31/10/2016 10h47 - Atualizado em 31/10/2016 11h22

Crivella terá de lidar com queda de receita e de investimentos no Rio

Cidade terá a primeira queda em sua receita desde 2009.
Taxa prevista para investimentos é a menor desde 2010.

Do G1 Rio, com informações da GloboNews

Além de todos os desafios comuns aos prefeitos eleitos, Marcelo Crivella (PRB) vai ter que saber lidar também com uma realidade mais modesta no Rio. Depois de um período de altos gastos, com grandes eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada na cidade, economistas preveem que o cenário no próximo ano vai ser de queda na receita e nos investimentos.

 

Conforme informou a GloboNews, a receita estimada para o ano que vem é de R$ 29,5 bilhões, quase 4,5% menor que a deste ano. É a primeira queda depois de uma sequência de sete anos de crescimento, que começou em 2009, o primeiro ano da gestão do atual prefeito Eduardo Paes.

No primeiro dia de agendas após ser eleito, Crivella circulou nesta segunda-feira (31) pela cidade para agradecer a eleitores. Ele disse que precisa de um governo "austero" e "extramamente técnico", prometendo novamente a redução de secretarias.

"O secretariado vai diminuir a menos da metade", prometeu, sem antecipar nomes.

Também está prevista queda significativa nos investimentos. Os pouco mais de R$ 2,1 bilhões previstos para serem investidos no ano que vem representam só 40% do valor deste ano, que foi de R$ 5,3 bilhões. A taxa de investimentos será de 7,2%, a menor desde 2010.

Os números são do projeto de lei de orçamento anual, enviado pela gestão Eduardo Paes à Câmara de Vereadores.

De acordo com a vereadora Teresa Bergher, o novo prefeito vai precisar de um bom secretário de Fazenda, além de equilibrar as contas.

O novo prefeito vai precisar resolver também o fundo de previdência dos servidores municipais, que vem gastando mais do que arrecada. Em 2015, o déficit previdenciário foi de R$ 486,5 milhões contra R$ 349,2 milhões em 2014.

Apesar de ainda estar longe do limite imposto pela lei de responsabilidade fiscal, o nível de endividamento da prefeitura do Rio vem aumentando nos últimos anos. Caiu em 2016 só por causa da mudança do indexador da dívida de estados e municípios com o governo federal.

Para Mauro Osório, economista e professor da UFRJ, a conta da Olimpíada vai chegar. Isso sem falar da necessidade de manutenção dos equipamentos esportivos. Para ele, uma saída para o problema da arrecadação seria encarar um assunto evitado em campanha, que não dá voto: a revisão do valor do IPTU.

“Dois terços da cidade não pagam IPTU. O prefeito precisa ver isso. É preciso também entender que menos investimento não é necessariamente algo ruim. Qualidade do custeio será fundamental”, avaliou o economista

Procurada pela reportagem, para entender melhor como andam as contas e com quais despesas a próxima gestão vai ter que arcar, a prefeitura não retornou.

Nesta segunda, o novo prefeito falou que esperar uma boa transição e agradeceu ao apoio do atual prefeito, Eduardo Paes.

"Eduardo foi muito generoso. Passado a eleição, aquele que tem a índole e a natureza e a vocação da política, eles sabem de que é preciso para governar paz. E a paz é o fim de todas as ofensas, de todas as injúrias, de todas as calúnias. agora, é hora de se unir. O rio precisa ter união porque é da união que vem a força. E me refiro também ao Governo Federal. Não faremos do Rio de Janeiro um púlpito ideológico de 'Fora, Temer'. Absolutamente, eu preciso de parcerias. O estado já está em crise. Essa demanda toda da saúde e até da educação, muitas delas caem no municí,io, então nós precisamos de parcerias, e eu não vou abrir mão disso."

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