Alex Dalla Vecchia Costa e Ailton dos Santos em foto tirada no elevador do prédio invadido — Foto: Reprodução/Arquivo/TV Globo
Cinco policiais militares foram absolvidos pela Justiça de São Paulo de terem matado dois pichadores em 2014 no bairro da Mooca. A sentença saiu na tarde desta quarta-feira (22) e a Promotoria afirmou que vai recorrer da decisão.
O sargento Amilcezar Silva, os cabos Adilson Perez Segalla, Robson Oliva Costa, Danielo Keity Matsuoka e André de Figueiredo Pereira, respondiam pela morte dos pichadores Alex Dalla Vecchia Costa, vulgo 'Jets', de 32 anos, que era mamorista, e Ailton dos Santos, o 'Anormal', de 33, montador, no dia 31 de julho de 2014 no Edicífio Windsor, na Mooca.
O advogado João Carlos Campanini, que representou quatro dos cinco réus, disse que a absolvição só foi possível porque ficou comprovada a legítima defesa. "Quando os PMs entraram no local foram recebidos a tiros e revidaram", disse Camparini. Os PMs respondiam em liberdade e estavam afastados de suas funções.
"Ao contrário do que sustentou o ilustre representante do Ministério Público, as provas produzidas, em ambas as fases, evidenciam que os réus Danilo, Amilcezar, Adilson e André agiram sob o manto da legítima defesa, enquanto o réu Robson não teve nenhuma participação nos fatos", escreveu a juíza Débora Faitarone, da 1ª Vara do Júri, em sua decisão.
Policiais acusados dão sua versão sobre a morte de dois pichadores em São Paulo
Em entrevista exclusiva ao G1 em 2015, os cinco policiais já haviam alegado que mataram os pichadores para se defender deles (assista acima à reportagem de 2015).
Danilo, Amilcezar, Adilson e André respondem por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima). Robson também foi denunciado por ter participado das execuções, embora não tenha disparado contra as vítimas. Os cinco também são acusados de fraude processual.
Eles chegaram a ser presos, mas depois foram soltos por decisão da Justiça para responder aos crimes em liberdade.
Câmeras de segurança do prédio gravaram o momento em que os pichadores entram e depois aparecem os policiais — Foto: Reprodução/Arquivo/TV Globo