Política

Planalto elogia caráter pacífico das manifestações

Já Roberto Requião, relator do projeto de abuso de autoridade, atacou protestos deste domingo

Manifestante em Salvador (BA) protesta contra corrupção
Foto: Andre Muzell/AGIF / Agência O Globo
Manifestante em Salvador (BA) protesta contra corrupção Foto: Andre Muzell/AGIF / Agência O Globo

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto considerou as manifestações deste domingo contra a corrupção “exemplares” pelo caráter pacífico, e ressaltou que os três Poderes têm de estar sempre atentos a reivindicações da população. Em nota, o governo disse que as manifestações mostraram “força e vitalidade” pela maneira “pacífica e ordeira” com que ocorreram.

Na última terça-feira, após um duro protesto em frente ao Congresso Nacional — que teve confrontos com a polícia, prédios públicos depredados e carros destruídos —, o presidente Michel Temer repudiou o “vandalismo, destruição e violência” do ato, por meio do porta-voz. O Planalto afirmou também que os três Poderes da República devem estar “sempre atentos” a demandas populares.

De acordo com o movimento “Vem Pra Rua”, houve protestos em 232 cidades em todo o país, nos 26 estados e no Distrito Federal.

REQUIÃO: MANIFESTANTES SÃO 'MENTECAPTOS'

Já o senador Roberto Requião (PMDB-RR), relator do projeto de abuso de autoridade, atacou o protesto, chamando manifestantes de “mentecaptos manipuláveis”. “Presentes movimentos de mentecaptos manipuláveis”, escreveu Requião no Twitter, também classificando membros da Operação Lava-Jato de “jovens paladinos”. O senador garantiu ainda que apresentará a proposta na terça-feira “com ou sem pitis, com histerias e passeatas ou sem”.

O presidente da Associação dos Juizes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, afirmou que a população rechaça projetos como o de abuso de autoridade, marcado para ser votado no Senado na próxima terça-feira:

— Emendas do tipo crimes de responsabilidade e crimes por ofensa às prerrogativas de advogados foram rechaçadas pelo povo brasileiro nos protestos. É necessário que sejam criados instrumentos modernos de enfrentamento, e não que os magistrados e procuradores sejam intimidados com ameaça de prisão.