11/11/2016 07h26 - Atualizado em 11/11/2016 21h26

Grupos protestam em 18 estados e no DF contra a PEC que limita gastos

Motoristas de ônibus paralisaram atividades; vias foram fechadas.
Bancários e professores também aderiram ao ato em alguns estados.

Do G1, em São Paulo

Nesta sexta-feira (11), manifestantes fizeram atos em pelo menos 18 estados e no Distrito Federal contra a proposta de emenda constitucional (PEC) que limita os gastos públicos. Há registro de mobilização em: AC, AL, AM, BA, DF, ES, GO, MG, MS, MT, PA, PE, PR, RJ, RS, RN, SC, SP e TO.

Motoristas de empresas de ônibus paralisaram suas atividades, e manifestantes fecharam avenidas e estradas. Em alguns estados, como a Bahia, bancários e professores também aderiram.

Manifestantes fecham a Anchieta em protesto contra PEC dos gastos públicos (Foto: Reprodução/TV Globo)Manifestantes fecham a Anchieta em protesto contra PEC dos gastos públicos (Foto: Reprodução/TV Globo)

Veja a situação por estado:

Acre
Trabalhadores e representantes de centrais sindicais fizeram uma manifestação em frente ao Terminal Urbano, no Centro de Rio Branco. O local ficou fechado enquanto o grupo permaneceu ali. Depois, os manifestantes seguiram para a frente da Casa Rosada, onde finalizaram o protesto.

Ao menos 200 pessoas participaram do ato, segundo a presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Rosana Nascimento. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans) fala em 30 manifestantes.


Alagoas

Dezenas de manifestantes saíram em caminhada pelas ruas do centro de Maceió, nesta sexta, contra a PEC que limita os gastos públicos. O ato é composto por movimentos sociais, estudantes e sindicalistas.

A organização afirma ter cerca de 6 mil pessoas na manifestação. A Polícia Militar acompanha o protesto, mas não estima número de participantes. Por causa da manifestação, um intenso congestionamento se formou na região do Centro, refletindo também no trânsito de outros pontos da capital.


Amazonas
Manifestantes protestam na Praça Eliodoro Balbi desde às 8h30 desta sexta contra a PEC do teto de gastos públicos. Segundo a Polícia Militar, o protesto é pacífico e não interrompe o trânsito no local.   


Bahia
A capital baiana amanheceu sem ônibus nesta sexta-feira, seguindo um série de protestos nacionais contra a PEC do corte de gastos públicos. Os rodoviários da região metropolitana informaram que também iriam paralisar as atividades.

O Sindicato dos Bancários da Bahia anunciou que a categoria também irá aderir à paralisação. As agências ficarão com as portas fechadas até as 12h.

O professores estaduais disseram que também vão fazer paralisação nesta sexta, entretanto a categoria ainda não informou quando as aulas serão repostas. Os docentes municipais também irão aderir à paralisação nacional. Eles anunciaram que a reposição das aulas vai acontecer no dia 19 de novembro.

Cerca de 50 manifestantes fecharam os dois sentidos da BA-535, em Camaçari, na região metropolitana de Salvador.


Distrito Federal
Motoristas de ônibus e professores do Distrito Federal paralisaram as atividades nesta sexta-feira (11). A previsão é de que o protesto dos rodoviários, iniciado às 4h, termine às 9h. Já os estudantes da rede pública devem ficar sem aulas até segunda-feira (14).


Espírito Santo
Cerca de 300 manifestantes interromperam parcialmente o trânsito no km 67 da BR-101, em São Mateus, no norte do estado. O protesto termimou por votla das 9h.


Goiás
Dois grupos protestaram durante a manhã: um na região central de Goiânia e o outro no Anel Viário em Aparecida de Goiânia. O primeiro deles se concentrou na Praça Cívica com placas e faixas contra a PEC 241, e depois fizeram uma passeata pelas ruas do centro. No Anel Viário, os manifestantes bloquearam o trânsito e colocaram fogo em pneus.


Mato Grosso
Manifestantes se reuniram na Praça Ipiranga, no Centro de Cuiabá, para protestar contra as reformas trabalhistas, na previdência e no ensino médio. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 manifestantes estiveram no ato. Os organizadores não fizeram estimativa de público.

Em todo o estado, segundo os organizadores, seis cidades tiveram manifestações contra as reformas propostas.  Segundo o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, os professores da rede estadual paralisaram as atividades nesta sexta-feira (11) para participar do ato.


