• Flavia Bezerra
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No Hospital Estadual Rocha Faria, prematuros ficam 40 minutos na rede, após mamarem (Foto: Ascom SES-RJ / Maurício Bazílio)

No Hospital Estadual Rocha Faria, prematuros ficam 40 minutos na rede, após mamarem (Foto: Ascom SES-RJ / Maurício Bazílio)

Quem nunca tirou um cochilo em uma rede de balanço depois daquele almoço supergostoso de domingo e desejou não sair mais de lá? Saiba que além do aconchego, da temperatura amena e do balanço da rede tranquilizar qualquer adulto, ela auxilia no desenvolvimento dos bebês que nasceram antes da hora. Isso mesmo! Redes de balanço ajudam os prematuros a crescer e se desenvolver e, por isso, estão sendo colocadas dentro das incubadoras hospitalares. E acredite, a ideia tem dado certo!

O projeto de acoplar redes estéreis e feitas de algodão nas UTIs neonatais não é algo tão recente, mas a novidade é que, a cada dia, mais hospitais no Brasil passam a utilizá-la. Na rede, o bebê poupa suas energias, o que favorece o ganho de peso, e tem menos risco de desenvolver escara, tipo de lesão que surge após o contato constante da pele com o colchão.  

rede de balanço; incubadora; bebês; (Foto: Ascom SES-RJ / Maurício Bazílio)

O Hospital Regional de Maringá (PR) utiliza a rede desde 2010. De acordo com a técnica de enfermagem da UTI neonatal do hospital, Maria Eunice Quirino Oliveira, a ideia de improvisar uma faixa de algodão em uma rede de balanço surgiu de uma necessidade. “Nós tínhamos uma bebê prematura que estava há quatro meses na incubadora. Ela estava estressada, cansada e não via a mãe com frequência. Improvisamos uma rede e a colocamos nela”, conta Maria Eunice. O efeito foi tão imediato que, a partir deste dia, o hospital pediu para as redes serem confeccionadas.

A melhora imediata do estado mental dos bebês prematuros com esse recurso também acontece no Rio de Janeiro. O Hospital Estadual Rocha Faria introduziu a rede de balanço no início deste ano. Segundo a pediatra e coordenadora do serviço de neonatologia do hospital, Maria Angélica Sveiter, o sucesso da prática é atribuído ao fato de a rede imitar o movimento uterino. “É um ambiente que simula o útero materno e onde o bebê vai ficar por volta de 30, 40 minutos após mamar”, afirma a pediatra.

No Hospital Rocha Faria apenas os prematuros que não usam oxigênio vão para a incubadora com a rede. Segundo Maria Angélica, o ideal é levar o bebê acordado, e não sedado, a fim de que ele participe do processo e aproveite o momento. Além disso, a equipe de neonatologia alterna o método com o canguru e a shantala, ambos feitos com a luminosidade baixa. Para a pediatra, todos esses processos, quando realizados em conjunto, conectam o bebê ao mundo e permitem que ele conheça o seu corpinho.

Em São Paulo, o Hospital Samaritano também utiliza as redes. "Muitos bebês prematuros nascem com 400, 500 gramas e só vão receber alta quando estiverem com mais de dois quilos. Este é um processo demorado, que estressa pais e bebês. Portanto, até a ida para casa acontecer, a gente busca medidas mais humanizadas, como a rede, para dar bem-estar aos prematuros”, diz Teresa Uras, neonatologista do hospital.

E você? O que acha da técnica? Deixe seu comentário.

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