Por G1


Consumo da erva está associado a maior risco de colisão e menor tempo de resposta do motorista, diz pesquisa — Foto: Thinkstock

Pesquisa mostra aumento de 12% em acidentes de carros fatais todo o dia 20 de abril após 16h20.

O horário e o dia são mundialmente conhecidos como uma celebração ao consumo de maconha.

A pesquisa foi publicada no "JAMA Internal Medicine", periódico científico da Associação Americana de Medicina.

Para chegar ao dado, pesquisadores utilizaram banco de dados de tráfego nos Estados Unidos por 25 anos consecutivos (de janeiro de 1992 a dezembro de 2016).

Eles observaram que há um incremento de 12% nos acidentes de carro com morte todo o dia 20 de abril entre 16h20 e 23h59, quando comparado a outros dias e outros horários.

Por que 16h20?

Não há certeza do porquê o horário de 16h20 e o dia 20 de abril ficaram conhecidos como um momento de celebração e consumo da erva.
Uma das hipóteses é que o termo tenha surgido de um grupo de estudantes nos Estados Unidos durante os anos 1970.
Conhecido como “The Waldos”, o grupo costumava se reunir às 16h20 após a escola e o futebol para consumir a droga.

Segundo os autores, estudos anteriores já demonstraram que concentrações elevadas de THC diminuem o tempo de reação do motorista às flutuações do trânsito.

O tetrahidrocanabinol (THC) é um dos principais princípios ativos da cannabis sativa e um dos responsáveis pelas alterações de percepção após o consumo da planta.

Outras pesquisas também indicaram que o consumo agudo da erva aumenta o risco de colisão no trânsito.

“Apesar dessa evidência, a condução após o consumo de cannabis é surpreendentemente comum”, dizem os autores do estudo.

“Nós hipotetizamos que a celebração da cannabis em 20 de abril pode estar associada a um aumento no risco de envolvimento fatal do trânsito”, concluem os pesquisadores.

O estudo também encontrou que o risco de acidente fatal neste dia e horário é maior em motoristas mais jovens.

O risco aumentado foi comparado a outros dias de comemoração nos Estados Unidos – como o Superbowl, final do futebol americano.

De acordo com os autores, o estudo serve de alerta para que campanhas de conscientização específicas para a maconha sejam colocadas em curso.

A pesquisa teve como primeiro autor John A. Staples, do Hospital Saint Paul no Canadá e foi financiada pelo Instituto de Pesquisa em Saúde no Canadá.

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