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PM diz que declarações de Rafaela Silva 'não ajudam no combate à criminalidade'

Judoca reclamou de abordagem e disse ter sido vítima de preconceito racial
Rafaela Silva com a medalha de ouro no judô nos Jogos do Rio Foto: Pedro Kirilos 08/08/2016 / Agência O Globo
Rafaela Silva com a medalha de ouro no judô nos Jogos do Rio Foto: Pedro Kirilos 08/08/2016 / Agência O Globo

A Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou nota nesta sexta-feira rebatendo as acusações de racismo da judoca Rafaela Silva, acrescentando que as declarações da campeã olímpica na Rio-2016 'não ajudam no trabalho de combate à criminalidade'.

“As declarações da judoca Rafaela Silva de que teria sofrido constrangimento durante uma abordagem ao táxi em que viajava na quinta-feira à noite, na Avenida Brasil, são injustas e não ajudam o trabalho de combate à criminalidade. A Polícia Militar intensificou o policiamento preventivo nos principais corredores viários da Região Metropolitana para reprimir roubos de veículos e carga, adotando critérios técnicos e legais para cumprir sua missão de servir e proteger a sociedade", diz a nota.

Na noite de quinta, Rafaela usou as redes sociais para reclamar de uma abordagem policial na Avenida Brasil, reclamando ter sido vítima de preconceito racial.

“Boa noite... Chegando hoje no Rio de Janeiro peguei um táxi para chegar em casa! No meio da Av. Brasil um carro da polícia passou ao lado do táxi onde eu estava. Os policiais não estavam com uma cara muito simpática, até então ok...

Continuei mexendo no meu celular e sentada no táxi. Daqui a pouco, eles ligam a sirene... o taxista achou que eles queriam passagem, mas não foi o caso, eles queriam que o taxista encostasse o carro.

Quando o taxista encostou, eles chamaram ele para um canto. Quando olhei na janela, outro policial armado me mandou sair de dentro do carro. Levantei e saí... Quando cheguei na calçada, ele olhou para minha cara e falou... trabalha onde?

Eu respondi... Não trabalho, sou atleta! Na mesma hora ele olhou para minha cara e falou... Você é aquela atleta da Olimpíada, né? Eu disse... sim, e ele perguntou... mora onde? Eu falei, em Jacarepaguá e estou tentando chegar em casa.

Na mesma hora o policial baixou a cabeça, entrou na viatura e foi embora! Quando entrei no carro novamente, o taxista falou que a polícia perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado pra me pegar.

E o taxista respondeu... essa é aquela atleta de judô, peguei no aeroporto e o policial falou... ah tá! Achei que tinha pego na favela.

Isso tudo no meio da Av. Brasil e todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu tentando chegar em casa.

Esse preconceito vai até aonde?”, relatou Rafaela Silva, no Twitter.