06/05/2015 09h24 - Atualizado em 06/05/2015 15h48

Dólar opera em queda nesta quarta-feira, pelo 2º dia seguido

Mercado avalia renovadas preocupações com a viabilidade do ajuste fiscal.
Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 0,39%, a R$ 3,0687.

Do G1, em São Paulo

O dólar opera em queda frente ao real nesta quarta-feira (6), dando continuidade ao recuo da sessão passada, em linha com os mercados externos e reagindo a números mais fracos que o esperado de emprego nos Estados Unidos. O mercado também renova as preocupações com a viabilidade do ajuste fiscal no Brasil.

Por volta das 15h35, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,0498, em baixa de 0,62%, após recuar 0,39% na véspera. Veja a cotação

O setor privado dos EUA gerou 169 mil vagas de trabalho no mês passado, menor número desde janeiro de 2014 e muito abaixo das expectativas de analistas.

O indicador tirou um pouco da força da escalada dos rendimentos dos títulos públicos globais, que vem diminuindo a atratividade de ativos de mercados emergentes. Investidores têm mostrado dúvidas sobre quando o Federal Reserve pretende elevar os juros nos EUA.

"Tivemos números fracos (sobre os EUA) no primeiro trimestre e uma leva de números fortes mais atuais. Então a dúvida é se a fraqueza do começo do ano vai se estender ou não", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Ajuste fiscal
No cenário doméstico, investidores monitoravam o processo de aprovação no Congresso das medidas relativas ao ajuste fiscal conduzido pelo governo federal, que sofreu novos entraves na véspera.

Nesta manhã, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que o partido não votará nesta quarta-feira a medida provisória 665, que trata de direitos trabalhistas como o seguro-desemprego.

De maneira geral, no entanto, analistas acreditam que, mesmo com os impasses parlamentares, o governo conseguirá realizar um ajuste fiscal relevante em 2015.

"Problemas no Congresso não vão minar o ajuste fiscal neste ano --a desaceleração econômica é um fator muito mais relevante--, mas o risco de descarrilamento devido a fatores políticos será maior em 2016, particularmente se a economia não se recuperar rapidamente o suficiente para promover um aumento na arrecadação", escreveram analistas do Eurasia Group em relatório.

O mercado também avalia o impacto da menor presença do Banco Central no mercado de câmbio. Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de 8,1 mil swaps no leilão de rolagem, equivalentes US$ 371,4 milhõe. Ao todo, a autoridade monetária já rolou 12% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.

Véspera
Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 0,39%, a R$ 3,0687, encerrando uma sequência de quatro dias de alta. Na semana e no mês, há valorização acumulada de 1,85%. No ano, a alta é de 15,42%.

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