Mato Grosso do Sul
Houve registro de prostestos em Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá. Aulas foram suspensas nas escolas públicas e serão repostas em outra data. Na capital, a mobilização ficou concentrada na Praça do Rádio Clube, área central da cidade.


Minas Gerais
Servidores, entidades estudantis e sindicais fazem ato em Belo Horizonte. Pela manhã, grupos se concentraram em pontos da Região Centro-Sul da capital mineira e depois se deslocaram para a Praça Sete, uma das áreas mais movimentadas do hipercentro. Houve reflexos no trânsito e, pouco antes das 11h, o cruzamento das Avenidas Amazonas e Afonso Pena foi fechado.


Pará
Um motorista atropelou um manifestante nesta manhã em um trecho da avenida Perimetral, em frente à Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém. No local ocorria um protesto contra a PEC do teto de gastos públicos.

A Polícia Civil foi acionada pelos manifestantes, e o agressor foi levado à Unidade Integrada Pro Paz (UIPP) do bairro da Terra Firme. Segundo a assessoria da polícia, ele será autuado em flagrante por lesão corporal culposa no trânsito. A vítima foi levada para o Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti.

Em Santarém, um protesto reuniu servidores públicos e sindicatos na Av. Tapajós. Eles caminharam em direção à sede do Ministério Público Federal (MPF) e fecharam a BR-163 por alguns minutos. Nem os organizadores nem a Polícia Militar divulgaram números de participantes. As escolas da rede pública municipal e estadual supenderam as aulas e os funcionários foram convocados a integrar o movimento, que ocorreu de forma pacífica.


Pernambuco
Manifestantes bloquearam ruas e avenidas no Centro do Recife. O ato complicou ainda mais a mobilidade dos moradores da Região Metropolitana, onde os motoristas de ônibus cruzaram os braços às 4h e voltaram a circular às 8h.

A paralisação dos rodoviários teve como objetivo chamar a atenção para a onda de assaltos contra os veículos de transporte público. A categoria afirmou que o ato também reforça a mobilização nacional contra a PEC do corte de gastos.


Paraná
Um ato organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) ocorre no centro de Curitiba. Cerca de 500 pessoas estavam no protesto na Praça Santos Andrade, por volta do meio-dia, segundo a Polícia Militar.


Rio de Janeiro
Servidores públicos do Estado do Rio, a maior parte da educação, protestaram diante da Igreja da Candelária, no Centro do Rio. Eles criticam a PEC 241 e contra o pacote de medidas anticrise do governo estadual. Após 2h30 de concentração, às 18h50, o grupo deixou a Candelária em direção ao prédio da Assembleia Legislativa (Alerj) em outro ponto do Centro do Rio.

Por volta das 20h40, começou um tumulto com correria perto da Alerj, logo após a chegada de mascarados. O grupo explodiu artefatos e jogou pedras na direção dos policiais. A polícia também usou spray de pimenta e bombas de efeito moral. Segundo a Globonews, três pessoas foram detidas. Às 20h47, o protesto tinha acabado, mas policiais percorriam os arredores do Palácio Tiradentes buscando os mascarados.

Os policiais destacados para acompanhar o ato calculam que há cerca de 1.500 manifestantes no local. Já os organizadores do ato estimam 3 mil participantes.


Rio Grande do Sul
Entidades públicas e privadas de diversos setores se articularam para uma série de manifestações nesta sexta-feira. Logo pela manhã sindicalistas fizeram um piquete em frente à Carris, que é a empresa pública de transporte coletivo de Porto Alegre, na tentiva de impedir a saída dos coletivos. A Brigada Militar, no entanto, reagiu com bombas de efeito moral, e os veículos puderam circular. Situação semelhante foi verificada em frente a outras empresas que prestam serviço de transporte coletivo em Porto Alegre.

Cerca de 2,5 mil pessoas participam de uma caminhada no centro de Porto Alegre, segundo o Centro Integrado de Comando (Ceic).  Por volta das 18h, o grupo se concentrou no cruzamento entre a Avenida Borges de Medeiros e a Rua dos Andradas. Às 19h30, os manifestantes deram início a uma caminhada em direção à Avenida Júlio de Castilhos e seguiram até o Largo Zumbi dos Palmares.

Os professores das redes pública e privada devem integrar o ato. Em assembleia geral no último sábado (5), o Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro) aprovou participação na paralisação. Os colégios Anchieta, João XXII, Projeto, Bom Conselho e Monteiro Lobato estão entre os que confirmaram a adesão.

No interior, diversas cidades gaúchas registraram transtornos, e acidentes. Em Rio Grande, um motociclista que não viu uma pilha de pneus que seria incendiada na ERS-734 e sofreu um acidente. Ferido, ele foi encaminhado para a Santa Casa.


