Asfalto em condomínio gera conflito político em Ibirité 

O vereador de Ibirité Toninho da Evangelização (PT) denunciou uma suposta irregularidade em uma obra de asfaltamento de vias internas do condomínio Quintas da Jangada. A intervenção teria sido executada pela prefeitura da cidade. Segundo o parlamentar, os próprios moradores do condomínio afixaram faixas de agradecimento ao prefeito Pinheirinho (PP) e ao vereador Osvaldo Sorriso (PSL) pelo trabalho realizado na propriedade particular.

Toninho afirma ter conversado com funcionários das residências do condomínio, que confirmaram que a obra foi mesmo realizada pela Prefeitura de Ibirité. “É vedado ao poder público realizar obras em propriedades particulares e condomínios. As vias asfaltadas, cerca de 2 km, estão no interior do condomínio fechado. Não são vias públicas. Além disso, deveria ter uma placa de publicidade informando o tempo da obra, valor total destinado para ela, prazos e outras informações”, defende o vereador da cidade.

Segundo o secretário de Governo de Ibirité, Edilson Vieira, as vias asfaltadas não são privadas. “Apesar de ser um condomínio, as vias são públicas. E o empreendimento gera arrecadação para os cofres da prefeitura. O vereador Toninho está equivocado em suas denúncias”, defendeu. Vieira não soube explicar, no entanto, o fato de as vias serem públicas, mas sem livre acesso à população, já que o condomínio restringe a entrada a moradores, seus convidados e funcionários.

O vereador Osvaldo Sorriso também confirmou que a obra foi realizada pelo poder público. “Foi feita uma parceria entre a prefeitura e o empreendimento, mas não sei dar mais detalhes, dizer se a via é pública ou privada ou quanto foi gasto. Sei que a prefeitura fez apenas parte do asfaltamento”, revelou. Ontem, a reportagem tentou contato telefônico com o prefeito de Ibirité, Pinheirinho (PP), e o secretário de Obras, Vicente Tarley, para responder à acusação do vereador petista, mas nenhum deles retornou às ligações.

Parabenizado

Embora haja críticas de que a licitação de itens transforme a verba indenizatória em um gasto permanente e que centraliza demais o poder, o Ministério Público de Minas Gerais tem visto com bons olhos a iniciativa da Câmara de Belo Horizonte. Tanto que o presidente da Casa, Wellington Magalhães, recebeu uma carta do coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça e Defesa do Patrimônio Público (Caopp), promotor Leonardo Barbabella, elogiando a iniciativa. Segundo ele: “não significa apenas um grande passo a favor da moralidade e da impessoalidade na condução da coisa pública, mas sobretudo demonstra um gigantesco passo em direção às boas práticas do Parlamento de Belo Horizonte como exemplo profícuo a ser seguido por toda a edilidade brasileira”.

Elogiou o governador

Por falar em Wellington Magalhães, em conversa com o Aparte, ele demonstrou que as disputas internas com o PT na Casa não abalam sua relação com o governador Fernando Pimentel. Para Magalhães, o chefe do Executivo estadual é uma figura inteligente e capaz, inclusive, de se tornar presidente da República um dia. O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) faz a ressalva das dificuldades que serão enfrentadas pelo Partido dos Trabalhadores nas urnas. Para ele, a legenda está com a imagem muito atingida e desgastada. “O 13 (número eleitoral do PT) não vai pegar bem na urna”, analisa. Por outro lado, ele reconhece: “Pimentel não é tão PT assim”. 

Rixa política no Paraná

Desde que o governador Beto Richa (PSDB-PR) sentou a pua nos professores do Paraná, o senador Roberto Requião não perde a oportunidade de criticá-lo no Twitter. Mencionou que o governador terá que devolver R$ 2 milhões da contratação de serviços de táxi aéreo, e partiu para o ataque. Ontem postou: “Você acha nosso governador um ‘mongo’? Se sim, tuíte porque!”. Não satisfeito, horas depois, completou: “Um político bestificado é reconhecido como tal na sua província, no seu entorno; já um “canalhizado” é reconhecido como canalha nacional.

Alerta sobre sonegação fiscal

Após o anúncio do corte no orçamento pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB) compartilhou em sua conta no Twitter um texto do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional que calcula um prejuízo de R$ 200 bilhões em sonegações, até agora, em 2015. Estima-se que, em 2014, os cofres públicos perderam R$ 500 bilhões em sonegação ou o equivalente a 240 vezes o custo da operação Lava Jato. O texto lembra que, para cada R$1 investido na Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) há um retorno de R$ 20,96 à sociedade.