Começou a "geograficamente correta" Copa do Brasil, cujas primeiras rodadas propiciam jogos deploráveis,  reunindo clubes e "clubecos" de todos os cantos do país, como se o futebol tivesse sido inventado para dar lições de democracia, mesmo que para isso se torne necessário colocar na disputa "Davis" contra "Golias", para ver se o milagre bíblico se repete no universo do esporte bretão.   

 

Neste ano,  mais inchado do que nunca, o torneio brasileiro  propicia espetáculos deprimentes, transmitidos ao vivo e a cores pelas grandes redes de TV, alguns dos quais fazendo lembrar os bons e folclóricos campeonatos varzeanos das periferias citadinas, onde o crime organizado ainda não marcou presença.

 

Num desses jogos ridículos pela própria natureza, o Internacional do ainda não aprovado Antônio Carlos Zago  foi à Cascavel, no Paraná, enfrentar em campo neutro um tal Princesa do Solimões, lá das bandas da floresta amazônica.

 

Fez um primeiro tempo ruim de arrepiar, com direito ao apito amigo do senhor Luiz Paulo Roberto Júnior, árbitro da partida, que escancarou sua mediocridade ao não marcar um pênalti claríssimo contra o Internacional, ocorrido num lance em que Carlos derrubou Marinelson dentro da área colorada.

 

Além disso, o frágil homem do apito anulou um gol do Inter marcado por Paulão, a pretexto de uma suposta saída da bola pela linha de fundo, que só ele e o auxiliar devem ter visto.

 

No segundo tempo, o árbitro Luiz Paulo voltou a se destacar negativamente, deixando de marcar outra falta claríssima a favor do Princesa do Solimões, quando seu atacante  foi calçado pelo adversário, caindo a cerca de meio metro da área.

 

Como se não bastasse o erro por omissão, ainda deu cartão amarelo, de forma injusta,  ao mesmo  jogador que havia sofrido o pênalti não marcado na primeira etapa.  

 

O Internacional fez 2 gols, um de Valdívia outro de Brener,  e assumiu o controle do jogo a partir da metade do segundo tempo, mas nada apresentou de positivo que pudesse funcionar como uma injeção de ânimo no seu torcedor, que ainda não vê a luz no fim do túnel, capaz de tirar o colorado do Beira-Rio dessa era de vacas magras que atravessa de forma melancólica.

 

O predomínio colorado foi na verdade consequente da falta de preparo físico do frágil adversário, que entrou em campo para esse jogo inútil diante do Internacional depois de quatro meses sem disputar uma partida de futebol.

 

Por mais diplomático que um analista de futebol quisesse ser, sem necessariamente querer fazer média com a torcida colorada, revelaria cinismo se dissesse que já vê algum progresso no novo Inter de 2017, em relação àquela caricatura de time que afundou o Clube sulino nas profundezas da segunda divisão.

 

Nem seria preciso dizer isso, para mostrar esse imobilismo colorado que deixa o torcedor escarlate apreensivo às véspera de seu time  estrear na série B, carregando nos ombros o dever inarredável de fazer uma grande temporada à margem da elite do futebol brasileiro, para retornar a ela em 2018, voltando a ocupar o lugar que é seu no cenário de primeira grandeza do nosso futebol.

 

Os números do Gauchão estão aí, revelando de forma inconteste a debilidade do novo esquadrão colorado, que ainda não conhece vitória no certame regional, beirando as últimas colocações da tabela, com apenas 2 pontos conquistados

 

Sem dúvida, a direção colorada ainda está a dever à sua torcida contratações mais consentâneas com as reais necessidades do time, já que com esse padrão futebolístico até aqui revelado o time de D´Alessandro encontrará sérias dificuldades para terminar 2017 no G-4 da série B, com direito a voltar à divisão principal do campeonato brasileiro.