Política Eleições 2016

Em debate na TV, candidatos à prefeitura do Rio confrontam Pedro Paulo

Sem poder participar, Freixo fez comício no Centro; Bolsonaro passa mal e abandona palco
Debate com os canditados a prefeito do Rio no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon Foto: Guilherme Leporace / Agência O Globo
Debate com os canditados a prefeito do Rio no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon Foto: Guilherme Leporace / Agência O Globo

RIO — Apesar de aparecer com apenas 6% das intenções de voto na primeira pesquisa divulgada esta semana pelo Ibope, o candidato apoiado pelo prefeito Eduardo Paes, Pedro Paulo (PMDB), foi o principal alvo no primeiro debate da corrida pela prefeitura do Rio, transmitido pela Band, na noite de ontem. Com clima ameno entre eles próprios, Osorio (PSDB), Marcelo Crivella (PRB), Indio da Costa (PSD), Flávio Bolsonaro (PSC), Alessandro Molon (Rede) e Jandira Feghali (PCdoB) voltaram suas artilharias para as críticas à atual gestão. Jandira, no entanto, mencionou as acusações de agressão à ex-mulher do candidato do PMDB. Já na primeira pergunta para Pedro Paulo, Osorio focou no orçamento municipal, tema que também foi abordado por Molon e Índio.

— O Rio viveu momentos de prosperidade, mas hoje não é mais o mesmo — afirmou Osorio, ao perguntar sobre as finanças da prefeitura.

Pedro Paulo rebateu:

— A cidade está em equilíbrio. Fizemos isso porque soubemos aproveitar as oportunidade. Fizemos essa Olimpíada sem elefante branco. A cidade recebe investimentos. E nós mudamos para sempre a forma de fazer Olimpíada, deixando a cidade pronta para um novo ciclo de investimento.

Crivella falou sobre educação e também procurou desconstruir a proposta de Pedro Paulo de expandir o ensino em horário integral para todas as escolas da rede municipal:

— A gente precisa viver a realidade dos fatos. E a realidade é que faltam recursos para o custeio das escolas — afirmou o candidato do PRB, que apareceu como líder na primeira pesquisa do Ibope, com 27% das intenções de voto.

Bolsonaro e Crivella demonstraram concordância no tema Segurança Pública ao falarem que a Guarda Municipal deve colaborar, apesar de a função ser prioritariamente do governo estadual. Molon e Índio também concordaram nas críticas à atual situação financeira da prefeitura.

No final do segundo bloco, depois de dizer que estava com pressão baixa, Flávio Bolsonaro passou mal, o que levou o mediador, Sérgio Costa, a interromper o debate. O candidato foi colocado na plateia e seu pai, Jair Bolsonaro, não quis que ele fosse atendido por Jandira, que é médica. Ele não retornou ao debate.

Um clima de animosidade ficou claro na chegada dos candidatos ao debate, no Teatro Oi Casa Grande, no Leblon. Os cabos eleitorais do peemedebista Pedro Paulo reagiram à chegada de Marcelo Crivella (PRB), primeiro colocado na pesquisa Ibope divulgada esta semana: “não vai ter jeito, Pedro Paulo vai ser prefeito”.

Na chegada de Pedro Paulo, os defensores de Jandira Feghali (PcdoB) reagiram aos gritos de “espancador de mulher” e “é, é, ele bate em mulher”. E ouviam de volta: “não tem mais jeito, o Pedro Paulo vai ser prefeito”.

Na entrada, Jandira Feghali, atribuiu sua alta taxa de rejeição à defesa que tem feito da presidente afastada Dilma Rousseff.

Freixo faz ato na Cinelândia

Impedido de participar, Marcelo Freixo (PSOL) mobilizou militantes na escadaria da Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, onde comentou os temas que eram abordados no debate por seus adversários.

Freixo foi impedido de participar do evento do encontro da Bandeirantes porque, de acordo com a minirreforma eleitoral aprovada no último ano, as emissoras de rádio e TV só têm poder para convidar candidatos com pelo menos dez representantes na Câmara dos Deputados. A medida foi revogada hoje pelo STF, mas só passa a ser válida a partir de sua publicação no Diário da Justiça.

Na Cinelândia, Freixo definiu a lei como "ato de covardia".

— Quieto eu não vou ficar, porque a palavra é essencial à democracia. O debate em praça pública é um momento histórico.