Reviews Agents of S.H.I.E.L.D. 2×08: The Things We Bury

Agents of S.H.I.E.L.D. 2×08: The Things We Bury

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Agents of S.H.I.E.L.D. embarcou no trem das explicações e justificativas.

Uma série boa se caracteriza pela sua capacidade em criar perguntas que alimentem os telespectadores, mas sem entregar muitas respostas. Uma série sedutora sabe exatamente o que dar de comer para seus súditos, de forma que eles sempre queiram mais. Uma série honesta é aquela que tem em si um pouco de todas as artimanhas e no final, ainda te dá respostas e resoluções condizentes com a tensão proposta. Não existem surpresas, estou me referindo a Agents of S.H.I.E.L.D. como a produção que alimentou, cuidou e agora empurra seus fiéis seguidores do penhasco, mas só para nos ajudar a alçar voo. Semanalmente estamos chegando mais próximos ao topo e só tenho a agradecer a essa equipe.

Essa review pode ter começado com ar de despedida, mas não se assustem, até a conclusão deste texto nenhuma notícia oficial da ABC, cancelou, ou renovou MAoS. Parte da minha admiração pela série é por sua capacidade de se manter honesta em todo momento. Estamos ainda no oitavo episódio, mas muito do que a trama será, ou poderá se tornar já está bem definido. Várias outras séries prezam por entregar tal feito penas quando a season finale aporta sua direção.

E se não pudesse ficar mais óbvio, compare bem onde estamos nesta temporada e onde já estivemos ano passado. Se aqui, a tensão foi construída desde o 2×01, lá somente com o nono episódio, The Bridge, que tivemos um verdadeiro fator decisivo no crescimento da série. Te desafio a descordar. A urgência é palpável e foi exatamente esse tempero que faltou no ano de estreia.

O desenvolvimento de ‘The Things We Bury’ foi fenomenal. Realmente, se não fosse pelo final meio lento, eu seria forçado a consultar meu calendário para ter certeza de que o mid-season finale não estava tão perto assim. Dificilmente as séries deixam para entregar tantas respostas quando a pausa da temporada está próxima. Usualmente, o Cliff-Hanger nos chama para o que virá, mas sem entregar tudo. E eis que me faço a pergunta: O que mais poderá acontecer que nos prenderá para o retorno da série em 2015? (Além é claro do crossover com Age of Ultron).

Apenas uma coisa vem a minha mente, a cidade secreta que finalmente já sabemos a localização. Olha, a passos largos MAoS caminha para uma temporada excelente. Notem que esse episódio dividiu bem várias tramas paralelas simultaneamente. Whitehall (com direito a mais Agent Carter), a cidade e o passado da mãe da Skye e o Doutor.

Sim, não apenas descobrimos onde está a cidade secreta como também experimentamos em primeira mão o aparecimento da mãe da Skye, com a participação da divina atriz Dichen Lachman (Sierra de Dollhouse). Gosto muito desse apreço que os Whedon tem em colocar seus atores e atrizes em novas produções. É um abraço caloroso aos fãs do Whedonverse. Mas voltando a mamãe Skye, sua presença mostra algo que posso utilizar até para conectar com outras duas pessoas importantes que darão as caras em Vingadores 2. Pietro e Wanda, ou, Mercúrio e Feiticeira Escarlate.

A presença da mulher chinesa, mamãe Skye, mostra que sempre existiram pessoas com habilidades diferentes na terra. Ainda fica no ar se elas sempre existiram (não podemos falar em evolução, pois isso seria muito parecido com mutantes), ou se são fruto das experiências que os “anjos azuis” fizeram com os humanos no passado remoto. De toda forma, é outro assunto que rapidamente começa a se fechar. Já temos noção dos planos de Whitehall, de como ele permaneceu jovem (no caso, rejuvenesceu) e para onde todos estão interessados a ir. E de brinde ainda ganhamos umas discussões históricas sobre o Diviner e sua função, ser uma chave. Lembrando que pode ser chave da porta do templo, chave para acordar os poderes latentes nos humanos, qualquer opção é válida.

