e-Cidadania

Como produtos de natureza audio-visual, jogos digitais se enquadram praticamente na mesma categoria de filmes: contando com todos os elementos destes como trilhas sonoras, imagens, histórias, etc - com a diferença maior de serem uma mídia interativa. Mais do que tudo, jogos digitais assim como filmes, podem ser uma forma de expressão. Existem vários jogos autorais, jogos de desenvolvedores independentes, de estudantes... que sequer pensam no lado comercial - existem apenas para transmitir uma ideia, para fazer o jogador pensar sobre algo. Jogos servem não apenas para o lazer, mas através de "gameficação" é possível ensinar, estimular o aprendizado e até mesmo motivar e inspirar as pessoas. E enganam-se aqueles que pensam que jogos são coisas de criança. Segundo o Ibope, em 2012 25% dos jogadores brasileiros tinham entre 25 e 34 anos. E do total pesquisado, 31.5% eram do sexo feminino. Em dados mais atualizados, esse percentual aumentou para 47% em 2015. Jogos digitais também são uma mídia extremamente abrangente e democrática: segundo a mesma pesquisa do Ibope, os jogadores se dividem entre as classe AB(49,8%) e C(45,2%). Existem diversos jogos que são totalmente gratuitos, o que possibilida a qualquer um com um computador, tablet ou celular a jogar sem ter que gastar absolutamente nada. Ressaltando ainda, que o mercado de jogos mundial fatura mais do que o mercado cinematográfico, e com a distribuição digital tanto em video-games, quanto em dispositivos móveis e mesmo em navegadores - possui um alcance muito superior à qualquer outra forma de cultura existente. Por isso, precisamos de um reconhecimento formal de jogos digitais (ou "games") como uma forma de cultura. Isso abriria portas para políticas públicas sobre o assunto, e daria ao setor a devida importância que o mesmo possui no resto do mundo.