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No rádio, o maestro que uniu o clássico ao popular

Em 'O rádio faz história', ouça curiosidades e trechos de grandes

Quadro 'O rádio faz história' destaca o maestro que foi considerado um dos maiores compositores e arranjadores brasileiros. Radamés Gnattali nasceu em Porto Alegre no dia 27 de janeiro de 1906. O pai dele era italiano e se tornou operário no Rio Grande do Sul. Radamés era gago e só tirava zero nas provas orais. Irritado, o pai quis saber que carreira profissional o filho queria seguir. Ele não teve dúvida: desejava se dedicar à música.

 

Radamés estudava piano com a mãe desde os 3 anos. Aos 14, passou a estudar no Conservatório de Música, onde ficou durante nove anos.

 

O começo da etapa no Rio de Janeiro foi de miséria e fome. Ao fazer arranjos para a RCA, em 1932, inventou o pseudônimo 'Vero', porque não pegava bem, naquela época, um erudito, compositor de música sinfônica, fazer arranjos populares. Por que Vero? Simplesmente porque a mulher de Radamés se chamava Vera Bieri, também pianista, com quem Radamés ficou casado por 35 anos.

 

Na gravadora RCA Victor, Gnattali substituiu Pixinguinha e começou a fazer arranjos orquestrais. A primeira rádio em que pisou foi a Rádio Clube do Brasil, em 1924, com estúdio no Largo do Machado. Depois, passou pelas rádios Cajuti e Mayrink Veiga. Na Mayrink, ele tocava de tudo, do popular ao erudito, mas ganhava mal. Chegou na Rádio Nacional no ano da estreia da emissora: 1936.

 

Foi o próprio cantor Orlando Silva que pediu para gravar um disco com samba-canção com cordas. Era possível aquilo? Sim e os dois - Radamés e Orlando - cresceram muito com essa novidade. Não só Orlando Silva, mas também a música de Francisco Alves e Sílvio Caldas ganharam outra dimensão.

 

Um dos destaques desses arranjos foi "Aquarela do Brasil", composta para o teatro de revista Joujoux e Balangandans, em 1939. O compositor Ari Barroso não gostou da abertura, que tinha “tan, tan, tan - tan, tan”. Radamés bateu pé e reclamou: "Ô Ari, faz a música que eu faço o arranjo". O arranjador incluiu saxofones que deram grande impacto à obra.

 

Jairo Severiano, no livro 'Uma história da música popular brasileira', afirma que Radamés era um grande experimentador. Mário de Andrade, uma das cabeças do Movimento Modernista, escreveu que o músico tinha “uma habilidade extraordinária para manejar o conjunto orquestral, que faz soar com riqueza e estranho brilho”.

 

Com colaboração da professora de PUC-RJ e jornalista Rose Esquenazi, o quadro 'O rádio faz história' do programa Todas as Vozes de 3 de agosto de 2015 relata diferentes momentos da carreira de Radamés Gnattali e mostra trechos dos sucessos Copacabana, Aquarela do Brasil, Remexendo, Cabuloso e Cochichando.

 

O Todas as Vozes vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h20 às 10h, na Rádio MEC AM do Rio de Janeiro - 800 kHz, com apresentação do jornalista e radialista Marco Aurélio Carvalho.

 



Criado em 03/08/2015 - 17:27 e atualizado em 03/08/2015 - 15:29

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