Jamie Oliver, Alex Atala e as marcas de comida industrializada

Quem gosta de programas de televisão sobre gastronomia sabe que o chef Jamie Oliver é um grande embaixador da alimentação saudável. Oliver esteve à frente de um seriado chamado “Food Revolution” (Revolução da Comida), entre 2010 e 2011, em que ele ajudava a transformar a merenda de escolas nos EUA em lanches mais nutritivos. Hoje, a Food Revolution é uma campanha global de incentivo à alimentação saudável.

 
Contudo, o chef está no Brasil para anunciar sua mais recente parceria com a Sadia, marca de produtos alimentícios industrializados. E, antes mesmo de o projeto ser apresentado – o anúncio oficial foi na tarde desta quarta-feira, 6 -, a associação de Oliver com uma das maiores produtoras de carne de frango do mundo já causa polêmica.

Questionado sobre a polêmica, Jamie Oliver disse entender as críticas e afirmou que já pensou como essas pessoas. “Há uns três ou cinco anos eu não trabalharia para grandes empresas. Mas amadureci e sei que para ser grandes temos de trabalhar numa escala maior. O ativismo deve estar em todas as esferas”, disse.

A notícia da parceria provocou a saída de alguns dos chamados “embaixadores” brasileiros, e também de latinos, do programa Food Revolution. Além disso, muitos internautas usaram as redes sociais para criticar o envolvimento do chef com a marca.

 
Créditos: © Edu Simoes/Guardian News & Media Ltd
 
No Brasil, o chef Alex Atala também virou alvo das críticas nas redes sociais recentemente. O chef do D.O.M., considerado o 11º melhor restaurante do mundo, virou garoto propaganda da SEARA, e a repercussão também não foi muito positiva.

Isso porque o chef estrela um dos episódios da série documental “Chef’s Table”, na Netflix, em que aparece defendendo os pequenos produtores e a alimentação saudável. Os internautas enxergaram uma contradição entre o discurso de Atala e sua associação com uma grande marca.