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Por Redação #Equipe50

Crédito: Eduardo Enomoto/R7

Crédito: Eduardo Enomoto/R7

A candidata do PSOL à Presidência da República, Luciana Genro, participou nesta sexta-feira (12) da série de entrevistas do Jornal da Record com os presidenciáveis. Durante os 12 minutos que foi sabatinada pelos âncoras Celso Freitas e Adriana Araújo, Luciana conseguiu expor de forma simples e didática suas principais propostas na área da economia, além chamar o povo a votar de forma consciente no primeiro turno, sem a influência das pesquisas. “Estamos num momento importante de decisão dos rumos do nosso país. O verdadeiro voto útil é o voto no melhor candidato. Não se deixe levar pela pesquisas que querem te induzir a votar no menos pior. Jogar o voto fora é votar em um candidato que pode ganhar e te decepcionar”, disse a candidata.

Os principais questionamentos dos jornalistas foram sobre economia. Luciana defendeu mudanças estruturais na área, começando por uma revolução no sistema tributário. “Não dá para o assalariado pagar o mesmo imposto sobre o leite que paga um ricaço. Por isso a minha principal proposta é a regulamentação da taxação sobre grandes fortunas. Essa é uma medida fundamental, pois a partir daí teremos mais recursos que deverão ser aplicados em áreas importantíssimas, como saúde e educação. Esse será um imposto para distribuição de renda e redução das desigualdades. A proposta é que fortunas acima de R$ 50 milhões paguem uma alíquota de 5% ao ano. Com isso, poderíamos arrecadar R$ 90 bilhões, valor suficiente para dobrarmos o investimento em educação, por exemplo”, afirmou Luciana.

Crédito: Eduardo Enomoto/R7

Crédito: Eduardo Enomoto/R7

Respondendo como seria possível aprovar uma medida como esta no Congresso, sendo que o PSOL tem apenas três deputados na Câmara – Ivan Valente (SP), Jean Wyllys e Chico Alencar (RJ), Luciana disse que vai contar com o apoio popular. Como os governos querem aprovar medidas contrárias aos interesses do povo, precisam recorrer a esse balcão de negócios no Congresso, como foi no caso do mensalão. Como governarei para o povo, terei o apoio popular. E faz muita diferença quando há pressão popular, seja como nas manifestações de junho, seja simplesmente enchendo as galerias do Congresso”, disse.

Outra medida econômica defendida pela candidata será acabar com o superávit primário para pagar os juros da dívida pública. “A dívida pública corroi 40% do orçamento do governo, que vai para o que eu chamo de Bolsa Banqueiro. Precisamos fazer uma auditoria para investigar algumas irregularidades”, afirmou Luciana. Questionada se essa medida refletiria em fuga de capitais, a presidenciável foi direta: “Esse capital que vai sair é especulativo e por isso não terá efeito na economia real. O setor produtivo não tem nada a ver com isso. Inclusive, no nosso governo, vamos regulamentar essa entrada e saída de capitais”, declarou.

Tarifas mais baixas

A presidenciável do PSOL disse ainda que é a favor do controle estatal em áreas estratégicas, como a de geração e distribuição de energia. Segundo ela, sendo assim, seria possível segurar o valor das tarifas e o Estado não precisaria socorrer os empresários na hora da crise. “Nos últimos anos os reajustes das tarifas de energia elétrica ficaram bem acima da inflação. É preciso acabar com manobras contábeis que os empresários fazem para aumentos ilegais de tarifas e para justificar os baixos investimentos das empresas no setor”, criticou.

Fim do fator previdenciário

Luciana declarou que é preciso rediscutir a visão de que a previdência é deficitária e se comprometeu a acabar com o fator previdenciário. “A previdência é um esforço do conjunto da sociedade para garantir a aposentadoria das pessoas idosas. Além do fim do fator previdenciário, defendo a revinculação do reajuste dos aposentados com o reajuste do salário-mínimo. É inaceitável que o cidadão se aposente ganhando três salários mínimos e em poucos anos esteja ganhando apenas um”, esclarece a candidata do PSOL.

Black Blocks institucionais

Adriana Araujo perguntou se Luciana era a favor da participação dos Black Blocs em manifestações, referindo-se a denúncias que ligariam o PSOL ao grupo. Luciana negou qualquer relação e disse ser contra o grupo, principalmente, porque eles afastam a população das ruas. A candidata ainda afirmou que o grupo traz menos prejuízos ao país do que os saqueadores da Petrobras. “O PSOL não tem relação nenhuma com os Black Blocs até porque eles atrapalham nossa estratégia que é de grandes mobilizações. Mas nós temos uma preocupação muito maior com os Black Blocs da política institucional. Os Black Blocs que atuam dentro da Petrobras, por exemplo, que depredam essa empresa pública através da corrupção, do desvio de verbas. Essa meia dúzia de jovens que quebram vidraças representam um perigo muito menor que esses Black Blocs da política institucionalizada, que são realmente saqueadores do dinheiro público”, concluiu.

Assista a entrevista na íntegra