Bordados feministas reproduzem “imperfeições” do corpo feminino

Por: Biah Percinoto

Diga adeus a todas as noções preconcebidas sobre o bordado: se antes a técnica artesanal era considerada conservadora, muitas vezes associada às vovós, hoje ela está sendo usada por jovens feministas, como a artista e costureira Sally Hewett, para quebrar paradigmas, servindo como verdadeiro instrumento de debates pertinentes a atualidade.

Interessada nas histórias sociais e políticas dos meios de comunicação e da arte, ela também sempre se interessou em corpos. Corpos reais. Corpos reais com pelos, estrias, celulite, rugas e todas as “imperfeições” muitas vezes retocadas para atingir o modelo de estética vigente aclamada pela cultura pop mainstream.

Combinando esses interesses variados em uma série de bordados que retratam peitos e bundas como realmente são, Hewett prova que brincar com esses indesejados sinais pode produzir arte de uma forma muito mais próxima da perfeição.

“Em um momento durante a minha educação artística, quando eu estava particularmente perdida e querendo saber para onde direcionar a minha arte, encontrei alguns aros de bordado que haviam pertencido a minha avó e comecei a bordar”, explicou Hewett ao The Huffington Post.

Apesar de se tratar de objetos costurados, muitas das peças de Hewett são mais realistas do que a maioria das representações de corpos femininos que encontramos no dia-a-dia. De covinhas nas costas para celulites, os bordados da francesa capturam essas particularidades de forma tão precisa que acabam consideradas indesejáveis ​​pelo pensamento dominante.

Por meio de uma costura cuidadosamente elaborada, Hewett revela a glória destes sinais corporais cuja beleza simplesmente não é reconhecida.

Com informações  The Huffington Post