O dólar opera em baixa em comparação com o real desde o início dos negócios nesta sexta-feira (21), voltando ao patamar de R$ 2,51, repercutindo positivamente o noticiário sobre a próxima equipe econômica, que gerou nos investidores a sensação de que a presidente Dilma Rousseff estaria mais aberta a mudanças em sua política econômica, criticada por gerar inflação alta e crescimento baixo.
Às 16h18, a moeda norte-americana recuava 2,31%, a R$ 2,5148 na venda. Veja a cotação.
Os três nomes mais cotados pelo mercado são Joaquim Levy, da diretoria da administradora de investimentos Bradesco Asset Management, Alexandre Tombini (atual presidente do BC) e o economista Nelson Barbosa.
Segundo a colunista Cristiana Lôbo, após o velório do ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff teve uma reunião de mais de duas horas com Nelson Barbosa.
"Nelson Barbosa sempre foi uma carta na manga, tanto para o Ministério da Fazenda, onde foi secretário-executivo de Guido Mantega, quanto para o Planejamento. Esse pode ser o destino dele caso se confirme a ida de Joaquim Levy para o Banco Central e de Alexandre Tombini (atual presidente do BC) para o Ministério da Fazenda."
Ajudava também o corte inesperado da taxa básica de juros na China, que pode liberar capitais atualmente aplicados lá para migrar a outros mercados emergentes, como o Brasil.
"Ela (a presidente Dilma) percebeu que vai ter que chamar alguém para botar ordem na casa", disse o superintendente de derivativos da CGD, Jayro Rezende, ressaltando que o mercado vai buscar sinais de que essa postura será adotada de forma duradoura, e não apenas como uma solução de curto prazo.
Mesmo assim, o mercado entendeu que, ao buscar um profissional com perfil mais pró-mercado, a presidente já teria se convencido de que mudanças na atual política econômica são necessárias.
A queda do dólar no mercado doméstico também acompanhava o movimento da divisa em outros mercados, após a China cortar sua taxa básica de juros pela primeira vez em mais de dois anos.
Segundo analistas, a decisão aumenta a atratividade de ativos de países como o Brasil.
"O cenário doméstico e o internacional estão favoráveis hoje, abrindo espaço para um alívio relevante", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
A divisa dos EUA recuava contra moedas como os pesos chileno e mexicano.
Na véspera, a moeda norte-americana teve leve variação negativa de 0,05%, a R$ 2,5743 na venda, e fechou praticamente estável devido ao feriado que fechou os negócios em importantes mercados no Brasil.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2,2 mil contratos para 1º de junho e 1,8 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,4 milhões de dólares. O BC também vendeu nesta sessão a oferta integral de até 14 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro, equivalentes a 9,831 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 68% do lote total.
Bovespa
O tom positivo prevalecia nos primeiros negócios na Bovespa nesta sexta-feira (21), na volta do feriado na capital paulista na véspera, em meio a expectativas sobre a formação da nova equipe econômica do governo, tendo como pano de fundo o viés ascendente nos principais índices acionários externos.
Às 15h48, o Ibovespa subia 2,16%, a 54.556 pontos, com as ações da Petrobras e da Vale entre as principais influências positivas.