“Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura.” (Colossenses 3:19)

– Amar aqui vem do grego ‘agapao’, forma imperativa de ‘agape’. Este é o amor de Deus aos homens, e em consequência, dos homens a Deus, aos outros e aos seus inimigos. Recebemos este amor quando nos entregamos a Deus em obediência ao batismo – o fruto do Espírito (Gálatas 5:22). O amor aqui é uma ação que se faz em benefício do outro; uma atitude sacrificial. Ex.: Jesus nos amou e deu a sua vida por nós, porém, não merecíamos o que Ele fez, mas Seu amor o fez agir em nosso favor. Assim como a graça é um dom imerecido, o amor ‘agape’ é uma dádiva que Deus nos oferece sem merecermos. Quando entendemos o amor de Deus, passamos a amar como Ele amou. Jesus disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (João 13:34).

A instrução do apóstolo Paulo para os maridos é: “amai vossa esposa”. Ele não disse: “se for possível…; se der…; se ela te corresponder…; se ela merecer…; etc.”. Ele disse: “amai vossa esposa”, ou seja, o marido deve amar sua esposa independentemente como ela responde a este amor. Quer um exemplo? Jesus e a sua igreja: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (Efésios 5:25). Jesus (o Noivo) é fiel, mas como igreja (a noiva), nem sempre somos fiéis a Ele. Às vezes, transgredimos sua vontade; às vezes pecamos; às vezes deixamos de cumprir com as atitudes que Deus quer para nossas vidas, mas Jesus continua nos amando. Quer outro exemplo? Oséias e Gômer. O profeta amava sua esposa, porém ela o traia e desprezava-o; mas Oséias a perdoou e reconciliou com ela (Leia o livro de Oséias). Devemos lembrar que “amai” do verso em colossenses está no imperativo, ou seja, é um mandamento ou uma ordem direta do Senhor, assim como o “ide” em Mateus 28:19. O cristão deve ir e “fazer discípulos de todas as nações”; é a vontade soberana de Deus. O marido deve amar sua esposa, pois é a vontade soberana de Deus.

Paulo ainda acrescentou algo ao amor que os maridos precisam oferecer as suas esposas: “não a trateis com amargura”. Tratar com amargura (gr. Pikraino) é causar grande aflição acompanhada de opressão e tristeza; é tornar o relacionamento amargo, azedo. Quem quer algo assim? O marido precisa tratar a sua esposa com docilidade, cuidado e carinho.

Jesus nos ama e continua nos amando, independentemente como respondemos a este amor. Nem sempre somos fiéis, mas Ele continua fiel. Às vezes caímos e Ele está pronto para nos levantar. Em certos momentos, pecamos, mas Ele nos perdoa. Do mesmo modo, Oséias, retratando Deus com seu povo, muitas vezes infiel aos seus desígnios, perdoou e os amou. O profeta Óseias amou, perdoou e socorreu sua esposa Gômer, apesar dela ser infiel e o tratar com desprezo.

O marido deve amar sua esposa e não a tratar com amargura; esta é a vontade de Deus. Deus amou o povo Israel retratado em Oséias; Jesus amou a igreja (Efésios 5:25). O amor de Deus, Oséias e Jesus era o mesmo: o ‘agape’. Ao marido foi dada a mesma instrução. É uma honra para o marido amar sua esposa, assim como Deus ao seu povo e Jesus a sua igreja. O marido que não ama está fora dos desígnios do Criador.

Existem outros tipos de amor: 1) o amor entre seres humanos (gr. phileo) – Ex.: pais ao filho, filho aos pais, amizade, etc. 2) o amor entre irmãos em Cristo (gr. philadelphia), o amor fraternal. 3) o amor físico – incluindo o sexo – (gr. ‘eros’) [ver nota abaixo]. Eles são importantes na relação matrimonial, mas se não houver o ‘agape’ entre o casal, dificilmente eles enfrentarão juntos os desafios e dificuldades da vida a dois. Se existir o ‘agape’ no matrimônio, o casal ficará unido por toda a vida como é a vontade de Deus. “Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Marcos 10:9).

Marido quer ser abençoado? Ame (gr. agape)  a sua esposa e não a trate com amargura!

Nota: “O amor físico (gr. ‘eros’) no contexto de um casamento bíblico é correto e até incentivado (1 Coríntios 7:2, 3; Hebreus 13:4), mas ‘eros’ tinha tantas conotações ruins que os escritores do Novo Testamento evitaram usá-lo.” (por David Roper em seu estudo “A carta de Paulo aos Romanos” – publicado por “Verdade para hoje”)