Edição do dia 30/06/2015

30/06/2015 13h18 - Atualizado em 30/06/2015 14h49

Mais da metade dos partos feitos em 2014 no Brasil foram cesarianas

Resolução da ANS quer incentivar o parto normal em todo o país.
Dos partos feitos no SUS, 40% foram cesarianas. Na rede particular, 84,6%.

Renata CapucciRio de Janeiro, RJ

No Brasil, se faz muito mais cesariana, ao contrário do que ocorre na maioria dos países mais desenvolvidos, que opta pelo parto normal. A partir de agora, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, a  ANS, está fazendo uma exigência aos planos de saúde, com a intenção de incentivar o parto normal e mudar essa situação.

Dos quase três milhões (2.905.789) de partos feitos no Brasil no ano passado, mais da metade (55,6%) foram cesarianas. Os dados são do Ministério da Saúde e chama atenção a diferença entre hospitais públicos e particulares: dos partos feitos no SUS, 40% foram cesarianas. Na rede particular, mais que o dobro: 84,6%.

Agora, uma nova resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que vale a partir de 6 de julho, quer incentivar o parto normal.

As novas regras obrigamos planos de saúde a divulgar para a paciente quantos partos normais e cesarianas o médico dela já fez e os mesmos números da maternidade onde ela pretende fazer o parto.

"Dessa forma, com mais informação, ela teria a escolha da oportunidade de uma escolha mais informada", fala Raquel Lisboa, gerente-geral de regulação assistencial da ANS.
  
Assim que a dona de casa Juliana Carla engravidou do Arthur, o parto era um sonho. Quando ela percebeu que a obstetra não faria o tão sonhado parto normal, resolveu trocar de médico.

"Comecei a pesquisar um monte de médicos pelo plano que fizessem, olha, procurei muito, bati em muitos consultórios até que um deles foi muito sincero comigo: ir para um hospital público porque lá só em último caso, só em caso de extrema necessidade eles vão fazer a cesárea. Fui para o hospital público e adorei", conta a Juliana.

Arthur nasceu de parto normal, como a mamãe tanto queria. “Quando eu ouvi o choro. Eu não aguentei a emoção, veio e foi ótimo. Recomendo para todo mundo”, afirma Juliana.

Segundo a Agência Nacional de Saúde, a cesariana, quando não há indicação, aumenta o risco de morte para a mãe e aumenta também o risco do bebê de ter problemas respiratórios.

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