13/11/2015 18h28 - Atualizado em 13/11/2015 19h07

Alunos de doutorado pedem dinheiro nas ruas do Rio após corte de bolsas

Agência Nacional do Petróleo (ANP) não repassa verbas desde setembro.
Cerca de 1,5 mil estudantes são afetados com os cortes.

Do G1 Rio

Alunos levaram cartazes para o ato no Centro do Rio (Foto: Rafael Rangel/ Arquivo Pessoal)Alunos levaram cartazes para o ato no Centro do Rio (Foto: Rafael Rangel/ Arquivo Pessoal)

Alunos de mestrado e doutorado fizeram um ato nesta sexta-feira (13) na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, reivindicando o pagamento da bolsa de estudos que não é repassada há três meses. O grupo de estudantes pedia a colaboração de pedestres que passavam no local para ajudar alunos que passam maior dificuldade para se manter no Rio.

Durante o ato, os manifestantes levaram cartazes e usaram nariz de palhaço. "Poderíamos estar pesquisando, mas estamos mendigando graças à ANP", dizia um dos cartazes. Os alunos cobravam da Agência Nacional de Petróleo o pagamento das bolsas no valor de R$ 1.640 para os mestrandos e R$ 2.277 para os doutorandos.

O estudante de doutorado em Engenharia Civil da UFRJ Rafael Rangel afirmou que grande parte dos bolsistas é de fora do Rio e encontra dificuldades para arcar com despesas na cidade. Ele disse ao G1 que o objetivo da manifestação desta sexta-feira era de mobilizar os órgãos competentes pelo pagamento e levantar um fundo para alunos que estão em situação delicada.

“A Agência Nacional de Petróleo não passou o valor das bolsas para nós. São cerca de 1,5 mil alunos de doutorado, mestrado e graduação afetados no Brasil. Estamos sem receber desde setembro e algumas pessoas estão passando dificuldades. Nós fizemos um ato no Centro do Rio e pedimos dinheiro lá na rua para tentar ajudar quem está precisando. Estamos tentando estudar, só queremos terminar o nosso curso”, afirmou.

A mestranda em Química na UFRJ Priscila Quartaroni, de 32 anos, disse que a atual situação dos alunos é muito ruim. De acordo com ela, o valor da bolsa recebido é gasto em alimentação, transporte e necessidades básicas.

“Assim que eu passei para o mestrado, eu também passei para um concurso. Eu deixei de ir para o concurso para apostar no mestrado. Eu gosto de pesquisa, queria estudar. Então essa é uma situação muito ruim. Complicado você trocar o certo e apostar na academia, para ter que passar por isso. Eu não tenho condição de ir para o Fundão [campus da UFRJ] sem bolsa, pego duas conduções para ir e duas para voltar dos estudos. Demoro normalmente mais de duas horas e meia para chegar”, disse.

A ANP informou ao G1 que está tomando as providências necessárias para que os pagamentos aos bolsistas do PRH-ANP-MCTI sejam normalizados. Os aditivos aos termos de cooperação vigentes com as universidades foram aprovados nesta sexta-feira (13) pela diretoria da agência e serão enviados para assinatura pelos reitores, dando início ao processo de liberação dos repasses.

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