Política

Sucessor de Eduardo Cunha na Presidência da Câmara também é investigado

Aliado de Cunha, Waldir Maranhão (PP-MA), votou contra o processo de impeachment da presidente Dilma

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, durante sessão da votação do impeachment
Foto: Antônio Augusto/Câmara dos Deputados (17-04-2016)
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, durante sessão da votação do impeachment Foto: Antônio Augusto/Câmara dos Deputados (17-04-2016)

BRASÍLIA - Com o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara por conta da denúncia por corrupção e lavagem, quem assume o comando da Casa é seu vice, um deputado pouco conhecido, do baixo clero, cuja situação não é muito melhor. Trata-se de Waldir Maranhão (PP-MA), um dos 32 integrantes do Partido Progressista  investigados na operação Lava-Jato. Forte aliado de Cunha e suas manobras, Maranhão, no entanto, votou contra o imeachment da presidente Dilma Rousseff.

Em seu terceiro mandato de deputado, Waldir Maranhão foi eleito vice-presidente da Câmara em fevereiro de 2015, com o apoio de Cunha. Se herdar o principal posto na hierarquia da Casa, torna-se também o segundo homem na linha sucessória da Presidência da República.

Waldir Maranhão deu aval às manobras de Cunha. Tanto que limitou a investigação no Conselho de Ética sobre o então presidente da Casa. Com isso, o peemedebista não poderá ser investigado sobre acusações de que teria recebido propina, o que consta nos relatos de delatores da Lava-Jato. Segundo a decisão tomada em abril, o foco da apuração no colegiado ficou restrita à suspeita de que Cunha teria contas bancárias secretas no exterior e de que teria mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras, em março de 2015.

Fiel aliado de Cunha, no entanto, Maranhão votou contra o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, no dia 17 de abril, Dos 45 deputados do PP, apenas quatro disseram não. Maranhão foi um deles.

Quando se trata-da Lava-Jato, o presidente da Câmara em exercício é quase tão implicado quanto o titular ora suspenso. Investigado na Operação Lava-Jato, Maranhão foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef, condenado por lavagem de dinheiro, como um dos deputados que recebeu dinheiro por meio da empresa GFD, usada pelo doleiro para distribuir propina a políticos.

Waldir Maranhão também é alvo de outros dois inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é acusado de crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores.