Reviews Person of Interest 4×22: YHWH

Person of Interest 4×22: YHWH [Season Finale]

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Bem-vindo à Machine.

Pai. Perdoe-me. Eu falhei com você. Eu não sabia como vencer. Eu tive que inventar novas regras. Eu pensei que você iria querer que eu me mantivesse viva. Agora você não tem certeza. Se você achar que eu me perdi, talvez eu deva morrer. Eu não irei sofrer. Se eu não sobreviver, obrigado por ter me criado”

– The Machine 

Em uma temporada na qual o Team Machine teve que lutar muito para manter-se de pé e perdeu sucessivas batalhas para o Samaritan, o resultado não poderia ser outro que não a vitória deste terrível adversário que busca eliminar todos aqueles que são por ele denominados outliers, cuja tradução em português seria “atípicos”, mas que na prática significa todos aqueles que não jogam de acordo com as regras que ele determina. Desta forma, lutar eticamente pelas regras estabelecidas por Finch tornou-se uma missão praticamente impossível para a Machine, sendo que sobreviver a tais circunstâncias, ainda que em condições precárias, pode ser considerada uma vitória para o Team.

Contudo, a Machine respira por aparelhos. Com apenas a sua estrutura essencial compactada com o algoritmo de Caleb Phipps em placas de memória RAM (também do pupilo de Finch) e protegida na supermala afanada por Root em Search and Destroy (ep. 4×20), a criação de Harold chegou a uma situação muito crítica da qual será muito difícil se recuperar. É certo que Finch tem total capacidade para essa missão, porém como ele irá conseguir reprogramá-la? Como ele mesmo disse no episódio, a Machine precisa de uma estrutura física bastante parruda para funcionar, o que não só poderia chamar a atenção do Samaritan como também exigiria recursos financeiros elevados – e Harold não tem mais acesso à sua antiga fortuna. Além disso, é de se esperar que o Samaritan tenha tomado conhecido das empresas de Ernest Thornhill, o que também tornaria inviável utilizar a fortuna delas.

Quanto à disputa entre Dominic x Elias, ainda que o resultado tenha sido completamente inesperado, ao menos é possível dizer que o líder da Brotherhood foi vencido pelo Team Machine (e não por Elias) antes que o Samaritan resolvesse aplicar sua correção e eliminar a ambos, sendo a participação da Machine fundamental para o sucesso de John e Lionel, primeiro com Harper cumprindo as ordens que pensava virem de Ernest Thornhill e liberando Fusco, e depois com um fax auxiliando John a libertar-se e entrar em God Mode para finalizar o serviço (e convenhamos, Reese sob a orientação da Machine é quase uma covardia, não?). A morte de Elias certamente é uma pena e será muito sentida por todos nós, porém pelo menos ela não ocorreu pelas mãos de Dominic, que não só foi morto antes dele, como ainda foi derrotado duas vezes pelo Team Machine e levou um baile de Elias. Chega de DoMIMIMInic! Vá fazer beicinho no inferno, seu moleque arrogante birrento!

Quanto a Control, a personagem aparentemente está viva, porém seu destino provavelmente foi aquele que ela havia reservado a Greer, trancada e esquecida em uma sala escura. E de certa forma não dá pra dizer que não foi merecido. Control pode ter caído na real no final da temporada, porém sua metodologia de que os fins justificam os meios não é nada diferente da adotada pelo Samaritan, sendo que ela cometeu diversas atrocidades ao longo de sua gestão frente à Research. Além disso, por mais que gostaríamos que o Samaritan fosse impedido, não seria nada justo que fosse ela quem conseguisse essa proeza e não o Team Machine, que vem comendo o pão que o diabo amassou para impedir o Samaritan sem ferir os princípios éticos tão defendidos por Harold.

Enfim, a partir dos acontecimentos do episódio que o precedeu, YHWH foi uma season finale digna para mais uma grande temporada da série. O episódio pode não ter sido o melhor da temporada (If-Then-Else para mim é superior) e talvez não seja a melhor season finale da série, porém foi muito competente em tratar os plots principais, amarrar todas as pontas soltas (em especial as missões de Root) e ainda deixar bons ganchos para a próxima temporada – e tudo isso com a competência de sempre, com soluções criativas, suspense, ação e bastante sangue.  Além disso, os momentos finais de YHWH merecem um destaque especial, não só por serem preponderantes para o desenrolar da próxima temporada, mas também devido a sua extrema importância para toda a série, com a revelação de que a Machine estava instalada nas linhas de energia (o que respondeu a um mistério existente desde a season finale da 2.a temporada quando a criação de Finch libertou-se e moveu-se para uma localização até então ignorada por todos) e, principalmente, devido ao diálogo travado  entre “pai” e “filha” que, além de épico e muito aguardado, foi de extrema importância para mostrar a Finch (e a nós) o quão humana é a sua criação.

E assim como o início da 4ª temporada, a 5ª é uma incógnita. Além das dúvidas quanto a reconstrução da Machine, um outro questionamento a ser destacado é como ficará a estrutura da série, tendo em vista que ao menos no início o Team não mais terá a criação de Finch para lhe enviar os numbers. Além disso, teriam todas as identidades sido descobertas pelo Samaritan? A máquina do mal pode até não conseguir ligar o Prof. Whistle, o Detetive Riley e a “Root do dia” às suas reais identidades, porém depois de todos os acontecimentos desta season finale eles certamente passaram a ser vistos pelo Samaritan como outliers e entrado na lista da “Correção”. E desta vez nem mesmo Ms. Groves deve conseguir escapar, visto que a Machine não se encontra apta a gerar novas identidades diárias a ela. E agora? Se já era difícil lutar contra um adversário tão poderoso mesmo contando com um aliado de mesmo nível e podendo circular livremente, como será possível sobreviver a essa nova realidade?

