Britânicos discordam sobre como dar poder à Escócia e são acusados de mentir

Escoceses pró-Reino Unido comemoram vitória do 'Não' em Glasgow (Foto: Reuters/BBC)

Quatro dias após os escoceses rejeitarem em um plebiscito a independência da nação – preferindo mantê-la dentro do Reino Unido – os líderes britânicos estão divididos em uma guerra de declarações em torno de uma reforma política que foi prometida aos eleitores da Escócia.

Na reta final da campanha – quando pesquisas de opinião apontavam empate entre o “sim” e o “não” no plebiscito – líderes políticos de Londres fizeram uma promessa de que caso a independência fosse rejeitada, haveria um processo de devolução de poderes ao Parlamento da Escócia. O objetivo da promessa era garantir apoio à campanha do “não” – que acabou saindo vitoriosa.

A promessa foi feita por uma “frente” de políticos favoráveis à permanência da Escócia no Reino Unido, de diversos partidos: o ex-premiê britânico Gordon Brown (trabalhista), o atual premiê, David Cameron (conservador), o vice-premiê, Nick Clegg (liberal-democrata) e o líder da oposição, Ed Miliband (trabalhista).

Agora o primeiro-ministro da Escócia, Alex Salmond, que liderou a derrotada campanha pela independência, acusa a frente de políticos de enganar o eleitor escocês com uma promessa falsa de devolução de poderes.

Poderes sobre Inglaterra
Na sexta-feira, Cameron anunciou que pretende devolver o poder à Escócia de aumentar seus próprios impostos ao mesmo tempo em que fará uma reforma na Casa dos Comuns do Parlamento britânico – pondo fim ao poder que 59 parlamentares escoceses têm de votar leis que afetam apenas a Inglaterra.

Apesar de não condicionar uma reforma à outra, a medida do premiê conservador foi contestada pela oposição. Alguns no Partido Trabalhista acusam Cameron de preparar uma “armadilha” para a sua sigla na véspera de eleições britânicas.

O Reino Unido terá eleições gerais em 2015. Caso os trabalhistas vençam, na visão de alguns no partido, eles precisarão do apoio dos parlamentares escoceses para conseguir maioria nas principais votações no Parlamento em assuntos ingleses.

Para Alex Salmond – que liderou a campanha pela independência e já anunciou que deixará seu cargo de primeiro-ministro escocês – as divergências entre os políticos de Londres são um sinal de que o Reino Unido não manterá o compromisso que assumiu com a Escócia, de devolver mais poderes ao governo de Edimburgo.

Salmond diz que a promessa feita pelos líderes dos três partidos políticos na véspera do plebiscito foi “decisiva” para a vitória do “Não”. A campanha acabou vencendo a consulta popular por 55% a 45%.

A promessa feita dois dias antes da votação incluía a possibilidade de colocar em votação reformas de devolução de poderes já na sexta-feira, um dia após o plebiscito. “Na verdade, eu não estou surpreso que eles estão com picuinhas e voltando atrás em compromissos assumidos. Só estou surpreso com a velocidade na qual estão fazendo isso. Eles parecem fazer tudo isso completamente sem vergonha”, disse Salmond à BBC neste domingo.

“O primeiro-ministro [David Cameron] quer ligar as mudanças na Escócia a mudanças na Inglaterra. A liderança do Partido Trabalhista está assustada porque qualquer mudança na Inglaterra pode deixá-los sem maioria na Casa dos Comuns em assuntos ingleses.”

“Eu acho que a promessa [feita aos escoceses] foi firmada em desespero nos últimos dias da campanha, e acho que todos na Escócia agora percebem isso.”

Todos os três partidos que assinaram a promessa dizem se manter comprometidos com devolver poderes à Escócia. Neste domingo, Ed Miliband disse à BBC que tudo que foi prometido será estritamente cumprido. No entanto, ele defende um processo mais lento de discussão, acusando Cameron de apressar demais o debate, com planos que parecem ter sido “escritos em um maço de cigarro”.

FONTE: G1

Publicado em 09/21/2014, em Notícias e marcado como , , , . Adicione o link aos favoritos. 5 Comentários.

  1. eadem@ig.com.br

    Pessoalmente desejo que os ingleses ferrem com os escoceses covardes e otários que acreditaram nas promessas dos sempre maquiavélicos britânicos. E que os escoceses sejam penalizados eternamente pelo espírito de sujeição aos dominadores ingleses e por não haverem respeitado antepassados que deram seu sangue tentando impedir que a Inglaterra dominasse à brava a Escócia de ontem até transformá-la na apática, alienada e abjeta Escócia atual, onde alguns homens teimam em usar KILTS (saiotes) para melhor parecerem mulherzinhas diante dos dominadores ingleses. A não ser que os escocêses façam outro plebiscito pra remendar as coisas… mas mesmo assim, continuo desejando que os escocêses se ferrem por terem deixado de demonstrar personalidade logo na primeira oportunidade. Aliás, nos últimos 300 anos…

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  2. Realmente, desperdiçaram uma grande chance. Se tentarem novamente com certeza serão bloqueados com mais promessas e uma ou outra vantagem. Reverenciaram por tempo demais, agora é tarde.

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  3. Salmond diz que a promessa feita pelos líderes dos três partidos políticos na véspera do plebiscito foi “decisiva” para a vitória do “Não”. A promessa feita dois dias antes da votação incluía a possibilidade de colocar em votação reformas de devolução de poderes já na sexta-feira, um dia após o plebiscito. (CITAÇÃO DA MATÉRIA)

    Eles parecem fazer tudo isso completamente sem vergonha”, disse Salmond à BBC neste domingo. (citação da matéria)

    Políticos não diferem em nada, independente de que país seja. Ate parece os políticos da Republica dos Bananas, situado no Atlântico Sul que tem o Oceano Atlântico com 7.500 kilómetros de costa marítima. QUAL PAIS??? E PRECISA DIZER QUAL???

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    • Não, aqui é pior.

      Lá desviam dinheiro publico para construir piscina de quintal, já republica br hue hue desviam dinheiro publico que iriam para estádios de futebol!

      Se pelo menos fossem desviados da saúde!

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    • Aqui os políticos de todos os partidos criam coisas inusitadas para poder desviar mais dinheiro com copas do mundo e olimpíadas, caros eleitores de tão alienados que são não se recordam de quanto foram roubados e desviados desses estádios, porem lembram de cada gol da copa!

      Ser brasileiro logo vai ser sinonimo de maldição.

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