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Eduardo Cunha ataca Funaro e defende Temer

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Brasília (AE) – O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse, em depoimento à Justiça Federal em Brasília, que uma suposta compra de seu silêncio foi “forjada para derrubar o mandato do presidente Michel Temer”. O peemedebista negou ter recebido dinheiro do empresário Joesley Batista, do Grupo J&F, e atacou a delação premiada do corretor Lúcio Funaro. A investida de Cunha sobre Funaro e o ensaio de uma defesa de Temer revelam uma nova estratégia do deputado cassado após ter a negociação de uma delação encerrada pelo Ministério Público Federal.

Eduardo Cunha prestou depoimento à Justiça Federal, em Brasília, e questionou denúncias de Funaro

Eduardo Cunha prestou depoimento à Justiça Federal, em Brasília, e questionou denúncias de Funaro

#SAIBAMAIS#Eduardo Cunha está preso em Curitiba, na Lava Jato, desde outubro do ano passado e ontem depôs ao juiz Vallisney de Souza Oliveira. O deputado cassado foi interrogado no âmbito da Operação Sépsis, que investiga o pagamento de propina por empresas para a liberação de aportes do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

Enquanto acenava com a possibilidade de um acordo de delação, o deputado cassado chegou a apresentar perguntas “constrangedoras”, nas palavras do juiz Sérgio Moro, para Temer. Agora, além de negar a suposta compra de seu silêncio por Joesley, o peemedebista chamou Funaro de “mentiroso” e disse serem falsas as informações levadas pelo delator sobre encontros de que ele teria participado com a presença de Temer.

As delações de Joesley e Funaro embasaram as denúncias apresentadas pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot contra Temer por corrupção passiva e por obstrução da Justiça e organização criminosa – as duas acusações foram barradas na Câmara dos Deputados. “Deram uma forjada e Joesley foi cúmplice e agora está pagando o preço por isso”, afirmou Cunha. A delação da J&F foi suspensa pela PGR, com a respectiva perda da imunidade penal

“Esses três (encontros com Temer) que ele (Funaro) cita, ele nunca teve. Na minha frente ele nunca cumprimentou o Michel Temer”, disse Cunha. Os encontros citados por Funaro, em sua delação já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), são um na base aérea de São Paulo, outro durante comício em Uberaba, em Minas, em 2012, e um terceiro em reunião de apoio à candidatura de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, também em 2012.

Cunha disse que vai pedir um “reexame” da delação de Funaro porque o acordo teria sido feito às pressas pela PGR, sob o comando de Janot, para viabilizar a segunda denúncia contra Temer. Para o deputado cassado, esse procedimento acelerado levou a “falhas” e omissões.

O advogado de Funaro, Bruno Espiñeira, disse ao Estado que seu cliente “reitera o compromisso de seguir colaborando com a Justiça”. “Quanto a depoimento de réu não colaborador, a Constituição lhe assegura falar o que bem entender sem qualquer compromisso com a verdade”, afirmou.

Apresentação
No interrogatório, Cunha disse ter apresentado os peemedebistas Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves a Funaro. Cunha, porém, negou ter conhecimento sobre possíveis ilícitos praticados por eles após esse contato.

No caso de Geddel, preso na Papuda, Cunha disse ter feito um pedido para Funaro emprestar sua aeronave à época que o pai do ex-ministro precisava ser levado para São Paulo com urgência para tratamento médico. “Depois passaram a ter convivência próxima”, disse.

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