Um comentário racista sobre a goleira Bárbara deixou as pessoas bem iradas

Marcos Clay, membro do Conselho Federal de Administração, escreveu: "Eu odeio preto, mas essa goleira do Brasil tinha chance!". Depois, tentou se desculpar dizendo que a mulher dele é negra.

Sexta (12) à noite, após a goleira da seleção feminina de futebol pegar dois pênaltis na vitória contra a Austrália, o administrador Marcos Clay, membro do conselho federal da profissão, publicou o seguinte post no Facebook:

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Até a tarde deste sábado (13), o comentário gerou repercussão apenas no Acre, Estado em que Clay mora e trabalha.

Foi quando a advogada carioca Laura Astrolabio publicou o print em sua página que a história ganhou mais atenção.

      

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Entre outras coisas, ela escreveu:

A cada dia a máscara da democracia racial cai e fica mais evidente que o discurso "até tenho uma namorada/noiva/esposa preta" não exime ninguém de ser chamado de racista (como ele pretende se defender). Além disso, apagar a publicação é o mínimo, mas pedir desculpas dizendo que foi brincadeira não o exime da condição de racista que deve responder pelo que fez. Cometer crime de racismo (que prevê pena de reclusão e não admite fiança), alegar que foi brincadeira, pedir desculpa e ficar por isso mesmo é um dos maiores privilégios que os brancos gozam nesse país. A boca fala aquilo que o coração tá cheio!

Após o post de Laura, o administrador apagou o post original e tentou se defender, afirmando que havia feito uma "brincadeira".

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"Odeio tanto a raça que sou casado, e muito bem casado, com uma linda PRETA (é o apelido que os mais íntimos chamam ela)", ele escreveu.

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O BuzzFeed Brasil falou com Marcos Clay neste sábado.

"Tenho certeza de que fui muito mal interpretado, as pessoas que são minhas amigas não estão irritadas porque sabem que eu não sou racista", ele disse, por telefone.

"Infelizmente, foi uma brincadeira sem graça, hoje eu admito."

O administrador reafirmou que a mulher dele é negra, assim como seu melhor amigo de infância. Isso, segundo ele, é prova de que não é racista.


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