Wanderlei Silva vai liderar o Bellator 180, marcado para o lendário Madison Square Garden, em Nova York (Foto: Evelyn Rodrigues)Wanderlei Silva e Chael Sonnen são protagonistas de uma das maiores rivalidades recentes das artes marciais mistas. A luta entre os ex-treinadores do TUF Brasil acabou não acontecendo - ambos tiveram problemas com exames antidoping -, e uma briga entre eles do lado de fora do octógono foi o mais próximo que chegaram de um confronto. Em 2017, na edição 180 do Bellator, no Madison Square Garden, em Nova York, enfim, eles vão dividir o cage na principal luta do evento.
Após um hiato de quatro anos, Wanderlei Silva voltará à ativa. Em entrevista ao Combate.com, o "Cachorro Louco" conta que recuperou o gosto pelo esporte e está motivado para dar uma lição no americano, com quem tem uma rixa particular, motivada pelas constantes provocações do rival ao Brasil e aos atletas canarinhos. Com seu estilo incendiário, o curitibano, que vem treinando na academia Evolução Thai, na capital paranaense, promete uma "surpresa" no dia da pesagem, marcada para véspera do show.
- Não percam! Quando eu chegar perto dele na encarada, já tenho meu
plano. Eu vou fazer ele se cagar de medo. Não tem essa! Quando a guerra é
iminente, não se pode brincar e nem aliviar. Tenho uma surpresa para ele
na pesagem, que todo mundo vai ficar de cara.
Embora o primeiro capítulo entre eles ainda não tenha sido escrito, Wanderlei Silva já se anima com a possibilidade de um segundo confronto, desta vez, no Brasil.
- A intenção de levar essa luta para o Brasil é justa. Eu vou bater nele
na terra dele, na frente dos americanos. Eu sou muito querido no mundo
todo, mas quando entra um brasileiro e um americano em Nova York, os americanos
vão torcer para quem? Eu sei que vou ter torcida grande dos brasileiros
e farei a torcida deles vibrarem com o show eu farei em cima do Sonnen.
E, depois, vou bater nele no Brasil. Se for interessante para promover o
evento, bato nele umas dez vezes.
Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Você está há muito tempo parado. Como está a ansiedade para voltar a lutar?
Estou há um tempo parado, realmente. Esse tempo serviu para desestressar o cérebro e o corpo. Eu encaro essa luta como uma reestreia. Estou muito ansioso, dá ansiedade voltar a lutar em um evento tão grande como esse, no Madison Square Garden, em um dos maiores eventos do ano e, dizem, da história. Estou muito feliz de voltar aos palcos em um evento tão grandioso.
Wanderlei Silva e Chael Sonnen foram treinadores do TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução/ TUF Brasil 3)Como tem se sentido nos treinos?
Estou treinando há um bom tempo. Eu tinha parado, realmente, de treinar. Fiquei desgostoso, o antigo evento (UFC) me tirou isso, eu não conseguia nem olhar para um par de luvas. O tempo foi passando, aquele sentimento de revolta baixou, comecei a pegar as luvas, o protetor... Recebi a liberação do antigo evento e, no mesmo dia, recebi telefonemas do Japão, dos Estados Unidos, e me senti respeitado e reconhecido pelos convites. É uma luta de cada vez. Estou me sentindo bem no treino, fazendo de tudo e estou em ótima forma física. Quero muito que isso não seja uma luta isolada, e sim a retomada da minha carreira.
Você acha que esse tempo sem lutar pode te atrapalhar?
É como dizem: treino é treino, luta é luta. Não sei como vai ser voltar à ativa novamente. Tive um período que fiquei parado. Tudo é o preparo do treino. O (André) Dida está me orientando bem, com um material humano bom. Venho treinando com o campeão dos médios do Bellator, o Rafael Carvalho, com o Cris, o Blindado... Tem uma galera muito boa me assessorando. Estou fazendo fisioterapia, massagem e alongamento. Estou me cuidando como nunca me cuidei. Na minha idade a gente tem que ter um outro tempo de treinamento para ter uma performance à altura do evento que estarei competindo.
Havia muita rivalidade com o Sonnen na época do TUF. Ela está menor por ter passado muito tempo ou aumentou em função da luta?
Essa rivalidade com ele... Na vida todo mundo tem pessoas com quem não simpatiza, que o espírito não bate. Quando encontrei o cara, foi de imediato assim. Tivemos um primeiro desentendimento naquele vídeo que o chamei porque tinha falado mal do país. Eu acho que no programa a rivalidade se acentuou. Ele falou coisas que não deveria ter falado, me deixou mais irritado ainda. A rivalidade só aumentou. Eu só posso falar um ensinamento que meu pai me deixou: com homem não se brinca. Ele brincou com o homem errado e, agora, vai pagar a conta dia 24 de junho. Não só vou ganhar a luta, como vou bater nele. E digo mais: vou dar uns tapas de mão aberta nesse safado. Esse vagabundo vai levar uns tapões do Silva. Escutem o que estou falando. Esse safado merece apanhar de mão aberta.
O Scott Coker disse que planeja uma revanche entre você e Sonnen no Brasil, talvez neste ano. O que acha disso? Como se sentiria?
A intenção de levar essa luta para o Brasil é justa. Eu vou bater nele
na terra dele, na frente dos americanos. Eu sou muito querido no mundo
todo, mas quando entra um brasileiro e um americano em Nova York, os americanos
vão torcer para quem? Eu sei que vou ter torcida grande dos brasileiros
e farei a torcida deles vibrarem com o show eu farei em cima do Sonnen.
E, depois, vou bater nele no Brasil. Se for interessante para promover o
evento, bato nele umas dez vezes.
Como lidar com as provocações do Sonnen?
Lidar com a provocação dele... Você não pode cair muito na pilha, porque ele é folgado, provoca. Essa minha ira não é à toa, não é por nada. Não é promoção... é que o cara irrita, fica te olhando, falando coisas. O cara promover a luta é uma coisa, agora desrespeitar, é outra. Quando pega um cara assim, na hora da luta, tem que se ater à estratégia, ficar frio e focar na vitória. É difícil em uma luta como essa, porque estou com a mesma vontade que o Aldo estava de espancar o McGregor, mas não pode deixar isso fazer com que você cometa um erro simples que custe a luta. Tem que pensar em dar essa vitória para o Brasil e dar essa alegria aos fãs. Esse é o foco. E dar uma coça nele. Não vou mentir, eu quero dar uma coça nele. E vou dar. Vocês vão ver.
Lutadores estavam escalados para o UFC 175, mas duelo não aconteceu pelo Ultimate (Foto: Getty Images)
Vocês nunca se deram bem, mas há quem ache que a rivalidade é para promover a luta. Esse é um combate pessoal contra o Sonnen?
O que me deixou chateado com relação às provocações é que o cara vem falar que brincava no computador, e os brasileiros brincavam na lama. Ele quer tirar a gente de subdesenvolvido, de país menor. Isso me deixou mais revoltado. Se somos maiores ou menores, quem pode falar somos nós. Não admito que ninguém fale mal do nosso país. Isso me deixou muito pu** com ele.
A encarada é sempre um momento tenso. Está preparado para ficar cara a cara com ele? Pretende aprontar alguma "surpresa"?
Não percam! Quando eu chegar perto dele na encarada, já tenho meu
plano. Eu vou fazer ele se cagar de medo. Não tem essa! Quando a guerra é iminente, não se pode brincar e nem aliviar. Tenho uma surpresa para ele
na pesagem, que todo mundo vai ficar de cara.
