Rio Radar

Confrontos na Maré fecham três vias expressas; adolescente morre baleado

Violência na comunidade interdita linhas Vermelha e Amarela e Avenida Brasil
Interdição na Linha Vermelha por causa de tiroteio no Complexo da Maré Foto: Reprodução
Interdição na Linha Vermelha por causa de tiroteio no Complexo da Maré Foto: Reprodução

RIO — Um adolescente de 13 anos morreu durante uma troca de disparos entre criminosos e policiais na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte. O conjunto de comunidades enfrenta tiroteios desde o começo da manhã desta terça-feira, quando teve início uma operação da PM. Devido aos confrontos, as linhas Vermelha e Amarela ficaram fechadas durante meia hora. A Avenida Brasil também foi interditada, no sentido Zona Oeste, na altura da favela Vila do João.

Devido aos problemas em três das principais vias da cidade, o Centro de Operações da prefeitura (COR) informou que o Rio de Janeiro entrou em estágio de atenção às 16h. A medida é decretada quando um ou mais incidentes impactam ao menos uma região da cidade, podendo causar reflexos relevantes no trânsito ou comprometer o deslocamento da população.

As linhas Vermelha e Amarela ficaram fechadas em diferentes pontos por ao menos meia hora. A Linha Amarela foi interditada na altura da Avenida Brasil, no sentido Ilha do Fundão, mas já está liberada. A Linha Vermelha  foi fechada na altura da Maré, mas também foi liberada cerca de 30 minutos depois.

A Avenida Brasil também foi interditada, na Altura da Vila do João, sentido Zona Oeste, mas está parcialmente liberada, com apenas uma pista de rolamento fechada.

O motorista Paulo Macedo, de 32 anos, estava na Linha Vermelha no momento da interdição. Segundo ele, diversos motoristas abandonaram os veículos e se jogaram no chão na via.

— Vi os carros voltando na contramão, as pessoas se jogando no chão. Uma doideira. Uma menina estava com uma caminhonete e deu ré. Chegou a bater no outro carro. Os tiros eram muito próximos. As pessoas saíram correndo. Foi muito triste. É a realidade do Rio de Janeiro, né? Eu não aguento mais. Quero sair daqui de qualquer jeito. É muito triste o que acontece com a nossa cidade — disse.

Comunidades do Complexo da Maré registram intensos tiroteios desde o início da manhã desta terça. Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e do Batalhão de Ações com Cães (BAC) integram a incursão.

A operação da PM abrangia as favelas de Timbau e Conjunto Esperança, na Maré. Entretanto, segundo a corporação, agentes do 22ºBPM (Maré) receberam denúncias dando conta de que policiais haviam sido sequestrados e estavam sob poder de bandidos na comunidade Nova Holanda, também na Maré.

Ainda segundo a PM, ao checar as denúncias, os policiais foram recebidos a tiros por bandidos, e houve confronto. Em nota, a PM informou que os policiais supostamente sequestrados não foram encontrados.

Logo depois da troca de tiros na Nova Holanda, o Corpo de Bombeiros socorreu um adolescente com atingido co um tiro no peito. Jeremias Moraes, de 13 anos, foi encaminhado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas morreu antes de chegar à unidade.

A denúncia de que três policiais civis tinham sido sequestrados na Nova Holanda está circulando em redes sociais. Fotos mostram três homens dentro de um carro cercados por bandidos armados. Em uma mensagem de áudio, também compartilhada, um suposto criminoso diz que os policiais eram reféns, mas foram liberados por ondem do chefe do tráfico. As polícia Civil e Militar, no entanto, não confirmaram a informação.

ALUNOS FICAM SEM AULA POR CAUSA DO TIROTEIO

Alunos que estudam na região ficaram sem aulas no segundo dia do ano letivo. Nesta primeira semana, as unidades escolares estão realizando o período de acolhimento dos alunos. Nesta terça-feira, 40 unidades escolares fecharam as portas por causa da operação policial na Maré. No total, 20 escolas, 13 creches e 7 Espaços de Desenvolvimento Infantil não funcionaram.