Rio Grande do Norte
Os ônibus não saíram das garagens de Natal e região metropolitana na manhã desta sexta. Os veículos só voltaram a circular às 8h. Os rodoviários protestam contra a PEC que limita os gastos públicos por 20 anos, que está em tramintação no Congresso, contra a reforma previdenciária, entre outros.


Santa Catarina
O estado teve serviços paralisados nesta sexta com a adesão de trabalhadores ao movimento nacional contra a PEC dos gastos. Servidores da prefeitura de Florianópolis, do transporte coletivo da capital e de Blumenau, no Vale do Itajaí, e de ao menos duas instituições de Joinville, no Norte do estado, fizeram uma paralisação.

Cerca de 600 ônibus que rodam a Grande Florianópolis ficaram nas garagens desde as 5h até as 9h desta sexta-feira (11). A circulação foi retomada às 9h.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC), dos 30 mil trabalhadores filiados à entidade, ao menos 40% aderiram ao movimento nacional.


São Paulo
Na Grande São Paulo, foram bloqueadas as rodovias Anchieta, Dutra, Régis Bittencourt e a Avenida João Dias. A Anchieta foi totalmente bloqueada no km 23, em São Bernardo do Campo, no sentido capital, por volta das 6h30. Manifestantes colocaram fogo em pneus para impedir a passagem dos motoristas. O mesmo aconteceu na Avenida João Dias, na Zona Sul de São Paulo, no mesmo horário. O bloqueio ocorreu perto do terminal de ônibus João Dias.

Empresas de ônibus de Guarulhos também paralisaram as operações nesta manhã.

No interior do estado, motoristas de ônibus urbano, intermunicipal, rodoviário e de fretamento de Sorocaba e mais 42 municípios da região também paralisaram as atividades. O protesto começou por volta das 0h e deve durar até 12h.

Em Sumaré, um protesto de moradores da Vila Soma bloqueou totalmente os dois sentidos da Rodovia Anhanguera (SP-330) na manhã desta sexta. Eles queimaram pneus e o trânsito ficou totalmente parado. A Polícia Militar levou pelo menos 30 pessoas para o 2º Distrito Policial após a manifestação, que terminou às 7h35.

Em São Carlos, cerca de 200 pessoas fizeram uma manifestação na Praça Itália contra a PEC do corte de gastos públicos. O grupo se reuniu às 9h30 e, com carro de som, faixas e cartazes, caminhou pela Avenida São Carlos até a Praça do Mercado, onde houve a dispersão.

Em Bauru, membros da CUT e do MST fizeram um protesto em frente à Câmara do município e depois caminharam pela Avenida Rodrigues Alves, que ficou com o trânsito ficou lento. No início da manhã, os ônibus da cidade atrasaram a saída em 40 minutos como forma de aderir à mobilização nacional contra a PEC do corte de gastos.


Tocantins
Em Palmas, o protesto contra a PEC que limita os gastos públicos percorreu as ruas do centro, por volta das 16h. Segundo os organizadores, cerca de 600 pessoas participaram da caminhada. A PM não estimou o número de participantes.


 

Entenda a PEC que limita gastos
A PEC que limita gastos ficou conhecida como PEC 241 quando tramitou na Câmara dos Deputados. Agora, no Senado, ela é a PEC 55. A proposta é uma das principais apostas do governo de Michel Temer para reequilibrar as contas públicas e viabilizar a recuperação da economia brasileira. Atualmente a dívida bruta supera 70% do PIB e, se os gastos públicos continuarem a subir, pode chegar a 132,5% em 2026.

A PEC prevê um limite anual de despesas para os três poderes ao longo das próximas duas décadas. Se a regra for aprovada, os gastos públicos só poderão aumentar de acordo com a inflação do ano anterior. O projeto foi aprovado em primeiro turno e em segundo turno no plenário da Casa. A proposta ainda será votada no Senado antes de entrar em vigor.

A premissa que orientou a criação da PEC é pôr fim à sequência de rombos nas contas públicas brasileiras. O ano de 2016 será o terceiro seguido com as contas no vermelho. Em 2014, houve um déficit de R$ 17,24 bilhões e, em 2015, um rombo recorde de R$ 114,98 bilhões. A previsão é de déficit de até R$ 170,5 bilhões em 2016 – o pior resultado da história, se confirmado. Para 2017, a estimativa é de um novo déficit fiscal, da ordem de R$ 139 bilhões, mesmo se a PEC já estiver em vigor.

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