Acordo do Clima de Paris entra oficialmente em vigor hoje

04/11/2016 por Juliana Rangel

Acordo do Clima de Paris entra oficialmente em vigor hoje (04/11/2016), quase um ano depois da sua aprovação por representantes de 195 países, na COP 21.

O acordo do clima de Paris assinado em dezembro de 2015, marcou a primeira vez que os governos determinaram limites juridicamente para frear o aumentos da temperatura global, e é fruto de mais de duas décadas de negociações internacionais sobre o combate às mudanças climáticas.

O acordo que irá substituir o Protocolo de Kioto em 2020, tem como objetivo manter o aumento da temperatura média mundial abaixo de 2°C, mas pretende limitar o aumento de temperatura a 1,5°C, em relação aos níveis pré-industriais, o que os cientistas consideram como o limite da segurança, para que a mudança climática não tenha consequências catastróficas e irreversíveis.

Veja também: A COP21 e as construções sustentáveis

A entrada em vigor ocorre após a meta de 55% dos países responsáveis pelas emissões mundiais de gases com efeito de estufa, terem ratificado o acordo, noventa e sete países já fizeram, o Brasil ratificou em setembro.

O feito também ocorre às vésperas da 22ª Conferência da ONU que acontecerá em Marrakesh  a partir da semana que vem. A COP22 deve ser uma conferência de ação e implementação, onde devem ser discutidos temas que vão desde a definição das regras de transparência ao aumento da ajuda financeira aos países em desenvolvimento, e a apresentação das metas de cada país para 2050.

Apesar de ser uma conquista histórica, talvez o acordo do clima não seja suficiente. Segundo um estudo da ONU, onde foram analisadas todas as propostas apresentadas pelos países, mesmo se todos cumprirem suas metas, ainda teremos um aquecimento global de 3ºC até o final do século.

Os cientistas avisam que se não tomarmos drásticas atitudes, o mundo ficará quatro graus mais quente, ou três graus, se os países cumprirem suas metas. Um relatório da ONU relembrou que o Acordo de Paris já vem atrasado e que é urgente agir rapidamente para evitar os impactos mais catastróficos das alterações climáticas.
acordo do clima de paris

O grande desafio está na desistência rápida da queima de carvão, petróleo e gás, e no maior investimento em tecnologias verdes e em eficiência energética. Com maior ambição, os objetivos climáticos acordados ainda podem ser alcançados, segundo especialistas.

Todo mundo tem que fazer a sua parte. Como é sabido, o mercado da construção civil é um dos grandes responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. Na COP 21, foi postado um texto no site da UNFCCC, com o compromisso de uma “transformação global do mercado” e foi lançado o compromisso de ajudar os países a cumprirem os seus INDCs através da construção sustentável.



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