Ciência e Saúde

Boa relação com a literatura no início da vida afeta na adolescência

Estudo que acompanhou diversos gêmeos idênticos por anos

Roberta Machado
postado em 24/08/2014 07:00
Crianças em escola francesa: relação com a leitura começa muito antes do processo de alfabetização, dizem especialistas

Um estudo realizado com gêmeos idênticos no Reino Unido mostra que ler bem no início da infância pode afetar positivamente a inteligência da pessoa para o resto da vida. A pesquisa, conduzida pela Universidade de Edimburgo e pela King;s College de Londres, comparou o nível de leitura de 1.890 pares de irmãos por nove anos e constatou que os indivíduos que se davam bem com os livros a partir da fase de alfabetização desenvolveram habilidades cognitivas superiores na adolescência. A vantagem intelectual dos leitores, aponta o estudo, não foi restrita ao jeito com as palavras e se estendia também à capacidade de raciocínio em testes não relacionados com a literatura. Os resultados podem influenciar na forma como especialistas lidam com a educação infantil.

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As crianças acompanhadas foram submetidas a exames de leitura e de inteligência aos 7, 9, 10, 12 e 16 anos. Eles passavam por testes de vocabulário e compreensão de texto, além de terem o conhecimento sobre autores populares sabatinado. A desenvoltura não verbal também foi testada em atividades que mediam o pensamento abstrato e a lógica dos pequenos. Como resultado, aqueles que liam melhor que seus irmãos também tinham desempenho superior em testes de inteligência em cada fase da vida.

;Podemos apenas especular as causas;, ressalta Stuart Ritchie, pesquisador de psicologia na Universidade de Edimburgo e principal autor do trabalho, publicado recentemente em Child Development. Ele aponta que há duas causas principais que possam ligar a leitura ao desenvolvimento da inteligência: ;Primeiro, ler permite que as crianças pratiquem habilidades de pensamento, como imaginar outras pessoas, momentos, lugares e objetos que não estão diretamente na frente delas. Essas habilidades abstratas podem ser úteis em testes de inteligência e na performance intelectual de forma geral. Segundo, ler pode levar crianças a praticarem a concentração e o tipo de habilidades necessárias em situações nas quais testes de QI são feitos.;

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