Observações

– Confesso que não sou fã de Pink Floyd, mas aqueles que são, devem ter delirado com “Welcome to the Machine” como trilha sonora das cenas finais e épicas da temporada. Além disso, a escolha da música para esse momento foi ótima!

– E a cena de Caleb dizendo a Harold que ele poderia ter o que quisesse pois salvou sua vida? Outra cena fantástica do episódio.

– De todos os personagens em cuja morte eu apostei na review anterior, apenas 2 saíram intactos e ainda bem que uma delas foi quem a morte mais seria sentida: Root (o outro foi o Senador Garrison).  Somando as previsões com as anteriores ao penúltimo episódio,  foram 4 acertos: Martine, Elias, Dominic e Control (que acho que não morreu mas talvez sua situação seja ainda pior).

– Ou não. Porque, acreditem, Elias pode estar vivo. Apesar de o tiro que o mafioso levou não ter sido tão claro como o de Dominic, durante o episódio (e enquanto escrevia a review) eu fiquei com a sensação de que Elias estava morto sim. No entanto, pouco antes de finalizar o texto, ao fazer minhas pesquisas de sempre lá na Wikia de POI, li que existe uma suspeita que Elias esteja vivo. O Wikia comenta que em uma entrevista durante Paley Fest NY, Nolan e Plageman disseram ter ligado para 6 atores para dar informá-los sobre o destino de seus personagens, porém depois do episódio, apenas 4 mortes foram confirmadas por eles: Dominic, Martine, Grice e Link. Quanto a Elias, não só eles não confirmaram nem negaram a morte como Enrico Colantoni em sua conta no Twitter disse que “Greg nunca ligou”.

YHWH é a grafia original e hebraica para Yahweh, cuja grafia futuramente tornar-se-ia Jehovah (Jeová). 

Frases

“Tudo que precisar, você pode ter. Sem precisar explicar. Você salvou minha vida.” (Caleb para Finch)

“Detetive Fusco. Você está preso, imbecil.” (Lionel para Dominic)

“Harold Administrador?” (Entregador para Harold)

“Infelizmente, para você, não vou para Rikers.” (Elias para Dominic)

“Acredito que eu me enganei. A Machine está aqui. Está aqui porque está em todo lugar.” (Harold para John)

“Quem disse que não colocávamos o gênio de volta na garrafa?” (Root para John)

“Uma coisa na qual concordamos é que matar pessoas aleatoriamente não muda nada. Mas matar as pessoas certas…” (Greer para Control)

“Eu pensei em pegar um ar fresco.” (John para Finch)

“Acha que o Samaritan usaria táticas tão brutas? Você não domina o mundo com violência. O verdadeiro controle é cirúrgico. Invisível. Interfere-se apenas quando necessário. Ninguém questionará o Samaritan porque ninguém saberá quando ele agiu.” (Greer para Control)

“Grande parte da humanidade é dócil, maleável. São apenas algumas centenas de pessoas que causam todos os problemas. O Samaritano as identificou. Os desregulados. Os atípicos que têm problemas com autoridades. E depois temos os desleais. As ervas daninhas. Obrigado por nos levar direto a eles. Não teríamos conseguido sem você… Control.” (Greer para Control)

“Os homens têm olhado para as estrelas por milênios perguntando se havia alguma divindade lá em cima guiando os destinos deles silenciosamente. Hoje, pela primeira vez, eles estarão certos. E o mundo será… Inegavelmente um lugar melhor. Pena que você não irá presenciar isso.” (Greer para Control)

“Ainda tenho mais alguns anos de pensão, Harold.” (John para Finch)

“Eu tenho um grampo e meio, um cartão de metrô, e Deus está morto ou funcionando à bateria.”

Diálogo 1 (Dominic e John)

D: “Acha que sou burro?”

J: “Não acho. Só é inteligente o bastante para cavar sua cova.”

Diálogo 2 (Root e Finch)

R: “Ela nos trouxe por um motivo. Só precisamos fazer o que ela disser e quando.”

F: “Fácil para você falar. Ela fala tudo para você.”

Diálogo 3 (Root e Finch)

R: “Harold, a Machine é a prioridade aqui.”

F: “Não, pessoas são a prioridade, Srta. Groves. A Machine só existe para salvá-las. Não sacrificarei John para resgatar uma IA que no seu ápice é obscura e enigmática, e no seu pior, quase homicida.”

R: “Ela não é perfeita, Harold. Mas é nossa única chance.”

F: “Perdemos a Sameen. Agora também devemos deixar o John ir?”

R: “Também não quero sacrificar a Sameen. Mas se a Machine morrer, o mundo de amanhã é algo que não queremos ver.”

Diálogo 4 (Finch e Root)

F: “Perdeu a cabeça?”

R: “Desde quando isso é relevante?”

Diálogo 5 (Root e Finch)

R: “Essa coisa tem oito cilindros.”

F: “Mas eu duvido que possa voar.”

Diálogo 6 (Entregador e Root)

E: “15 notebooks? É uma startup?”

R: “Tentando evitar um desligamento, na verdade.” 

Diálogo 7 (Finch e John)

F: “Sinto muito, Sr. Reese. Eu estava ciente dos riscos que correríamos, mas…”

J: “Esqueça, Harold. Não há outro lugar no qual eu preferia estar.”