?
continua após o anúncioNestes 25 anos os índios passaram a ser um pouco mais conhecidos graças aos projetos de inclusão sociais, recebendo escolas, ajuda na saúde, meios de comunicação mas muito ainda falta para ser feito. O mais importante são as demarcações de terras que estão praticamente paradas nesse governo.
O que que quer dizer IWAPU?
continua após o anúncioIwapu na língua Xavante quer dizer “levantar a bola” ou “colocar a bola no ar “. Os povos indígenas naturalmente adoram esportes, estão sempre jogando bola, correndo, se divertindo.
Vi que algumas obras são em back ligths, porque?
continua após o anúncioÉ para trazer a magia e a luz destas culturas para as pessoas da cidade !!! São objetos com fotografia que as pessoas podem ter em sua casas, representam a magia destes povos, imagens oníricas mostrando sua alegria de viver , apesar das dificuldades e problemas que enfrentam.
Qual a importancia deste trabalho?
Apresentar os índios do Brasil neste época de Copa do Mundo, é para tirá-los da invisibilidade, mostrar que eles estão também aqui e querem ser ouvidos ! A Imã Foto Galeria é a mais importante galeria de fotografia de SP, trazer os índios para a Vila Madalena é importante para mostrar sua cultura e a sua existência. Vamos também mostrar na exposição um documentário “Genocídio Silencioso” sobre a difícil situação dos Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul.
CURRÍCULO:
Rosa Gauditano trabalha com documentação fotográfica sobre cultura brasileira apresentando exposições e livros sobre os índígenas e festas populares no Brasil. As exposições nacionais mais importantes foram : "Tão Longe Tão Perto, Guaranis Mbyá na Cidade de São Paulo"; SESC Pinheiros em 2013; " Povos Indígenas no Brasil", São Paulo e Brasilia na Caixa Cultural 2011, "Nossa Tribo", Centro de Exposições João Guimarães Rosa, Jundiaí,SP, 2005; "Raízes do Povo Xavante" Caixa Cultural de São Paulo e Curitiba; " Indios os Primeiros Habitantes" realizada no conjunto Cultural da Caixa, SP, 2004. Realizou também inúmeras exposições internacionais no Southbank de Londres (2012), Houston Museum of Natural Science, USA( 2000) , Cineteca de Monterrrey, Festival Internacional Cervantino Guanajuato e Museu de Artes de Querétaro, México (1999).
É diretora da agência Studio R em S. Paulo e da ONG Nossa Tribo. Em 2103 seu trabalho "Genocídio Silencioso", sobre os índios Guarani Kaiowá , MTS foi apresentado na BBC de Londres e circulou no mundo todo.
Publicou cinco livros de fotografias. Possue obras nos acervos do Museu de Arte de S. Paulo- Coleção Pirelli/Masp de Fotografia, Museu de Fotografia de Curitiba, Museu da Imagem e do Som de S. Paulo, Cinemateca de Monterrrey, México , Imã Foto Galeria e coleções particulares. Foi sócia da Agência Fotograma e repórter fotográfica da Folha de São Paulo e revista Veja. Formou-se em Video Digital e lecionou fotografia na PUC de São Paulo.
Recebeu Prêmio Menção Honrosa pelo roteiro e produção executiva do vídeo "Oió a Luta dos Meninos Xavante", Festival Etnodoc, Museu da República, RJ, 2010; Premio aquisição Museu Salvador Allende, Chile, 2008; Prêmio aquisição Museu Afro -Brasil,2008 e Prêmio aquisição Cineteca de Monterrey, México, 2000
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247