Jornal da ABI 390

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DEPOIMENTO

FRANCISCO UCHA

O crítico afirma que há falta de uma discussão cultural na imprensa brasileira e que os jornais precisam criar um novo produto diante da crise.

POR FRANCISCO U CHA

A

paixão pelo cinema, que começou na infância, sempre norteou a vida profissional de José Carlos Avellar. Atraído pelo jornalismo, passou por vários veículos, até se firmar como o principal diagramador do Jornal do Brasil. Mas, desde a época em que trabalhou para os Diários Associados, já escrevia sobre cinema, pois essa era a sua formação intelectual. Daí a se tornar também um dos mais importantes críticos de cinema do Caderno B e da imprensa brasileira, não demorou muito. Para viver ainda mais

intensamente sua paixão, ele se envolveu com a Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, em seguida, trabalhou na direção cultural da Embrafilme e da Fundação do Cinema Brasileiro. Foi DiretorPresidente da RioFilme, curador do Festival de Gramado e continua como consultor de alguns dos mais importantes festivais de cinema do mundo. Hoje, além de programar a sala de cinema do Instituto Moreira Salles, Avellar é o curador da série de lançamentos em dvds do IMS que

resgatam um pouco da história do cinema mundial. São verdadeiras pérolas que dificilmente seriam lembradas por outras distribuidoras. Nesta entrevista ao Jornal da ABI, José Carlos conta um pouco de sua trajetória, sua dedicação à administração cultural do cinema brasileiro e de seu trabalho no IMS. Fala também da crise na imprensa e da falta de uma discussão mais analítica e ensaística no jornalismo diário. Segundo ele, “a cultura está reduzida a um elemento a mais dentro do mercado de consumo.” JORNAL DA ABI 390 • MAIO DE 2013

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