Economia Defesa do Consumidor

Comissão da Alerj constata irregularidades em mais uma empresa de água mineral

Na ação em Magé, foram encontrados equipamentos de produção mal conservados e banheiros sujos

Galões em depósito da empresa de água mineral Hydratta, em Magé
Foto: Divulgação
Galões em depósito da empresa de água mineral Hydratta, em Magé Foto: Divulgação

RIO — A Comissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) realizou nessa segunda-feira mais um vistoria em uma empresa de água mineral do estado. Desta vez, integrantes da comissão, presidida pela deputada Lucinha (PSDB), e técnicos da Vigilância Sanitária Estadual (VSE) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), verificaram problemas na empresa Hidratta, localizada em Magé. Dentre as irregularidades, foram constatados equipamentos de produção mal conservados e banheiros sujos para uso dos funcionários.

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Na operação realizada nessa segunda-feira, fiscais da Vigilância Sanitária Estadual coletaram 15 galões que seriam comercializados para análise da água. A comissão também fez coletas em uma das fontes naturais do terreno. As amostras foram levadas para o laboratório da Vigilância Sanitária do Município do Rio. O deputado Nivaldo Mulim (PR) também participou da vistoria.

Essa é a segunda vistoria feita pela comissão em uma empresa de água mineral este mês. A primeira, na semana passada, foi na Ouro da Serra, em Xerém, Duque de Caxias . No início de junho, reportagem publicada pela Defesa do Consumidor do Globo denunciava que nem toda água engarrafada é mineral e para a maioria dos consumidores este detalhe não está claro.

Nesta terça-feira, os donos da empresa devem comparecer à sede da Vigilância Sanitária para prestar esclarecimentos. Eles terão 30 dias para resolver as irregularidades apontadas.

A presidente da comissão informou que dará prosseguimento à fiscalização de 62 indústrias de água mineral autorizadas no estados, e aquelas que apresentarem problemas que indiquem perigo imediato à saúde da população serão interditadas na hora. Lucinha acrescentou que pretende acrescentar ao projeto de lei de sua autoria que cria um selo fiscal para os galões um artigo exigindo que os vasilhames comercializados e reaproveitados no Rio sigam, rigorosamente, as medidas da ABNT NBR 14222, que determina o padrão para esse tipo de produto. Dessa maneira, a parlamentar explicou que pretende dar fim à reserva de mercado que ocorre hoje no setor.

"Tem empresa que produz galões exclusivos e muda o tamanho do bico do gargalo, dificultando o reaproveitamento. Isso tem que ser padrão, conforme manda a norma da ABNT, para que o sistema possa funcionar em cadeia e de forma intercambial", esclarce a parlamentar.

Procurada, a empresa informou que acatará todas as exigências da Comissão da Alerj. O sócio-diretor, Marcelo Pimenta, ressalta que a companhia nunca foi notificada por irregularidades na embalagem do produto. Quanto aos banheiros, ele afirma que a limpeza está em dia. Mas reconhece que a esteira que transporta os garrafões até os caminhões precisa ser substituída por uma de aço-inox.

— Usamos a fiscalização como uma consultoria para melhorar nossa produção — conta Marcelo.