Por Alessandro Ferreira e Gabriel Barreira, G1 Rio


Cidinha Campos é hostilizada em restaurante próximo à Alerj

Cidinha Campos é hostilizada em restaurante próximo à Alerj

A deputada estadual Cidinha Campos (PDT) foi hostilizada por servidores do estado que protestavam perto da Alerj nesta terça-feira (29). Ela estava num restaurante que foi cercado por manifestantes, depois que uma oradora num carro de som afirmou que ela estava comendo e "tomando champanhe" no estabelecimento.

Neste momento, a maior parte dos servidores perto do carro de som era ligados a órgãos de segurança, incluindo manifestantes que pediam intervenção militar. Um grupo chegou a bloquear com uma lixeira uma das entradas do restaurante, no Paço Imperial, onde também funciona uma livraria. Eles gritavam palavras como 'Joga no lixo!'. Posteriormente, alguns manifestantes conseguiram entrar no estabelecimento, mas a deputada foi retirada por uma entrada na parte de trás.

Cidinha Campos é cercada por manifestantes em restaurante — Foto: Alessandro Ferreira/G1

Ao sair do local, a parlamentar disse que "quase apanhou no protesto". Manifestantes ainda gritaram 'Capacho do Cabral', por ela ter visitado o ex governador Sérgio Cabral, preso acusado de desviar mais de R$ 200 milhões.

"O que aconteceu foi que me cercaram no restaurante. A turma do Psol. Se são servidores são amigos dele porque aqui dentro só votei a favor dos servidores. Vocês podem pegar qualquer ato meu. Nunca teve nenhum contra o servidor. Me cercaram não me deixaram sair, tentaram me bater, foi o que aconteceu", explicou Cidinha.

"Fui visitar e vou visitar todo amigo meu que estiver na pior. Não visito quando está bem, mas visito quando está mal", acrescentou. Exaltada, a deputada discutiu com o deputado Marcelo Freixo e responsabilizou o partido dele pela ação.

Durante os xingamentos, porém, havia servidores pedindo intervenção militar e com camisas do SOS Polícia.

Freixo respondeu às acusações de Cidinha. "Respeito o nervosismo dela. Imagino que tenha ficado muito apreensiva e com razão. Mas, a tentativa dela de dizer que é o Psol não tem cabimento. Quando você vê as imagens não é nenhuma pessoa que possa ser identificada como Psol, pelo contrário. Tem gente ali que claramente é servidora, pedindo intervenção militar, bandeira que jamais seria do pessoal. São características que não são da militância do Psol. Se fosse, iria divergir profundamente. Sou contra qualquer tipo de violência. Não sei o que aconteceu, mas com certeza absoluta não é uma responsabilidade do meu partido. Querer atribuir a uma opção partidária é fazer política de maneira equivocada", justificou o deputado.

Protesto contra 'pacote de austeridade'
Manifestantes de várias categorias se reuniram na porta da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na manhã desta terça-feira (29), antes de mais um dia de discussão sobre projetos do pacote de austeridade enviado à Casa pelo governo para sanear as contas do estado.

Houve princípio de confusão no local, alguns servidores tentaram derrubar a grade e tacaram pedras. A PM usou spray de pimenta para conter os manifestantes, que também cercaram o Paço Imperial. Um orador no carro de som estimulava manifestantes a invadir a Alerj.

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