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Cultura, comportamento, noite e gente em São Paulo

A moda como ato político

Por Sonia Racy
Atualização:
 

Depois de surpreender a plateia do primeiro dia de SPFW - colocando cinco refugiados para desfilar para sua marca -, Ronaldo Fraga falou à coluna sobre a escolha do tema e o momento político no mundo.

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Por que escolheu jogar luz em um tema político e dolorido como é o dos refugiados? Acredito que o homem é um ser político e a moda é um ato político. A escolha do que vestir é importante para o personagem que se quer ser no mundo. Isso sempre me interessou. E, sim, vivemos tempos perigosos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro.

Como foi esse processo? Acha que a moda pode ajudar? Sempre fui um aficcionado do noticiário de fora. E essa nova onda migratória da Europa coincidiu com uma viagem que fiz à África. Para mim, ficou claro que somos todos refugiados. Claro que escolher isso como tema foi difícil, porque é um assunto espinhoso. Mas acredito que a moda, assim como arte, tem o papel de olhar para esses terrenos áridos e resgatar a poesia. A experiência com os refugiados foi muito transformadora. Ouvir a história deles é algo profundo - capaz de humanizar.

Vivemos uma crise política no Brasil. Como vê o desenrolar desta crise? Vejo que é hora de sinalizar outros caminhos. Não só no Brasil. Na Europa a extrema direita quer fechar as portas para os refugiados, mas não adianta, esse é um movimento do ser humano. Aqui no Brasil, sou contra o discurso de esquerda versus direita. Temos que construir a terceira via. Acho o Congresso um horror, mas a votação do impeachment foi boa para mostrar a cara dos deputados, de esfera do poder. Sou contra Temer, Cunha, Dilma e Lula... O que me interessa é o que iremos construir como alternativa. / MARILIA NEUSTEIN

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