Outro ponto extremamente importante é ver como a série trabalhou suas duas figuras mais intrigantes, Ward e o colocou juntos. Ambos tiveram uma construção bem parecida, vimos suas perdas, suas motivações e nos aproximamos bem mais da loucura guardada em cada um.

Muito do que aconteceu com os Wards, em minha opinião, foi a única maneira para que Grant entendesse que ele não estava louco, e que realmente, seu irmão era responsável por tudo o que ele havia feito a Thomas. Ele precisava dessa confirmação, para vocês verem o nível de loucura que o cara tem e o quão complexa não deve ser sua cabeça. O final, com o senador confessando e dando um sentido a nossas dúvidas foi uma excelente maneira de expandir o Ward fora da prisão da S.H.I.E.L.D. Com certeza ganharemos muito mais com ele fora do enclausuramento, do que servindo apenas como livro de informações e lamurias. O cara matou novamente e mesmo que sua família fosse composta por monstros, a atitude só o empurra para mais longe do “bom mocismo”.

E como o jogo com a Hydra sempre se baseia em traição, todos nós já sabemos muito bem o que sairá dessa moita. Com Ward interessado apenas em si mesmo (e Skye) e o Doutor, interessado em sua vingança (e Skye), não sobram dúvidas de que Whitehall pagará caro por essa aliança. Isso se o cientista não acabar traindo os outros dois, pode acontecer, é MAoS.

Uma coisa não me agradou muito, e foi Bobbi e Hunter. Eu sei que os dois merecem destaque e que tem uma química muito boa, mas nada válido para o episódio saiu de lá. Mais interessante estava Fitz, mostrando que sua recuperação está cada vez mais avançada e Trip, participando ativamente do episódio. Uma pena que ele acabou levando um tiro, mas é esse o preço da relevância. Para mim Bobbi sempre é boa, nunca é demais, porém, poderíamos ter passado um episódio sem vê-la.

Chega a dar um pouco de medo, a série se explicando tanto assim e nos entregando respostas pode significar um sinal meio nebuloso para a renovação. Por outro lado, mostra total respeito aos seus fãs e telespectadores. Muitas séries prezam por uma quantidade absurdamente maior de perguntas, do que respostas. É muito bom ver uma série que consegue criar tensão e ao mesmo tempo sabe avançar com as tramas, sem cair no drama de muita interrogação para pouca explicação. O mais importante, porém, é que MAoS consiga criar novas expectativas, pois é disso que sobrevive qualquer drama na televisão atualmente. Nós precisamos saber o que virá a seguir, mesmo que existam surpresas, no mínimo, o caminho deverá ser delimitado.

De toda forma, esse é mais um episódio que entra para o rol dos melhores da temporada. Uma temporada impecável, diga-se de passagem. Estou muito feliz pelo direcionamento que a série tomou e pelos caminhos que ela está traçando. Daqui para frente, a chapa vai ficar cada vez mais quente. E enquanto eu me regozijo pelo jeito que o MCU trabalha, colocando Peggy e sua importância sendo pontuados, vou me preparando para o que der e vier. Que MAoS tenha vida longa e essa segunda temporada mostre para os descrentes, que vale a pena voltar a acompanhar a série. Espalhem a palavra e HAIL S.H.I.E.L.D.!

Easter Eggs e outras informações

– Será que o Caveira Vermelha ainda está “vivo”? Ou poderá voltar? Nos quadrinhos ele também ficou em suspensão animada, no mesmo esquema Capitão América congelado. Seria uma boa justificativa para a devoção de Whitehall a mente brilhante de seu ex chefe.

– Anjos azuis que trouxeram presentes para a humanidade a muito tempo atrás. Isso grita a KREE! Já que eles fizeram exatamente isso nas HQs.

– Howling Commandos já apareceram no filme do Capitão América e para quem não se lembra, Trip é neto de um deles. A série da Agente Carter mostrará missões de Peggy com eles.

– O poder do obelisco pode ser comparado com o do Tesseract. Parece que a teoria de alguns de vocês apontando o objeto como joia do infinito, pode estar certo.

– Pierce, citado no episódio como responsável por libertar Whitehall da prisão foi o grande chefão da S.H.I.E.L.D. e revelado traidor no filme Capitão América: Soldado Invernal.